Segunda-feira, 14 de julho de 2025 - 08h00
Ele a
conhecia de vista. Moravam no mesmo bairro, passavam pelos mesmos lugares,
todas as manhãs. Ela há muito estava de olho nele: alto, olhos claros, bonitão,
bem empregado. Ele começou a notá-la: morena brejeira, cabelão, roliça, cheia
de curvas.
Ele não
sabia, mas ela cultivava uma grande paixão: os doces.
Um dia se
casaram e ele se fartou nos quitutes dela: pudim de leita Moça, olho de sogra,
brigadeiro, cajuzinho, sonhos, bom-bocado, bem-casados, fios de ovos,
rocambole, pé-de-moleque, quindim, cocada, tudo caramelado.
Com os
anos, ele se tornou diabético e ela obesa.
Pra compensar tanto amargor, todo dia ela chorava um tabuleiro de suspiros, salpicados com raspas de limão, e ele sonhava com sua pele morena coberta com calda de chocolate e recheada com baba de moça.
Sandra Castiel
sandracastiell@gmail.com
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