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Vinício Carrilho

Ensaio sobre Capitalismo digital e Tecnofascismo


Ensaio sobre Capitalismo digital e Tecnofascismo - Gente de Opinião

Veremos um pouco da junção entre os termos que compõem o conjunto do título, e, mais do que um conceito para cada um deles, buscamos ressaltar algumas das suas articulações – sendo que nem todas são assim tão recentes. Entretanto, iniciamos com um teste.

O que é Tecnofascismo?

Fizemos um teste, perguntando para a Inteligência Artificial (IA) o que esse termo significa ou implica. A resposta obtida é essa que segue abaixo:

      “Tecnofascismo é um conceito que descreve o uso de tecnologias modernas, especialmente as digitais e de inteligência artificial, para atingir objetivos autoritários e de supressão política. É uma forma de autoritarismo na qual o poder político se funde com o poder das grandes empresas de tecnologia (Big Tech), resultando em um controle social e repressão mais eficientes”.  

Nisso está correta a resposta? Sim, se não buscamos uma real condição cognitiva humana, isso bastaria. Todavia, se nosso objetivo é entender o conceito em si e sua manifestação singular na fase hegemônica do Capitalismo digital, então, a resposta é simplista, fenomenológica.

Pelo prisma de uma reflexão crítica e criativa da própria tecnologia aliançada com os termos políticos atuais, e por dentro do conceito (e isso não está na resposta), podemos visualizar um conjunto tecnológico que tem por premissa a “destruição da Política”[1]. O pressuposto é, precisamente, anular os espaços públicos em que a Política possa ser manifesta e assim sair fortalecida (Política maiúscula, porque é sinônimo de humanização).

Nesse esforço de desumanização está um conjunto tecnológico que nasceu para se ajustar ao que podemos chamar de Capitalismo digital: o resultado de uma somatória entre o rentismo (capitalismo especulativo e improdutivo, Estado rentista), o capitalismo de dados (monetização de views, geração de influencers monetizados à esquerda e à direta do espectro político) e a platamorfização da política ou, para ser mais preciso, a insurgência de um verdadeiro Estado-plataforma: as Big Techs dirigem as pautas políticas, além de monetizar o discurso que lhe convém. 

Entre a técnica e a tecnologia 

A partir da ideia, lógica, da “destruição da Política”, deve-se acrescentar o elemento da transformação da técnica em tecnologia. A técnica sempre esteve associada ao longo processo de hominização e o chamado Período do Neolítico é o ponto forte, o ponto da guinada na curva, pois foi quando incrementamos a associação criativa e indissolúvel entre arte, técnica e política: muito tempo depois, os gregos denominaram de techné (leia-se “tecné”).

Por sua vez, a tecnologia como a entendemos hoje em dia – é claro que substitui tarefas na vida comum e profissional – também é o ponto de outra inflexão: primeiro, gradativamente, as revoluções industriais criaram um maquinismo em substituição ao emprego maciço da força de trabalho manual (do tear mecânico ao motor de combustão).

Anteriormente, o Renascimento já havia trazido muita “racionalidade” ao “novo mundo” de expansão do capital: da Rota da Seda ao Mecanismo de Hobbes, Galileu. Sem dúvida, aqui temos um marco significativo da apropriação da técnica e a sua substituição pela tecnologia. Não apenas a perda do domínio humano na fabricação (o que se verá decisivamente na maquinaria descrita por Marx) estava pronunciada, como a imposição de valores e de domínios técnicos/tecnológicos por Grupos de Poder Hegemônicos seria o guia a partir de então. A “técnica” não só não mais serviria à Humanidade, desalinhando-se com a hominização, como, acima de tudo, seria empregada pela Expansão Ultramarina e imporia o Colonialismo e o escravismo.

Na fase seguinte, com o sistema produtivo fortalecido pelo Mecanicismo, chegamos ao funcionalismo. O que correspondeu ao capitalismo industrial do século passado (do Capitalismo Monopolista de Estado) numa fase insular e, na sequência do século XX, vimos a Internet ser criada como projeto militar (a Arpanet da Guerra-Fria dos anos 1950).

Com base em todos esses suportes, deu-se a imposição/captura do trabalho vivo e a expansão da mais valia relativa: o início do ápice da apropriação do raciocínio humano em prol da produção de capitais. No século passado, em compasso com a prevalência da “solidariedade orgânica” (do funcionalismo capitalista de Durkheim), vimos afirmar-se como hegemônico o Taylorismo: separação e superação do trabalho manual.

