Domingo, 26 de outubro de 2025 - 15h02

Veremos um pouco da junção entre os termos que
compõem o conjunto do título, e, mais do que um conceito para cada um deles,
buscamos ressaltar algumas das suas articulações – sendo que nem todas são
assim tão recentes. Entretanto, iniciamos com um teste.
O que é Tecnofascismo?
Fizemos um teste, perguntando para a
Inteligência Artificial (IA) o que esse termo significa ou implica. A resposta
obtida é essa que segue abaixo:
● “Tecnofascismo é um conceito que descreve o uso de tecnologias modernas, especialmente as digitais e de inteligência artificial, para atingir objetivos autoritários e de supressão política. É uma forma de autoritarismo na qual o poder político se funde com o poder das grandes empresas de tecnologia (Big Tech), resultando em um controle social e repressão mais eficientes”.
Nisso está correta a resposta? Sim, se não
buscamos uma real condição cognitiva humana, isso bastaria. Todavia, se nosso
objetivo é entender o conceito em si e sua manifestação singular na fase
hegemônica do Capitalismo digital, então, a resposta é simplista,
fenomenológica.
Pelo prisma de uma reflexão crítica e criativa
da própria tecnologia aliançada com os termos políticos atuais, e por dentro do
conceito (e isso não está na resposta), podemos visualizar um conjunto tecnológico
que tem por premissa a “destruição da Política”[1].
O pressuposto é, precisamente, anular os espaços públicos em que a Política
possa ser manifesta e assim sair fortalecida (Política maiúscula, porque é
sinônimo de humanização).
Nesse esforço de desumanização está um conjunto tecnológico que nasceu para se ajustar ao que podemos chamar de Capitalismo digital: o resultado de uma somatória entre o rentismo (capitalismo especulativo e improdutivo, Estado rentista), o capitalismo de dados (monetização de views, geração de influencers monetizados à esquerda e à direta do espectro político) e a platamorfização da política ou, para ser mais preciso, a insurgência de um verdadeiro Estado-plataforma: as Big Techs dirigem as pautas políticas, além de monetizar o discurso que lhe convém.
Entre a técnica e a tecnologia
A partir da ideia, lógica, da “destruição da
Política”, deve-se acrescentar o elemento da transformação da técnica em
tecnologia. A técnica sempre esteve associada ao longo processo de hominização
e o chamado Período do Neolítico é o ponto forte, o ponto da guinada na curva,
pois foi quando incrementamos a associação criativa e indissolúvel entre arte,
técnica e política: muito tempo depois, os gregos denominaram de techné (leia-se “tecné”).
Por sua vez, a tecnologia como a entendemos hoje
em dia – é claro que substitui tarefas na vida comum e profissional – também é
o ponto de outra inflexão: primeiro, gradativamente, as revoluções industriais
criaram um maquinismo em substituição ao emprego maciço da força de trabalho
manual (do tear mecânico ao motor de combustão).
Anteriormente, o Renascimento já havia trazido
muita “racionalidade” ao “novo mundo” de expansão do capital: da Rota da Seda
ao Mecanismo de Hobbes, Galileu. Sem dúvida, aqui temos um marco significativo
da apropriação da técnica e a sua substituição pela tecnologia. Não apenas a
perda do domínio humano na fabricação (o que se verá decisivamente na
maquinaria descrita por Marx) estava pronunciada, como a imposição de valores e
de domínios técnicos/tecnológicos por Grupos de Poder Hegemônicos seria o guia
a partir de então. A “técnica” não só não mais serviria à Humanidade,
desalinhando-se com a hominização, como, acima de tudo, seria empregada pela
Expansão Ultramarina e imporia o Colonialismo e o escravismo.
Na fase seguinte, com o sistema produtivo
fortalecido pelo Mecanicismo, chegamos ao funcionalismo. O que correspondeu ao
capitalismo industrial do século passado (do Capitalismo Monopolista de Estado)
numa fase insular e, na sequência do século XX, vimos a Internet ser criada
como projeto militar (a Arpanet da Guerra-Fria dos anos 1950).
Com base em todos esses suportes, deu-se a
imposição/captura do trabalho vivo e a expansão da mais valia relativa: o
início do ápice da apropriação do raciocínio humano em prol da produção de
capitais. No século passado, em compasso com a prevalência da “solidariedade
orgânica” (do funcionalismo capitalista de Durkheim), vimos afirmar-se como
hegemônico o Taylorismo: separação e superação do trabalho manual.
De meados do século XX para cá se pronunciaram a
automação e a robotização, a pejotização, como indícios do “desligamento formal
do mundo do trabalho”.
