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Agropecuária

Crise do leite em Rondônia leva entidades a apresentar Plano de Ação Estratégico na ALE-RO

APRON, FAPERON e FETAGRO entregam proposta conjunta durante audiência pública para reconstruir a cadeia produtiva e garantir remuneração ao produtor


Crise do leite em Rondônia leva entidades a apresentar Plano de Ação Estratégico na ALE-RO - Gente de Opinião

A audiência pública realizada nesta segunda-feira (15), no auditório da Associação Comercial e Industrial de Ariquemes (ACIA), marcou um avanço decisivo no enfrentamento da crise da pecuária leiteira em Rondônia. Durante o encontro promovido pela Assembleia Legislativa do Estado (ALE-RO), a Associação dos Pecuaristas de Rondônia (APRON), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (FAPERON) e a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Rondônia (FETAGRO) entregaram oficialmente a Proposta de Plano de Ação Estratégico para a Cadeia Produtiva do Leite de Rondônia.

O documento foi construído de forma coletiva, com a participação de entidades ligadas à produção, assistência técnica, pesquisa, defesa sanitária, indústria, crédito rural e representação institucional, como resposta à queda acentuada da produção, à redução do rebanho ordenhado, aos preços pagos ao produtor abaixo do custo de produção e à perda de competitividade do setor frente a outros estados.

Durante a audiência, foram apresentados dados que evidenciam o agravamento da crise, como a redução superior a 59% no número de vacas ordenhadas desde 2018, a queda da produção diária de leite e a discrepância entre o preço de referência definido pelo Conseleite e os valores efetivamente pagos aos produtores no campo.

Para o presidente da APRON, Adélio Barofaldi, o plano representa um passo concreto para mudar a realidade do setor. “Não se trata apenas de um diagnóstico. É um documento técnico, construído a partir da realidade do campo, que aponta caminhos viáveis para devolver competitividade, renda e dignidade ao produtor de leite de Rondônia”, afirmou.

O presidente da FAPERON, Hélio Dias, destacou a importância da união institucional para transformar o plano em política pública. “Chegou o momento de agir de forma coordenada. O Plano de Ação cria uma base sólida para políticas públicas permanentes, capazes de fortalecer toda a cadeia produtiva do leite no estado”, ressaltou.

Representando a agricultura familiar, o presidente da FETAGRO, Manoel Carlos Dantas, enfatizou que a audiência deu voz aos produtores e expôs a gravidade da situação no campo.

“Foi fundamental ouvir quem está na ponta e sente o problema na pele. Os números confirmam prejuízos reais. Se o governo não agir, vamos perder uma cadeia produtiva estratégica para Rondônia. Precisamos rever o marco legal, a aplicação dos recursos dos fundos e fortalecer políticas públicas voltadas à agricultura familiar, especialmente no leite”, afirmou.

O Plano de Ação propõe a reorganização da cadeia produtiva com foco em proteção de mercado, remuneração justa ao produtor, fortalecimento da assistência técnica, governança do ProLeite, ampliação das compras públicas, melhorias em infraestrutura e logística, além de inovação, sustentabilidade e abertura de novos mercados para o leite rondoniense.

Entre as prioridades imediatas apresentadas estão a aprovação da Lei Antirreconstituição, que proíbe a transformação de leite em pó importado em leite fluido, a aplicação de gatilhos para restringir importações em períodos de crise e a criação de um Conselho Tripartite do ProLeite, garantindo transparência na gestão dos recursos do setor. O plano também prevê que SEFIN e SEDEC apresentem, em até 15 dias, propostas para redução da carga fiscal sobre produtores e agroindústrias locais.

As medidas estruturantes incluem ainda o fortalecimento da assistência técnica e a adoção de tecnologias de precisão, como o Observatório 4.0 do IFRO, para elevar a produtividade e assegurar a sustentabilidade da atividade.

O documento seguirá agora para análise dos órgãos competentes e deve servir de referência para novos encaminhamentos legislativos e administrativos. Para as entidades, a entrega do plano marca o início de uma nova fase de articulação institucional para reconstruir a cadeia produtiva do leite em Rondônia.

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