Domingo, 28 de janeiro de 2024 - 08h05
Ponho-me a pensar no tempo. No
que o tempo fez comigo. Escrevo em primeira pessoa para não afirmar que todas
as mulheres da minha geração guardam desencantos. Digamos que todas, não. Quase
todas.
Quando o tempo era um jovem e
eu era uma flor, ele morava dentro de mim, aguçava-me com sua vigorosa energia
e levava-me a alimentar os mais variados sonhos: liberdade, colônias hippies, crianças
correndo na grama, viagens por lugares exóticos, palmeiras, cabelos ao vento, homens
altos e loiros, homens altos e negros, coisas assim, colhidas das revistas da
época.
À medida que ficava adulto, o
tempo, hóspede permanente, acenava com outra gama de possibilidades para minha
provinciana vida: metrópoles esplendorosas, capitais do mundo ocidental,
jornalismo, comunismo, blá blá blá.
Vida vivida (quase toda),
continuo hospedeira do tempo.
É certo que ao longo desta
convivência (o tempo e eu), vez ou outra busquei alguns desses caminhos.
Descobri, então, que meu hóspede perene ocultou-me o quão decepcionantes
poderiam ser essas buscas: a cada frustação, o tempo arrancava-me uma pétala.
Um dia acordei e sobre os
lençóis estavam todas as pétalas arrancadas pelo tempo (eu era uma flor,
lembram?).
Catei-as amorosamente.
Percebi que estavam
desbotadas, mas continuavam belas. De outra maneira, é verdade. Perderam o frescor,
o viço e as cores. Porém, carregavam consigo as marcas da minha vida; sulcos
causados pelos momentos de dor e sofrimento, em meio a traços de rabiscos
delicados, pelas horas felizes (e foram tantas!), pela percepção do sentido da vida
e pelo encontro com o verdadeiro amor.
E este amor durou a existência
inteira.
Sandra Castiel é professora,
escritora, membro efetivo da Academia de Letras de Rondônia.
([email protected])
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