De meados do século XX para cá se pronunciaram a automação e a robotização, a pejotização, como indícios do “desligamento formal do mundo do trabalho”.

A Ideia de rede foi vista nos idos de 1990, quando as redes sociais (uma ideia muito incipiente, porque as redes nem existiam) tiveram empregos realmente políticos, politizados: de Chiapas, no México, a Seatle, do entorno do G-7 daquela época à Primavera Árabe.

Hoje temos as Guerras Híbridas, coordenadas a partir de ataques cibernéticos, redes antissociais, e das Revoluções Coloridas[2]: a total manipulação das massas por interesses os mais escusos. O nosso 8 de janeiro, posterior ao povo aquartelado no 7 de setembro de 2022, é indicador da propagação desenfreada nas redes antissociais dos discursos de ódio, antidemocráticos, e do avistamento de Golpe de Estado.

A uberização só é possível graças aos aplicativos digitais e é a cara do século atual, mas seus primeiros passos estão alinhados no passado[3] – como indicador da prevalência, hegemonia absoluta, das relações de produção digitalizadas pelo fim da formalidade: isso se patenteou como regra, no Brasil, com a “reforma trabalhista” de 2017, provocadora da total informalidade do Mundo do trabalho. O trabalho formal já é exceção no país. 

Liquidação pós-moderna da sociabilidade 

A cada passo desse avantajado e incontrolado avanço tecnológico, é claro, cederam o Mundo do trabalho e a política onde se realizava. No contexto atual, o que diferencia a exploração do trabalho infantil em fábricas de 3º Mundo com a exploração do trabalho infantil de crianças por seus pais, no ambiente digital?

Se fosse apenas pelo aspecto jurídico não haveria diferença. Como se trata da forma predominante e hegemônica de produção do capitalismo volátil, digital, então, há um glamour e um encantamento com a “inteligência dessas crianças”. E nada se faz criminalmente.

Seria o caso de se visualizar um escravismo moderno, combinando-se formas de exploração do trabalho anteriores ao capitalismo com novas formações ou adaptações das formações econômicas antigas (servidão, escravismo), anteriores aos meios e suportes capitalistas modernos. Neste sentido, tanto estão presentes a exploração do trabalho infantil (no ambiente virtual ou não[4]) quanto o trabalho mantido em “condições análogas à escravidão”, além do racismo que retroalimenta um tipo de Pensamento Escravista.

No entanto, além dessas condições e formações econômicas anteriores ao capitalismo, é predominante uma “servidão voluntária[5]” (usuários que abastecem, gratuitamente, a monetização das redes sociais) e, dentro desse tipo em especial, deve-se agregar a “exploração digital do trabalho infantil” (monetização da adultização). Essas duas formas e condições – trabalho infantil digital e servidão voluntária (muitas vezes seguidores, consumidores do mesmo trabalho infantil nas redes) – podem ser vistas como rastros de um “escravismo digital”.

O que também facilita nossa compreensão acerca dessa fase predominante das redes antissociais (destruição da Política), pois, qual é a sociabilidade almejada para crianças exploradas economicamente por seus pais ou responsáveis?

A conclusão parcial é que se a técnica foi essencial ao tripé do longo Processo Civilizatório (hominização com arte, política e técnica), ao contrário disso, a tecnologia digital (a partir da platamorfização, mas desde a Arpanet) está para a destruição da Política. E por isso a tecnologia atual tem por pressuposto a desumanização – um dos principais traços e resultados do Fascismo clássico[6]. 

Ciência e conhecimento 

Se antigamente se podia dizer que toda técnica é política, atualmente, podemos concluir que a tecnologia predominante é desumanizadora – simplesmente porque não converge com os interesses da Humanidade, estando submersa nos hegemônicos interesses do Capitalismo digital.

No âmbito da produção do conhecimento, quer dizer, da produção científica, não somente estamos ameaçados pela tomada de decisão pelas máquinas – o algoritmo, por exemplo, que define a “melhor” política pública – como o pior está chegando. Estamos, efetivamente, substituindo a capacidade cognitiva pelo emprego aprimorado do mais famoso método digital do copiar/colar.

Universidades, pelo mundo todo, já estão regulamentando o uso da Inteligência Artificial nos trabalhos acadêmicos, especialmente na pós-graduação. É um sinal dos tempos, é claro, dos tempos em que se discute a necessidade de alguma originalidade no pensamento humano. Se é a “máquina” quem traz as respostas mais adequadas a quem “bem” formula suas questões, de quem será a tese de doutorado, da IA ou do ser que lhe perguntou?

