Segunda-feira, 15 de junho de 2015 - 08h08
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Professor Nazareno*
Durante a última semana, vários setores da opinião pública brasileira e dos meios de comunicações estiveram envolvidos em discussões acaloradas. A Parada do Orgulho Gay de São Paulo e um comercial de O Boticário sobre diversidade lideraram os bate-papos no Brasil inteiro. Nas redes sociais não se via outra coisa. Enquanto isso, a Câmara dos Deputados aprovou a continuidade do voto obrigatório no país. Entendida como um dos últimos resquícios da Ditadura Militar, a obrigatoriedade de votar, odiada e criticada por muitos brasileiros, foi simplesmente confirmada com a votação de 311 deputados. Tudo continuará do jeito que sempre esteve e não se ouviu um único pio sobre essa decisão dos nossos representantes políticos. Assim, todo cidadão brasileiro entre 18 e 70 anos continua obrigado a comparecer às urnas e a votar em toda eleição.
Entretidos com a absurda discussão de “sexo dos anjos”, a maioria dos cidadãos brasileiros orientados principalmente por espertos líderes religiosos sequer percebeu o que estava acontecendo em Brasília. Por isso, pouco mais de três centenas de pessoas decidiram que os quase 150 milhões de eleitores, muitos contra a própria vontade, devem ter a obrigação de elegê-los. É a democracia, muitos dirão, mas o Brasil deve ser uma das únicas do mundo que mantém uma excrescência desta. É um verdadeiro absurdo o indivíduo, num regime democrático, ser obrigado por decisão do Poder Público a fazer aquilo que não quer. Todos nós reclamamos, mas nada fizemos nem faremos para mudar o quadro que aí está. Para muitos de nós brasileiros, discutir acaloradamente um simples comercial de televisão parece ser muito mais importante.
Acredita-se que mais de 80% da opinião pública brasileira seja alienada, burra, estúpida e totalmente sem leitura de mundo. E para piorar a situação, está totalmente despolitizada e sob a liderança muitas vezes de líderes escroques que a manipulam do jeito que querem. Os outros 20% dos brasileiros, entendidos como mais politizados e conscientes, ficam reféns dessa maioria anacrônica. A grande parte dos nossos eleitores geralmente não sabe votar e também não se interessa pelas decisões políticas que norteiam o seu próprio destino. Por isso, se preocupar com tolos comerciais de TV ou com alegorias em manifestações de rua parecem chamar mais a atenção. Até muitos dos deputados federais, os mesmos que votaram pela obrigatoriedade do voto, numa manifestação patética, participaram no plenário contra a marcha dos homossexuais.
A “Parada para Jesus” ou a “Marcha do Orgulho Gay” embora sejam manifestações legítimas e democráticas, têm servido apenas como mútuas provocações e são, por isso, movimentos totalmente desnecessários que só servem, muitas vezes, para alimentar o ódio, a intransigência, o preconceito e a intolerância entre os seus milhões de participantes. Uma não sobreviveria sem a outra, eis a verdade. Muito mais proveitoso para o Brasil e para os brasileiros de um modo geral, seria essas multidões, muitas delas repletas de indivíduos alienados e manipulados por terceiros, sair às ruas em defesa da escola pública, por exemplo. Se dez por cento desses manifestantes se interessassem pelas decisões políticas e sociais, os nossos desprestigiados políticos não “sacaneavam” tanto conosco. Por isso, impor de goela abaixo a obrigatoriedade de votar aos brasileiros, dentre tantos outros absurdos, foi até fácil. Merecemos isso. E calados.
*É Professor em Porto Velho.
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