A Ideia de rede foi vista nos idos de 1990,
quando as redes sociais (uma ideia muito incipiente, porque as redes nem existiam)
tiveram empregos realmente políticos, politizados: de Chiapas, no México, a
Seatle, do entorno do G-7 daquela época à Primavera Árabe.
Hoje temos as Guerras Híbridas, coordenadas a
partir de ataques cibernéticos, redes antissociais, e das Revoluções Coloridas[2]: a
total manipulação das massas por interesses os mais escusos. O nosso 8 de
janeiro, posterior ao povo aquartelado no 7 de setembro de 2022, é indicador da
propagação desenfreada nas redes antissociais dos discursos de ódio,
antidemocráticos, e do avistamento de Golpe de Estado.
A uberização só é possível graças aos aplicativos digitais e é a cara do século atual, mas seus primeiros passos estão alinhados no passado[3] – como indicador da prevalência, hegemonia absoluta, das relações de produção digitalizadas pelo fim da formalidade: isso se patenteou como regra, no Brasil, com a “reforma trabalhista” de 2017, provocadora da total informalidade do Mundo do trabalho. O trabalho formal já é exceção no país.
Liquidação pós-moderna da sociabilidade
A cada passo desse avantajado e incontrolado
avanço tecnológico, é claro, cederam o Mundo do trabalho e a política onde se
realizava. No contexto atual, o que diferencia a exploração do trabalho
infantil em fábricas de 3º Mundo com a exploração do trabalho infantil de
crianças por seus pais, no ambiente digital?
Se fosse apenas pelo aspecto jurídico não
haveria diferença. Como se trata da forma predominante e hegemônica de produção
do capitalismo volátil, digital, então, há um glamour e um encantamento com a
“inteligência dessas crianças”. E nada se faz criminalmente.
Seria o caso de se visualizar um escravismo
moderno, combinando-se formas de exploração do trabalho anteriores ao
capitalismo com novas formações ou adaptações das formações econômicas antigas
(servidão, escravismo), anteriores aos meios e suportes capitalistas modernos.
Neste sentido, tanto estão presentes a exploração do trabalho infantil (no
ambiente virtual ou não[4])
quanto o trabalho mantido em “condições análogas à escravidão”, além do racismo
que retroalimenta um tipo de Pensamento Escravista.
No entanto, além dessas condições e formações
econômicas anteriores ao capitalismo, é predominante uma “servidão voluntária[5]”
(usuários que abastecem, gratuitamente, a monetização das redes sociais) e,
dentro desse tipo em especial, deve-se agregar a “exploração digital do
trabalho infantil” (monetização da adultização). Essas duas formas e condições
– trabalho infantil digital e servidão voluntária (muitas vezes seguidores,
consumidores do mesmo trabalho infantil nas redes) – podem ser vistas como
rastros de um “escravismo digital”.
O que também facilita nossa compreensão acerca
dessa fase predominante das redes antissociais (destruição da Política), pois,
qual é a sociabilidade almejada para crianças exploradas economicamente por
seus pais ou responsáveis?
A conclusão parcial é que se a técnica foi essencial ao tripé do longo Processo Civilizatório (hominização com arte, política e técnica), ao contrário disso, a tecnologia digital (a partir da platamorfização, mas desde a Arpanet) está para a destruição da Política. E por isso a tecnologia atual tem por pressuposto a desumanização – um dos principais traços e resultados do Fascismo clássico[6].
Ciência e conhecimento
Se antigamente se podia dizer que toda técnica é
política, atualmente, podemos concluir que a tecnologia predominante é
desumanizadora – simplesmente porque não converge com os interesses da
Humanidade, estando submersa nos hegemônicos interesses do Capitalismo digital.
No âmbito da produção do conhecimento, quer
dizer, da produção científica, não somente estamos ameaçados pela tomada de
decisão pelas máquinas – o algoritmo, por exemplo, que define a “melhor”
política pública – como o pior está chegando. Estamos, efetivamente,
substituindo a capacidade cognitiva pelo emprego aprimorado do mais famoso
método digital do copiar/colar.
Universidades, pelo mundo todo, já estão
regulamentando o uso da Inteligência Artificial nos trabalhos acadêmicos,
especialmente na pós-graduação. É um sinal dos tempos, é claro, dos tempos em
que se discute a necessidade de alguma originalidade no pensamento humano. Se é
a “máquina” quem traz as respostas mais adequadas a quem “bem” formula suas
questões, de quem será a tese de doutorado, da IA ou do ser que lhe perguntou?
O que é tese de doutorado, se o argumento da
tese (resposta a uma suposta indagação original de pesquisa humana) é produzido
pelo algoritmo? A melhor tese será aquela que “melhor” aplicar o método digital
do copiar/colar?
