Terça-feira, 14 de outubro de 2025 - 11h13

Pode ser voz
corrente para muita gente, desse tipo que passa pela vida, mas, para mim, é
corrente apenas a emoção que sinto cada vez que leio uma parte desse livro.
Fico emocionado a cada página, com o diário de mulheres e de crianças pobres e
famintas e, por isso, leio a conta gotas. Não é algo que consiga ler em
disparada, como costumo fazer com qualquer outro tipo de leitura.
Esse é o poder de provocar empatia
quando se lê a verdade sobre a realidade e as pessoas que movem esses moinhos
do sofrimento nacional. Aliás, se você buscar relatos do século passado, como
Vidas Secas de Graciliano Ramos, verá que pouco mudou. Verá também que Quarto
de Despejo não é romance, é um Diário – um relato diário da vida nua e crua de
quem passa fome.
Como escrevi em outro lugar “só ama
quem já amou” e, em referência ao Diário que conta as lutas diárias de Carolina
de Jesus e seus filhos famintos, só promove Interação Social quem tem empatia.
Não são sentimentos que se fabricam, nem se compram, como ocorre com os prêmios
do orgulho egoísta, da honra nervosa, da vaidade poderosa.
A Interação
Social pode ser escalonada, com reflexões instigadas, provocando mudanças
sociais aprofundadas, porém, a empatia é aquela própria, naturalmente nascida
do amor, de quem ama porque já amou antes. Não são de escalas diferentes, nem
pertencem a níveis diferentes; são de origens e de natureza diversas. A empatia
é humanamente natural a Carolina de Jesus, também poderia ser da sua
“literatura da vida” – como no “jornalismo literário” –, enquanto a Interação é
sociológica. Carolina de Jesus não faz Sociologia, ainda que provoque uma
análise social, uma crônica por políticas públicas de combate à fome.
● “Já estou na maturidade, quadra que o senso já criou raízes...Os favelados aos poucos estão convencendo-se que para vier precisam imitar os corvos[1]”
Carolina de
Jesus manifesta o amor, ainda que à sua volta só haja dor.
[1] CAROLINA Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São
Paulo: Ática, 2014, p. 40-41.
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