Terça-feira, 16 de dezembro de 2025 - 18h40

O que conta, efetivamente, é que foram e são
momentos de afloramento da luta política, de uma Luta pelo Direito, porque
invariavelmente estamos imersos, submetidos à luta de classes.
Sendo assim, já realço duas críticas de um velho
amigo, que me conhece. Diz ele: “Ficou meio egóico e esqueceu do boteco”. Em
minha defesa prévia, posso dizer que – e isso ocorre com todo mundo – foram
momentos intensos, intensivos e muitas vezes foram momentos tensos. No entanto,
com isso em mente, segue minha autodescrição direta e que é um simples
Manifesto Biopolítico, em poucos aspectos:
1.
Sou de esquerda
praticamente desde que nasci – ao
menos desde que contraí a Pólio (paralisia infantil) aos seis meses de idade
e que me afetou a perna esquerda: onde não há coincidência, por suposto, há semelhança. O
cérebro acho que ficou legal e a luta contra o Império nunca cessou, assim como
aumentou minha identificação com o povo pobre, negro e oprimido – e pela
Palestina.
2.
Meu pai era
comunista, fichado no antigo DOPS, minha mãe
foi professora de língua portuguesa por 30 anos: meu irmão foi meu melhor amigo – ele é, ainda que tenha falecido. Talvez por isso não seja
ateu, ainda que deteste as religiões – admiro bastante o Tao të King e o “vazio
que ressignifica tudo” (é a origem do que é O virtual: virtus =
potência).
3.
Acho que vem daí meu vício em pensar e escrever (agora também gravar). Isso aqui não sei se gosto muito,
não. Porém, é por meio disso que expresso minha luta pela democracia,
inclusão e acessibilidade, pela proscrição da prescrição, da exceção, e em
favor da negação da negação (afirmação), e pela isonomia e equidade.
4.
Sou uma pessoa
com deficiência física (PCD) que nunca aceitou os limites impostos, prescritos, e que só não pulou de paraquedas. Provavelmente
por isso “eu amo gatos” – por sua independência, autonomia e inteligência.
O que mais vejo nesses bichos é a repulsa à rejeição, e da qual sou partícipe.
5.
Sou um homem
branco antirracista e antifascista – em
que pese o machismo que veio de herança: o qual tento fazer um auto
combate diário. Minhas avós e meus avôs vieram paupérrimos da Espanha,
fugindo dos falangistas – de Franco e dos seus fascistas tardios.
6.
Sou filho da
escolarização, com todos os diplomas e promoções
que nem imaginava, antes de conquistar. Publiquei 26 livros.
7.
Fui escolarizado
metade em escola pública e metade em escola particular, no modelo bancário, e
conheci Paulo Freire apenas por vias indiretas – até que chegou 2024, quando
virou uma obsessão uma certa Pedagogia do Oprimido e mesmo que faça críticas pontuais: por exemplo, exerço
minha memória o dia inteiro (há memorização de conteúdos sedimentados pela
ontologia e guiados pela teleologia).
8.
Nunca tive
grandes problemas na escola – só conheci o bullying na vida adulta, praticado
por docentes da UFSCar. Porém, isso
apenas alimenta minha luta contra a discriminação e o preconceito – e a quem
destilo um “capacitismo reverso”: eles nem imaginam o que significa, no
entanto, tiro uma, todo dia. Faço isso desde que aprendi a operar um poderoso
remédio político-jurídico: contra a canalhice e o acinte, use sem moderação o
escárnio e a ironia ácida (e que é dialética, diria Ianni).
9.
Sou servidor
público federal, já acostumado à estabilidade, mas que não contempla a
paralisia do Poder Público.
10. Sou uma pessoa de métodos, a começar pelo Método do meio dia (Ortega Y Gasset – esse tive que puxar pela memória) e pelo Método a contrapelo (Benjamin); todavia, também me aplico (é da natureza) a Serendipidade e a bricolagem, a intuição, a lógica, o Bom Senso (que nem sempre está à mão), a prospecção e a provocação. Com certeza, a crítica e a criatividade estão no coração. Para uma vida, creio que está bom.
Para cada item desses poderia anexar uma
publicação pessoal, de artigo, livro ou vídeo, todavia, pensei que aí perderia
a graça, ficaria por demais institucionalizado, com o objetivo distorcido pelo
cientificismo.
Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)
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