Quinta-feira, 11 de novembro de 2021 - 10h46
O que é a Peste?
Há vários significados:
1. Na literatura há um livro clássico (A Peste).
2. Na medicina penso que poderia ser algum tipo de doença altamente
transmissível e letal.
3. O dicionário etimológico indica “doença contagiosa grave’, do
latin pestis, empestado, empestar,
empestiado, pestífero, do latim pestifer,
pestilência, pestilentia, pestilento”
(CUNHA, 2001, p. 493).
4. Na política é usado como metáfora de relações de poder altamente
tóxicas, prejudiciais à sociedade e também altamente letais, a exemplo do
Fascismo.
5. Até o senso comum faz referência: costuma-se dizer brincando (ou
não) que sujeito é uma peste ou "aquela criança é uma pestinha".
Em todos esses sentidos há um eixo comum: vigora a
ingovernabilidade, o descontrole, a ideia de transformação ou de mutação.
Sente-se a presença de algum mistério insondável, indizível com exatidão,
incompreensível em toda sua extensão e composição.
Aliás, vigora uma incompreensão taxativa exatamente porque a Peste
é um processo em constante refazimento, porque está em movimento permanente. O
Fascismo, por exemplo, tem cepas - não é uma caixa fechada ou uma linha reta.
A Covid-19 tem inúmeras cepas, assim como o h1n1, a Peste
Espanhola e a Peste Bovina. Por isso, é óbvio, a sensação ingovernável da
política sob o Fascismo é uma regra. Por isso também se fala popularmente que
no Fascismo há um "desgoverno".
É um equívoco, portanto, porque tal qual as cepas virulentas a
política fascista provoca um caos em sua metamorfose. A Peste se multiplica
nesse caldeirão caótico, liquefeito de sua própria letalidade.
Ou seja, não é um desgoverno, é um propósito dentro de um projeto,
é a multiplicação de si- mesmo dentro do pior possível, é uma ampla estratégia
entrecortada por táticas que agem como tentáculos.
Enfim, não é à toa que a Peste na política ou na literatura venha
associada à negação sistemática da ciência. Como se a política pestilenta
viesse realmente pra contaminar a todos. Também não é coincidência que a Peste
seja descrita a partir de imagens peçonhentas, como as baratas.
E há uma eterna semelhança, quando essa Peste se transforma na
"cegueira branca" de um determinado Ensaio Sobre a Cegueira.
A Peste é a réplica, mas transformada, altamente resiliente e
maligna, do Mal Maior.
Referências
PESTE. In: CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário Etimológico da
Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Hoje não é Dia da Criança. Ou melhor, todo dia é dia da criança – e é nosso dever denunciar, lutar e combater o trabalho infantil. Afinal
Forma-Estado na Constituição Federal de 1988
No texto, relacionamos algumas tipologias do Estado (Teoria Geral do Estado) com suas subsunções no Direito Constitucional brasileiro, especialmente
Em primeiro lugar, temos que verificar que sempre se trata de uma Autoeducação Política. Parte-se do entendimento de que sem a predisposição individ
O Livro Teorias do Estado: Estado Moderno e Estado Direito
A Teoria do Estado sob a Ótica da Teoria Política, do professor Vinício Carrilho Martinez - oferece uma leitura acessível e profunda na formação, es