Quarta-feira, 31 de outubro de 2012 - 10h55
A argumentação do partido é do mais puro pragmatismo. Afinal, devem demorar ainda alguns meses até que aquele negócio da “dosimetria” da pena seja finalmente definido pelo Supremo e ele possa ocupar seu merecido espaço na cadeia. Isso pode? Pode, pois a sentença ainda não está transitada em julgado.
Mas é mais uma clara manifestação do mais escandaloso desprezo pela opinião pública e por tudo aquilo que o PT pregou pelos quatro cantos do país para chegar ao poder. Se bem que aquela história de pureza ética, se já existiu, o partido nem se lembra. Caso contrário não teria se aliado desavergonhadamente a Paulo Maluf na campanha em São Paulo.
A verdade é que o PT não se considera punido. Como já disse aqui, seu raciocínio não incorpora os parâmetros e balizamentos legais que normatizam a convivência democrática. Simplesmente por não terem qualquer compromisso com a democracia, nem com o estado de direito. Tudo isso é mero instrumento, como já foi a imprensa que hoje demoniza e a Igreja Católica, para chegar ao poder. Um fim, que no entendimento dos dirigentes partidários, justifica os meios, quaisquer que sejam eles.
Pior é que muita gente acredita. Pela esperança de também levar alguma vantagem nessa falta de vergonha. Ou porque é burro mesmo.
Alguma esperança
Será também empossada pelo PT mineiro na Câmara Federal a ex-reitora da UFJF, Margarida Salomão, que disputou e perdeu a Prefeitura de Juiz de Fora. Extremamente competente, Margarida Salomão poderá fortalecer a bancada mineira e oferecer algum combate à sandice paulista que controla o partido. Acho que o mais provável é que ela acabe sendo expurgada. Caso isso venha a ocorrer, ela certamente será recebida com festa por qualquer partido.
I am who i am
É possível que o ministro Ricardo Lewandowski, relator do mensalão, considere que o pedido de desculpas do mesário paulista, que o hostilizou mandando-o abraçar José Dirceu e negou ter trocado seu nome para "Liberandowski", seja um remédio para aplacar o repúdio nacional por sua conduta como advogado de defesa dos réus. Não é.
Lewandowski, que seguiu até mesmo a cartilha petista ao responsabilizar a imprensa pelo episódio, continua firme na defesa de seu procedimento. “Sou quem eu sou”, afirma ele, como a exibir uma coerência que se tem não pratica. Ministro do Supremo, ele poderá, claro, continuar a ser o que é, mas seguramente não terá mais a boa vida de antes, quando era naturalmente festejado aonde chegasse. A realidade é outra. A cada duas pessoas que ele notar conversando, sempre vai pensar que uma delas estará descendo o cacete nele. E mais: sua família certamente não haverá de ser poupada. É o preço da fidelidade.
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