Será que a IA fará Ciência para si mesma? E nós,
que abdicamos da capacidade analítica, seremos seus replicadores num futuro
próximo? Ou será que esse futuro já chegou?
E como é que vamos avaliar a
"pessoalidade”, a autenticidade, a originalidade de um trabalho de
reflexão – se os argumentos e a reflexão provêm da lógica da máquina?
Mesmo que o trabalho de juntar os cacos de IA
(copiar/colar) sejam de algum “indivíduo pesquisador” (obrigatoriamente entre
aspas), o trabalho não será dele, “indivíduo pesquisador”. Mas sim de uma
máquina de algoritmos.
É provável que num futuro próximo isso que aqui
descrevemos seja considerado obsoleto.
É provável que prevaleça o teorema de que a IA
recupera, resume, rearticula, o conhecimento da Humanidade sobre um tema
específico e o apresenta como um “substrato da Humanidade”. E vão dizer que o
"pensamento da Humanidade" (esse substrato da Humanidade que será
alçado a um novo “pressuposto da Humanidade”) é muito superior ao de qualquer
indivíduo, tomado isoladamente. Também vão dizer que não há problema nisso,
porque o "substrato da Humanidade" não é mais um simples teorema, mas
sim um princípio e que, enquanto princípio (que já é um pressuposto) deve se
sobrepor ao anterior e original "princípio da pessoalidade”, autenticidade
(singularidade se pensarmos na IA).
Ora, esse tal pressuposto já é uníssono e nós o
vemos agir em todos os algoritmos, na universidade e nos bancos (sobretudo, os
bancos digitais).
Neste momento, a conclusão antecipada é que
poderia chocar um pouco, pois é esse o pressuposto do Tecnofascismo: em nome de
um suposto princípio universal (a IA como ferramenta que captura o “substrato da
humanidade” e o converte em pressuposto) nós legitimamos a sobreposição do
pensamento de máquina em detrimento da nossa massa crítica: máquinas já
projetam máquinas e nós ficamos fora da equação.
Nesse andar em que chegamos, o edifício humano
não só é considerado inferior em raciocínio, como se legitima uma forma de
"Pensamento Único"[7]:
essa tal captura do substrato criativo da Humanidade.
E isso também já é voz corrente, afinal, quem
não se encanta (igual sereia) com a superioridade tecnológica da Inteligência
Artificial?
O Pensamento Único (por óbvio, é totalitário)
torna o humano obsoleto, superado, ultrapassado pela própria tecnologia que
inventou. Do final do século passado à primeira década deste, o Pensamento
Único era associado à imposição de uma “única tese” a ser seguida a partir do
Império, com regime totalitário: as guerras davam conta de que isto
acontecesse.
E não é essa criatura quem domina e dá ritmo ao
capitalismo digital (D-D'), em que a exaustão física e mental é sinônimo de
"novo escravismo"?
Já é essa obsolescência humana que dá as
diretrizes de fórmulas de exploração da mais-valia, como vemos no tal 9-9-6.
Olhando para as intermináveis horas trabalhadas pode-se pensar (sentir) que
está em vigor a imposição da extração da mais valia absoluta – e de forma
absolutizada pela exaustão.
A mais valia relativa (incremento tecnológico que aumenta a produção), desde o taylorismo, parecia ser o mote predominante. No entanto, nós já passamos o Rubicão. Não é apenas disso que se trata, mas sim da desumanização como princípio e a apropriação (manipulação, deturpação) dos próprios princípios que vieram construindo a nossa capacidade laborativa, artística, cognitiva, política.
Despolitização continuada pela desumanização
Outra forma de se descrever essa notável
diferença entre técnica e tecnologia está no fato de que a técnica é um produto
humano (assim como é um fator da hominização), empreendido enquanto
"conhecimento técnico" associado ao Mundo do trabalho e da produção –
a noção de “vivência”, "experiência pessoal", é definitiva para se
entender essa relação entre o conhecimento técnico e artístico (de determinado
indivíduo) e o humano (do conjunto da classe trabalhadora).
Ao passo que a tecnologia reflete o
desprendimento (desfazimento) do "fazer-se humano" enquanto ela se
reproduz de acordo com as necessidades do Capitalismo digital dos nossos
tempos. A "inteligência da máquina que projeta máquinas" é apenas um
degrau, até chegarmos na ponta do iceberg: a IA provedora de nossa síntese,
capaz de se afirmar hegemonicamente ao extrair e se apropriar do
"pressuposto da Humanidade" (da apropriação indébita do nosso
substrato).
