Segunda-feira, 8 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Carlos Henrique

Governo de Todos



Todos sabem que defendo o governo de Confúcio e sou plenamente favorável à sua reeleição. E acredito sinceramente ser ele a pessoa mais qualificada a conduzir o estado no período de grandes dificuldades que virá depois das enchentes. Não se pode esperar grande coisa do governo federal, especialmente porque o país está literalmente quebrado e a má vontade em relação a Rondônia é inquestionável. Ou seja: Rondônia terá que “se virar” por seus próprios meios para que seja possível não apenas a reconstrução do estado como também a prevenção de novas tragédias.
Quem acredita naquela história do raio não cair duas vezes no mesmo lugar está iludido. Cai sim. O rio Madeira com certeza voltará a subir, até porque a imensidão de sedimentos depositados à montante das barragens que, imagino, poderiam fazer a felicidade dos garimpeiros, vai fazer com que o remanso cause inundações a qualquer chuva mais forte. Nada, contudo, que faça esmorecerem a força e a coragem do rondoniense, em cujo DNA estão os exemplos daqueles que disputaram a conquista dessa região no tapa com onças, sucuris e mosquitos.
Será preciso, no entanto, alguém com a capacidade de aglutinar essa força. E acredito que Confúcio personifica tal qualificativo, acrescido de ponderação e equilíbrio. Permito-me inclusive sugerir a adoção, como marca de seu novo governo, da marca “Governo de Todos” em substituição ao “Governo da Cooperação”, que define o mandato que termina. É claro que as usinas terão que entrar decisivamente e sem desvios nessa tarefa. Rondônia precisa disso e, admitam ou não seus dirigentes, as hidrelétricas estão aqui definitivamente instaladas, embora tenham recebido do governo Dilma e do BNDES tratamento especial de porto cubano ou país africano. Talvez pelo envolvimento das grandes empreiteiras e seu lobista Luiz Inácio no negócio.
E mais: considerando que não vai haver mudança na distribuição do ICMS, que continuará a ser arrecadado somente no estado consumidor (a mudança já foi exaustivamente tentada em Itaipu, sem sucesso), o que poderá render algo para o estado será a produção de energia. As duas usinas vão produzir quase o mesmo que Itaipu. E, conforme foi publicado no site da empresa, a soma de tudo o que foi pago em royalties desde 1985 pela usina de Itaipu, divididos entre Brasil e Paraguai, chegará a US$ 9 bilhões em abril (veja texto nesta página).
Se não será produzido por aqui igual volume de energia, também não será necessário dividir com outro país os royalties gerados, a menos que Evo Morales bote a boca no trombone e o governo do PT abra as pernas mais uma vez. Isso só o tempo dirá. Mas significa que o estado será prejudicado também nessa conta, já que o ICMS gerado pelo consumo da usina termoelétrica chega a R$ 17 milhões mensais em valores atuais, muito mais do que o valor máximo dos royalties que serão gerados pelas usinas somente depois que estiverem operando à plena carga.
De qualquer forma, dá para imaginar o que pode acontecer no estado se o trabalho de reconstrução fosse entregue de mão beijada às mãos “limpas” ou à avidez de gente como o ex-governador Ivo Cassol, já condenado pelo Supremo exatamente pela destinação preferencial e particular por ele imposta ao dinheiro público. É claro que ele não será candidato, mas alguém coragem que sua esposa ou qualquer outro por ele indicado para concorrer ao governo tenha coragem para contradita-lo? Basta lembrar o que fez recentemente com o próprio irmão, Cesar Cassol.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 8 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Família Bolsonaro “dusted the thread”   para Trump entender

Família Bolsonaro “dusted the thread” para Trump entender

“O tempo é senhor da razão, mas inimigo dos sonhos” – diz a sabedoria ancestral. Foi o que levou Bolsonaro à prisão domiciliar. Em um ato desespera

Prisão de golpistas no Brasil assusta Trump

Prisão de golpistas no Brasil assusta Trump

E essa agora? Secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, diz que o Brasil pode ser atingido por novo tarifaço de Trump, agora de 100%. Ex-primeiro minist

Proparoxítonas a nobreza na ponta da língua

Proparoxítonas a nobreza na ponta da língua

Tenho por hábito não reproduzir textos. Nem citações longas. Nada contra quem publica, como da própria autoria, textos alheios, com mudança do títu

 “Congresso não vai perdoar se governo recorrer ao STF”

“Congresso não vai perdoar se governo recorrer ao STF”

Calma lá! Não é de minha lavra o despautério aí de cima. Quem disse isso foi o imortal Merval Pereira, 75 anos, presidente da ABL e colunista de O

Gente de Opinião Segunda-feira, 8 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)