Sábado, 11 de julho de 2015 - 10h34
Dois acidentes seguidos em menos de 90 dias das balsas que fazem a travessia do rio Madeira, na BR-364, distrito de Abunã, derrubaram uma das chamadas “estacas raiz” destinadas ao apoio das fundações da ponte e comprometerem a segurança de outras duas. O material danificado pelas balsas da empresa Rodonave Navegações teve que ser substituído pela Arteleste Construções, que executa o projeto da ponte e que, além dos prejuízos materiais, poderá ter atrasado o cronograma da obra. Ambos os casos foram relatados à Marinha para abertura de inquérito e apuração das responsabilidades. Mas o resultado ainda não foi divulgado.
A informação é do superintendente do DNIT RO/AC, engenheiro Fabiano Martins Cunha, que disse estar muito preocupado com os acontecimentos, especialmente porque enquanto a empresa responsável e os usuários da rodovia são gravemente penalizados com os atrasos das obras, a Rodonave só tem a festejar pelo menos mais tempo de elevado faturamento no serviço de travessia. Seria evidentemente precipitada a atribuição de responsabilidade à Rodonave, pelo menos enquanto não for concluído o inquérito da Marinha, mas é inegável que isso beneficia largamente o faturamento da empresa.
Fabiano Cunha lembrou que a Rodonave recorreu inclusive ao judiciário em ação possessória com pedido de liminar para paralisar a obra. Seus advogados argumentaram que a empresa Arteleste Construções Ltda., invadiu propriedade privada com seu maquinário e executou desmatamento de reserva florestal sem o conhecimento e autorização do autor para instalação do canteiro de obras. Suas pretensões foram barradas pelo juiz Flávio Fraga e Silva, da 2ª Vara Federal, que não apenas indeferiu o pedido como determinou a transformação da ação possessória inicial em ação de desapropriação indireta. Os advogados já haviam tentado antes, sem sucesso, convencer o superintendente do DNIT da necessidade de paralisar a obra. Como não conseguiram, foram bater no Judiciário de onde saíram igualmente frustrados.
É claro que não se pode afirmar que os seguidos problemas operacionais de suas balsas e rebocadores em tão curto espaço de tempo seja nova investida para evitar ou pelo menos retardar ao máximo o fim do pedágio milionário cobrado pela travessia do rio. Vale lembrar que o movimento de veículos na região de Abunã é infinitamente superior ao que era registrado na ponte da BR-319 em Porto Velho. E os problemas ali enfrentados em decorrência das ações atribuídas aos proprietários das balsas são lembrados até hoje. Chegou-se ao absurdo de apenas ter sido possível a retirada total dos moradores dos barracos, irregularmente plantados na faixa de domínio do DNIT, para o excelente condomínio construído para eles no outro lado do rio em função da enchente do Madeira.
Não se pode, a priori, apontar o dedo acusador na direção da Rodonave. Mas não convém esquecer que a paralisação da obra, por obra do destino ou por acontecimentos no mínimo intrigantes como os registrados em Abunã é altamente favorável a seus interesses. O primeiro acidente ocorreu por volta de três da manhã do dia 28 de fevereiro. A imensa balsa chocou-se violentamente com o cabo de aço que segurava a balsa da Arteleste, fazendo desmoronar a camisa metálica da estaca 2. Operadores da balsa da Rodonave informarem ter havido uma pane elétrica ou falha no motor do rebocador, o que deixou a embarcação à deriva e ocasionou o choque. O segundo acidente aconteceu no final do expediente do dia 25 de maio, por volta das 17h45m. A balsa “Olívia”, conduzida pelo rebocador “Cesar”, da Rodonave, “desgovernou-se” e bateu em duas outras estacas de apoio das fundações da ponte, danificando-as.
Até os horários nos quais aconteceram os acidentes levantam suspeitas. Se ocorressem durante o dia, em horário de grande movimento, eles poderiam resultar em vítimas, com investigação policial e grande repercussão, o que não é, claro, nada interessante. O certo é que pelo sim, pelo não, a população e as autoridades de Rondônia e Acre devem estar atentas, pois uma nova ocorrência poderá comprometer o cronograma da obra para além da janela hidrológica do verão amazônico, com nova cheia do rio. É possível dar prosseguimento aos trabalhos mesmo após a elevação das águas. Mas seria muito mais caro. E demorado. Tudo, afinal, que a Rodonave adoraria ver.
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