Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Vinício Carrilho

Estado rentista


Estado rentista  - Gente de Opinião

O Estado rentista, típico do século XXI, ou faz políticas sociais com os rendimentos, como em Portugal, ou compra votos, como no Brasil. 

Em Portugal há um "governo geringonça" - liderado pela esquerda, mas com ampla composição no espectro político. 

No Brasil, oposto ao Processo Civilizatório - sob um governo que se imiscui no Estado, com um Fascismo ratificado, institucional - os recursos (dividendos) vão alimentar a compra de votos (PEC Kamicase) e inflar ainda mais as emendas parlamentares - estas, por sua vez, também irão comprar votos. 

Essa é apenas uma das diferenças (dentro de centenas, milhares) entre o Fascismo (Estado de Exceção) e o chamado Estado Burguês (apelido genérico para a ausência de vocabulário), e que, neste caso, de Portugal, é o Estado Social. 

Ambos têm estruturas ou seguem critérios burgueses dominantes?

Sim, mas, se ainda não está clara a gigantesca diferença quanto à tipologia estatal (muito além do conceito vago e esvaziado: Estado Burguês), é preciso analisar sob a lente da Ciência, da história, da racionalidade. Ou seja, é urgente observar para além do monolito - especialmente para se safar das ideologias -, "fazendo-se política e Ciência". 

Neste ponto, além da história que convulsiona visões de mundo monolíticas (conceitualmente), é preciso dar razão a um dado simples - porém, essencial para quem produz Ciência Social -, e que é analisar sob a "racionalidade quanto aos fins".

Inclusive porque, resta claro e é obviedade, nesta metodologia de observação do Estado em Rede, o modus operandi de nutrição e capacitação da máquina pública é o mesmo: a "racionalidade quanto aos meios" é absolutamente a mesma: o maior rentista da bolsa de valores, no Brasil e em Portugal, é o Estado. 

O que difere em substância é o fim proposto, propósito, e o resultado. 

Por fim, podemos concluir que, em Ciências Sociais, confundir-se meios e fins equivale à própria negação da Ciência. 

Outra conclusão, menos elaborada, condiz com a ideia elementar de que a história é mestra em redimensionar o Estado Burguês, assim como o Direito aí produzido: em 1215 tratou-se dos direitos individuais (propriedade), já nos anos 1970-1980, essa mesma conquista histórica alterou-se dialeticamente (substancialmente) em "direitos individuais homogêneos": aqueles direitos consagrados a coletividades de pessoas, com características ou necessidades similares, homogêneas.

Enfim, aqui também é fácil entender que a propriedade privada se metamorfoseou em Direito Público. 

Então, há alguma diferença na substância do genérico Estado Burguês?

Veja mais no link: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/07/governo-pede-a-petrobras-caixa-bb-e-bndes-antecipacao-de-dividendos-para-bancar-auxilios.shtml

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 10 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Necropolítica e luta de classes no Rio de Janeiro - O fim do Estado

Necropolítica e luta de classes no Rio de Janeiro - O fim do Estado

A chacina ou o massacre – como se queira chamar – levados a cabo pelas forças policiais do Rio de Janeiro, a mando do Governador do Estado, no dia 28

Educação e Sociedade: Sociologia Política da Educação

Educação e Sociedade: Sociologia Política da Educação

O leitor terá a seguir apresentação do mais recente livro de Vinício Carrilho Martinez, professor titular da Universidade Federal de São Carlos. Ace

Ela pensa? - a inteligência desumana

Ela pensa? - a inteligência desumana

Tanto fizemos e desfizemos que, afinal de contas, e ainda estamos no início do século XXI, conseguimos produzir uma inteligência desumana, absolutam

Pensamento Escravista no Brasil atual

Pensamento Escravista no Brasil atual

          Esse texto foi pensado como contribuição pessoal ao Fórum Rondoniense de Direitos Humanos – FORO DH, na fala dirigida por mim na mesa Enfr

Gente de Opinião Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)