Com isso também vemos que foram desligados o
"fazer-se humano", do conhecimento técnico, artístico e do trabalho,
e o "fazer-se política", uma vez que a projeção política prevalecente
advém da "inteligência da máquina" – na escolha e definição da
“melhor” pauta política. Nada poderia ser mais corrosivo, desumanizador, do que
retirar o conhecimento técnico e a política do centro do Processo
Civilizatório.
Não apenas a Polis (a Política do espaço
público) foi destronada, como foi destituída a capacidade cognitiva fundamental
e inerente à projeção da política como parte e arte do "fazer-se
humano".
Se as pautas políticas são projetadas pela IA,
obviamente, significa que não somos seus projetores. A IA é nossa provedora.
Sob
esse domínio da IA na formulação dos pressupostos assentados no pensamento
científico – como dominus e não
dominação –, à Humanidade restará, literalmente, unicamente, os lampejos do
“trabalho morto”, repetitivo, embrutecedor. E isso, é óbvio, impõe doravante
uma “matriz ética”: o sofisticado método do copiar/colar que sustenta a IA
tende a nos considerar obsoletos em nossa mais singular condição criativa e,
portanto, crítica.
Portanto, não é difícil perceber como isso tudo
caminha para um “Pensamento Único”: com a tecnologia no comando das decisões
mais importantes da Humanidade. A mecanização e a robotização são fases
anteriores, no entanto, são evidentes constatações de um caminho que viria
desembocar na atual patente da tecnologia destrutiva da Política.
Em termos correlatos, resta patente a conclusão parcial de que a despolitização é continuada pela desumanização.
A IA e o “novo” dominus
Em
suma, trazemos uma amostragem final, um resumo simplificado do Tecnofascismo, e
que poderia ser assim apresentado:
● A substituição da técnica, como humanização, pelo fetichismo da tecnologia é parte integrante (base material) da projeção do capital de exploração, desde o antigo Colonialismo. Hoje, entretanto, nos domínios do Capitalismo digital (neocolonialismo) é o reflexo hegemônico da desumanização, da exploração mais aguda e da consequente desumanização e despolitização.
As redes antissociais são apenas um elo no amplo
roteiro do Capitalismo digital, que é uma somatória do presente com o passado,
do rentismo à monetização digital (exponenciação do discurso antipolítica), e
passando pela exploração do pensamento escravista atualizado: a uberização
acelerada, sendo associada ao racismo e à exploração do trabalho análogo à
escravidão (de adultos ou de crianças). A “adultização infantil” concorre com a
infantilização dos mais velhos.
Se dissermos, por fim, que o Tecnofascismo (como tecnologia fascista) é uma espécie de alavanca de todos os processos e ferramentas anteriores colocadas à disposição da “destruição da Política” – sendo esta uma tese humana – não haverá exagero em concluirmos que o exceptio (a exceção/exclusão) é uma base atuante do Tecnofascismo. Portanto, quando indagamos à Inteligência Artificial o que é Tecnofascismo, por força da obviedade, a resposta não nos dirá que devemos investir numa Educação para além da exceção[8].
[1] MARTINEZ, Vinício
Carrilho. A destruição da política: a sociedade de controle entre a pandemia e
o pandemônio político. Campina Grande: EDUEPB, 2023. Disponível em: https://zenodo.org/records/8298411.
[2] Cada caso é um caso e este, assim como
outros, precisa ser analisado em profundidade para se ter uma apreciação mais
precisa; no entanto, é exemplificativo – tivemos um paralelo a isto em 2013: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2025/10/14/entenda-a-crise-em-madagascar-impulsionada-pela-geracao-z.htm. Acesso em 16/10/2025.
[3] Não é à toa que também se previu ali o fim do Estado
Moderno – o que não aconteceu e nem irá, ao menos tão cedo não irá.
[4] https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/10/camara-aprova-aumento-de-pena-para-pedofilos-e-regras-para-influenciadores-mirins.shtml. Acesso em 16/10/2025.
[5] BAUMAN, Zygmunt. Vigilância Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
[6] MARTINEZ, Vinício Carrilho. Necrofascismo: Fascismo Nacional,
necropolítica, licantropia política, genocídio político. Curitiba: Brazil
Publishing, 2022.
[7] RAMONET, Ignácio. O Pensamento
único. Publicado no original em
francês no Le Monde Diplomatique.
Traduzido por Jaerson Lucas Bezerra. Janeiro de 1995.
[8] MARTINEZ, Vinício Carrilho. *Educação para além da exceção*: Educação
para além do capital; Educação após Auschwiz, e depois de Gaza; Educação em
Direitos Humanos; Educação Constitucional. 499 p. 2025. Tese (Título de
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