O que é tese de doutorado, se o argumento da tese (resposta a uma suposta indagação original de pesquisa humana) é produzido pelo algoritmo? A melhor tese será aquela que “melhor” aplicar o método digital do copiar/colar?

Será que a IA fará Ciência para si mesma? E nós, que abdicamos da capacidade analítica, seremos seus replicadores num futuro próximo? Ou será que esse futuro já chegou?

E como é que vamos avaliar a "pessoalidade”, a autenticidade, a originalidade de um trabalho de reflexão – se os argumentos e a reflexão provêm da lógica da máquina?

Mesmo que o trabalho de juntar os cacos de IA (copiar/colar) sejam de algum “indivíduo pesquisador” (obrigatoriamente entre aspas), o trabalho não será dele, “indivíduo pesquisador”. Mas sim de uma máquina de algoritmos. 

É provável que num futuro próximo isso que aqui descrevemos seja considerado obsoleto. 

É provável que prevaleça o teorema de que a IA recupera, resume, rearticula, o conhecimento da Humanidade sobre um tema específico e o apresenta como um “substrato da Humanidade”. E vão dizer que o "pensamento da Humanidade" (esse substrato da Humanidade que será alçado a um novo “pressuposto da Humanidade”) é muito superior ao de qualquer indivíduo, tomado isoladamente. Também vão dizer que não há problema nisso, porque o "substrato da Humanidade" não é mais um simples teorema, mas sim um princípio e que, enquanto princípio (que já é um pressuposto) deve se sobrepor ao anterior e original "princípio da pessoalidade”, autenticidade (singularidade se pensarmos na IA).

Ora, esse tal pressuposto já é uníssono e nós o vemos agir em todos os algoritmos, na universidade e nos bancos (sobretudo, os bancos digitais). 

Neste momento, a conclusão antecipada é que poderia chocar um pouco, pois é esse o pressuposto do Tecnofascismo: em nome de um suposto princípio universal (a IA como ferramenta que captura o “substrato da humanidade” e o converte em pressuposto) nós legitimamos a sobreposição do pensamento de máquina em detrimento da nossa massa crítica: máquinas já projetam máquinas e nós ficamos fora da equação.

Nesse andar em que chegamos, o edifício humano não só é considerado inferior em raciocínio, como se legitima uma forma de "Pensamento Único"[7]: essa tal captura do substrato criativo da Humanidade.

E isso também já é voz corrente, afinal, quem não se encanta (igual sereia) com a superioridade tecnológica da Inteligência Artificial?

O Pensamento Único (por óbvio, é totalitário) torna o humano obsoleto, superado, ultrapassado pela própria tecnologia que inventou. Do final do século passado à primeira década deste, o Pensamento Único era associado à imposição de uma “única tese” a ser seguida a partir do Império, com regime totalitário: as guerras davam conta de que isto acontecesse.

E não é essa criatura quem domina e dá ritmo ao capitalismo digital (D-D'), em que a exaustão física e mental é sinônimo de "novo escravismo"?

Já é essa obsolescência humana que dá as diretrizes de fórmulas de exploração da mais-valia, como vemos no tal 9-9-6. Olhando para as intermináveis horas trabalhadas pode-se pensar (sentir) que está em vigor a imposição da extração da mais valia absoluta – e de forma absolutizada pela exaustão.

A mais valia relativa (incremento tecnológico que aumenta a produção), desde o taylorismo, parecia ser o mote predominante. No entanto, nós já passamos o Rubicão. Não é apenas disso que se trata, mas sim da desumanização como princípio e a apropriação (manipulação, deturpação) dos próprios princípios que vieram construindo a nossa capacidade laborativa, artística, cognitiva, política. 

Despolitização continuada pela desumanização 

Outra forma de se descrever essa notável diferença entre técnica e tecnologia está no fato de que a técnica é um produto humano (assim como é um fator da hominização), empreendido enquanto "conhecimento técnico" associado ao Mundo do trabalho e da produção – a noção de “vivência”, "experiência pessoal", é definitiva para se entender essa relação entre o conhecimento técnico e artístico (de determinado indivíduo) e o humano (do conjunto da classe trabalhadora).

Ao passo que a tecnologia reflete o desprendimento (desfazimento) do "fazer-se humano" enquanto ela se reproduz de acordo com as necessidades do Capitalismo digital dos nossos tempos. A "inteligência da máquina que projeta máquinas" é apenas um degrau, até chegarmos na ponta do iceberg: a IA provedora de nossa síntese, capaz de se afirmar hegemonicamente ao extrair e se apropriar do "pressuposto da Humanidade" (da apropriação indébita do nosso substrato).

