Domingo, 29 de maio de 2022 - 12h27
Hoje fui arranhado pela gatinha
Queria seu espaço
Não minha provocação
Hoje fui arranhado duas vezes
Uma criança perdeu sua bala
Estava com fome
A criança perdeu sua infância
O policial perdeu sua bala
Nessa criança
Hoje queria arranhar uma esperança
Queria esquecer que a dor me arranhou
Queria arranhar um Arranha-céu pra levar a bala da criança
Queria ser criança
Porque a gente esquece os arranhões
Porque polícia é um soldadinho de chumbo
Um avatar que nem sabemos quem seja
Queria ser uma criança que adora brincar
Ganhar doces
Minha bala de infância é a "7 belo"
Magnífica
Da minha cidade
Dos doces sonhos
De uma família que vendia balas de tacho pra adocicar a vida dos seus filhos.
Bala Mágica
Infância doce
Sem arranhões que não se curem
Mas, não hoje
Hoje estou arranhado
Como está a Humanidade
Mais crianças sem infância, sem balas 7 Belo, encontraram balas de chumbo
A vida não é um arranha-céus
É uma gangorra
De dor, doces
Mas hoje não tem docilidade
Quero minha infância
E os seus 7 Belos sonhos
Mundo arranhado
Arranha-céu sem gente
O povo anda na rua
Dor na mente
Doces de dentes
- que mordem
- machucam
- matam
7 Belos sonhos
Ahh
O que não se vende, da gente pobre, é o fio de esperança. Para Carolina de Jesus não se expurga a fome, a angústia de ver os filhos passand
Pode ser voz corrente para muita gente, desse tipo que passa pela vida, mas, para mim, é corrente apenas a emoção que sinto cada vez que lei
MAMÃE, VENDE EU “ – Mamãe, vende eu para a Dona Julita, porque lá tem comida gostosa”.
Não se lê uma frase como essa impunemente. Por mais que a leitura do livro revele uma autora muito diferente de nós – que lemos e que escrevemos ess
O Brasil tem um presidente que passou fome – eleito pela terceira vez – e que teima em tentar tirar o país do mapa da fome. Poderíamos pens