Quinta-feira, 18 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Justiça

MPF recomenda que Energisa Rondônia interrompa fornecimento de energia em áreas de assentamentos irregulares

Medida busca coibir ocupações irregulares em reservas legais e reparar danos ambientais


Foto ilustrativa: wirestock/Freekpik - Gente de Opinião
Foto ilustrativa: wirestock/Freekpik

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Energisa Rondônia - Distribuidora de Energia que interrompa, no prazo de 45 dias, o fornecimento de energia elétrica em três assentamentos irregulares em municípios rondonienses: do Galo, em Chupinguaia; Padre Ezequiel, em Mirante da Serra; e Margarida Alves, em Nova União. A concessionária também deve retirar postes e equipamentos eventualmente instalados nos locais.

A recomendação, assinada procurador da República Gabriel de Amorim Silva Ferreira, é resultado de procedimento do MPF para acompanhar os danos ambientais causados por invasões em reservas legais em bloco de projetos de assentamento no estado. As reservas legais em bloco são áreas de preservação ambiental criadas dentro de projetos de assentamento da reforma agrária. Tais reservas são concentradas em um espaço único e contínuo, sem a individualização por lotes, o que facilita a fiscalização e garante maior proteção da biodiversidade, dos cursos d’água e dos corredores ecológicos.

De acordo com o documento, os assentamentos Padre Ezequiel e Margarida Alves estão localizados em terras de domínio público. Já o acampamento do Galo, é uma ocupação irregular localizada no interior da reserva em bloco do projeto de assentamento Maranata. A área é objeto de ação do MPF para desintrusão (retirada de invasores) da reserva e a consequente reintegração de posse ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)

O MPF constatou, por meio de apurações em procedimentos específicos, que a Energisa vinha instalando rede elétrica nessas áreas, o que, na prática, favorece a ocupação e contribui para a degradação ambiental. A ocupação irregular em área de reserva legal fere gravemente o disposto na legislação ambiental e nos regulamentos e jamais pode ser estimulada, de nenhuma forma, a continuidade de invasão em áreas de Projetos de Assentamentos”, ressalta Gabriel de Amorim no documento.

Para procurador da República, ao fornecer energia elétrica em áreas de ocupação ilegal, a concessionária atua como poluidora indireta e está sujeita à responsabilidade civil ambiental. “O corte da eletricidade é medida necessária para desencorajar a ocupação e remover a prática do ilícito por parte da Concessionária”, afirma.

A Energisa tem 15 dias para informar se acatará as medidas.

 

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 18 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

MPRO denuncia 34 pessoas investigadas na Operação Escudo de Rondônia

MPRO denuncia 34 pessoas investigadas na Operação Escudo de Rondônia

O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Enfre

Atuação do MPF contribui para queda expressiva dos casos de febre oropouche em Rondônia

Atuação do MPF contribui para queda expressiva dos casos de febre oropouche em Rondônia

O estado de Rondônia, que em 2024 ocupava a segunda posição entre os estados com mais casos de febre do oropouche no país, registrou uma redução drá

 MP questiona a constitucionalidade de decreto que suspende plano para retirada de criações de animais da Estação Soldado da Borracha e demais unidades de conservação

MP questiona a constitucionalidade de decreto que suspende plano para retirada de criações de animais da Estação Soldado da Borracha e demais unidades de conservação

O Ministério Público de Rondônia (MPRO) propôs Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), com pedido de medida cautelar, visando à suspensão da efi

MPF recomenda que município de Ji-Paraná (RO) faça adesão ao Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência

MPF recomenda que município de Ji-Paraná (RO) faça adesão ao Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência

O Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação ao município de Ji-Paraná, em Rondônia, para que adote as providências administrativas e or

Gente de Opinião Quinta-feira, 18 de setembro de 2025 | Porto Velho (RO)