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Vinício Carrilho

O Pobre de Direita da B3


O Pobre de Direita da B3 - Gente de Opinião

Por que a Bolsa de Valores (B3) despencou nesta terça-feira?

A explicação mais óbvia é porque não acabou a desoneração do combustível. 

Tanto é assim que, só num dia, as ações da Petrobrás tombaram 6%.

Com o prolongamento da desoneração, a Petrobrás lucra menos (com o combustível "mais barato"), distribui menos proventos e os especuladores ricos não ficam mais ricos, bem como os pobres (as sardinhas) continuam como insignificantes sardinhas. 

A "explicação técnica" diria que os grandes fundos e os pobres de direita temem que o Estado se endivide matando a fome do povo. 

Com a desoneração (herança do Fascismo eleitoral), o combustível não vai parar na mesa do povo, na forma de inflação. 

Com o fim da desoneração, ou seja, onerando-se a bomba de gasolina, todos os preços sobem.

A segunda ponta dessa conta negativa resulta da "não-privatização" da mesma Petrobrás. 

Os tubarões querem o patrimônio público - acostumaram-se com as facilidades fascistas.

Mas, cabe perguntar, para se obter uma resposta menos óbvia: por que a sardinha (o investidor pobre da Bolsa) segue os tubarões?

A resposta mais simples é chamada de ignorância (efeito manada), quando segue-se seja lá o que for, para onde quer que seja. 

Desse modo, a sardinha da Bolsa de Valores (B3) vende suas ações em baixa, perdendo parte do dinheiro investido. Por que, tamanha desinteligência, você perguntaria!? Porque a sardinha segue o tubarão. 

Há muitos outros componentes, como as sardinhas que compram ativos nas quedas da Bolsa, que "compram dividendos", porém o espaço não comporta hoje. 

A questão central é saber porque a sardinha, na versão aguda do pobre de direita, segue os tubarões. 

A resposta técnica, óbvia e esquecida, aponta para a ausência total da Consciência de Classe, isto é, o pobre de direita não se vê como pobre, explorado, surrupiado no esforço do seu trabalho, pela voracidade dos tubarões. 

O pobre de direita, no cardume de sardinhas magras, suponhamos uma média, tem 10 mil na carteira de ações (provavelmente nem tinha Petrobrás) e se julga superior às pobres sardinhas. 

Aí, quando vê seu patrimônio diminuir na "crise da bolha inflacionária", provocada pelo rico de direita, ao invés de comprar ações mais baratas, o pobre de direita vende tudo que tem. 

Enfim, o pobre de direita, a sardinha que detesta estudar (qualquer coisa), perde a oportunidade de comprar a renda variável mais barata. 

O pobre de direita, anulado em consciência, incapaz de estudar, perde a oportunidade e fica só com a crise.

Se o pobre de direita não fosse tão pobre de consciência e de informação (preguiçoso nos estudos), aproveitaria a crise existencial dos tubarões. 

Contudo, como é pobre em tudo, não entende que a renda variável faz o que tem que fazer, ou seja, variar. Assim, vende tudo na baixa e compra de novo na alta, e sempre perde. 

Como se vê igual a um "rico de direita" (redundância), olha apenas esse patrimônio de 10 mil reais como se fosse a fortuna do Egito. Sendo pobre, o pobre de direita teme ser o que é, pobre...

O que o pobre de direita esquece, aqui, é o fato de que, se morar sozinho e for muito econômico, aqueles 10 mil reais que tinha na bolsa (com chances de virarem 20 daqui um ano) não pagam mais do que seis meses de supermercado.

Esta é uma micro parte da ideologia do pobre de direita (especialmente aquele tal de "remediado"), mas o conjunto de ideias tortas ou nebulosas também ficará para outro dia. 

A última conclusão nos leva a crer, com firmeza, que o maior desafio do pobre de direita é a educação: estudar o que são os tubarões e o que é a consciência de classe que deve orientar os pobres explorados. 

Se estudasse, além de saber que é pobre (o óbvio), o pobre de direita também saberia que o Estado Rentista comprou seu voto com os "gordos dividendos" da Petrobrás, pagos pelo Fascismo já removido.

Saberia que agora a conta da desventura fascista chegou ... para os pobres. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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