Com isso também vemos que foram desligados o "fazer-se humano", do conhecimento técnico, artístico e do trabalho, e o "fazer-se política", uma vez que a projeção política prevalecente advém da "inteligência da máquina" – na escolha e definição da “melhor” pauta política. Nada poderia ser mais corrosivo, desumanizador, do que retirar o conhecimento técnico e a política do centro do Processo Civilizatório.

Não apenas a Polis (a Política do espaço público) foi destronada, como foi destituída a capacidade cognitiva fundamental e inerente à projeção da política como parte e arte do "fazer-se humano".

Se as pautas políticas são projetadas pela IA, obviamente, significa que não somos seus projetores. A IA é nossa provedora.

          Sob esse domínio da IA na formulação dos pressupostos assentados no pensamento científico – como dominus e não dominação –, à Humanidade restará, literalmente, unicamente, os lampejos do “trabalho morto”, repetitivo, embrutecedor. E isso, é óbvio, impõe doravante uma “matriz ética”: o sofisticado método do copiar/colar que sustenta a IA tende a nos considerar obsoletos em nossa mais singular condição criativa e, portanto, crítica.

Portanto, não é difícil perceber como isso tudo caminha para um “Pensamento Único”: com a tecnologia no comando das decisões mais importantes da Humanidade. A mecanização e a robotização são fases anteriores, no entanto, são evidentes constatações de um caminho que viria desembocar na atual patente da tecnologia destrutiva da Política.

          Em termos correlatos, resta patente a conclusão parcial de que a despolitização é continuada pela desumanização. 

A IA e o “novo” dominus 

          Em suma, trazemos uma amostragem final, um resumo simplificado do Tecnofascismo, e que poderia ser assim apresentado:

      A substituição da técnica, como humanização, pelo fetichismo da tecnologia é parte integrante (base material) da projeção do capital de exploração, desde o antigo Colonialismo. Hoje, entretanto, nos domínios do Capitalismo digital (neocolonialismo) é o reflexo hegemônico da desumanização, da exploração mais aguda e da consequente desumanização e despolitização.  

As redes antissociais são apenas um elo no amplo roteiro do Capitalismo digital, que é uma somatória do presente com o passado, do rentismo à monetização digital (exponenciação do discurso antipolítica), e passando pela exploração do pensamento escravista atualizado: a uberização acelerada, sendo associada ao racismo e à exploração do trabalho análogo à escravidão (de adultos ou de crianças). A “adultização infantil” concorre com a infantilização dos mais velhos.

Se dissermos, por fim, que o Tecnofascismo (como tecnologia fascista) é uma espécie de alavanca de todos os processos e ferramentas anteriores colocadas à disposição da “destruição da Política” – sendo esta uma tese humana – não haverá exagero em concluirmos que o exceptio (a exceção/exclusão) é uma base atuante do Tecnofascismo. Portanto, quando indagamos à Inteligência Artificial o que é Tecnofascismo, por força da obviedade, a resposta não nos dirá que devemos investir numa Educação para além da exceção[8].



[1] MARTINEZ, Vinício Carrilho. A destruição da política: a sociedade de controle entre a pandemia e o pandemônio político. Campina Grande: EDUEPB, 2023. Disponível em: https://zenodo.org/records/8298411.

[2] Cada caso é um caso e este, assim como outros, precisa ser analisado em profundidade para se ter uma apreciação mais precisa; no entanto, é exemplificativo – tivemos um paralelo a isto em 2013: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2025/10/14/entenda-a-crise-em-madagascar-impulsionada-pela-geracao-z.htm. Acesso em 16/10/2025. 

[3] Não é à toa que também se previu ali o fim do Estado Moderno – o que não aconteceu e nem irá, ao menos tão cedo não irá.

[5] BAUMAN, Zygmunt. Vigilância Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

[6] MARTINEZ, Vinício Carrilho. Necrofascismo: Fascismo Nacional, necropolítica, licantropia política, genocídio político. Curitiba: Brazil Publishing, 2022.

[7] RAMONET, Ignácio. O Pensamento único. Publicado no original em francês no Le Monde Diplomatique. Traduzido por Jaerson Lucas Bezerra. Janeiro de 1995.

[8] MARTINEZ, Vinício Carrilho. *Educação para além da exceção*: Educação para além do capital; Educação após Auschwiz, e depois de Gaza; Educação em Direitos Humanos; Educação Constitucional. 499 p. 2025. Tese (Título de Professor Titular) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2025.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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