Quarta-feira, 15 de junho de 2011 - 17h17
José Maria Chapina Alcazar
Os profissionais da área de Ciências Contábeis encontram-se hoje entre os quadros mais requisitados pelo mercado, situação que ganhou relevo desde que grandes empresas passaram a valorizar o balanço anual mais amplo, com resultados não apenas de sua variação patrimonial, bem como das relações corporativas. Aspectos como governança, índices de satisfação do consumidor, práticas meritórias no ambiente do trabalho, ações ambientais e sociais, entre muitas outras, se somaram à apresentação do desempenho econômico. Também o aprimoramento dos mecanismos de fiscalização fiscal e tributária obrigou a uma profissionalização maior do setor entre as empresas.
A valorização teve seu ápice com a aprovação da Lei Federal 12.249/2010, a qual, em boa hora, instituiu o Exame de Suficiência na área, agora requisito obrigatório para o registro do profissional junto ao Conselho Federal de Contabilidade. Ato contínuo, o Sescon-SP reconheceu a importância do dispositivo e começou a se preparar para o enfrentamento de uma dura realidade: a precariedade com que os cursos técnicos e superiores têm trabalhado a formação desses quadros. Lançou, em 19 de maio passado, o Curso Preparatório para o Exame de Suficiência, iniciativa da Universidade Corporativa UniSescon em parceria com a Trevisan Escolas de Negócios. Uma semana após o começo das aulas, o CRC nacional comprovou nossos temores. Segundo os resultados publicados pelo Conselho no Diário Oficial da União, apenas 30,83% dos bacharéis em Ciências Contábeis e 24,93% dos técnicos em Contabilidade foram aprovados no 1º Exame de Suficiência, aplicado em 27 de março deste ano.
Ou seja, pelo menos 70% de nossos contadores não estão aptos ao pleno exercício de suas funções. Dois terços dos candidatos avaliados nesta primeira edição do Exame não apresentaram conhecimento contábil diversificado, consistente e atualizado. Faltou ainda equilíbrio técnico entre teoria e prática contábil, competência que foi bastante exigida pela prova. São qualidades bastante ausentes na maioria das graduações de Ciências Contábeis pelo Brasil afora. O Índice Geral de Cursos (IGC), baseado, entre outros, no Enade (Exame Nacional de Avaliação do Desempenho Estudantil), já vinha apontando, claramente, deficiência estrutural na formação do bacharelado em Ciências Contábeis. Por exemplo, das 38 instituições de ensino superior da capital paulista que oferecem a graduação e que participaram da última avaliação aplicada pelo Ministério da Educação, somente uma atingiu a pontuação máxima.
Já se conhecem as razões e causas históricas que cercam a situação. O momento sugere o apontamento de soluções. O fato é que os concluintes dos cursos superiores e técnicos estão no mercado, incapacitados legalmente de exercer a profissão porque não atenderam a um dos requisitos básicos: a aprovação no Exame de Suficiência. Pior é que contam com menos de quatro meses para se preparar até o segundo Exame de Suficiência, programado para setembro deste ano.
Na proposta conjunta da UniSescon e Trevisan Escola de Negócios, o objetivo é fazer com que o aluno possa revisar o conteúdo curricular previsto no Exame, atualizar os principais conceitos contábeis e eliminar dúvidas conceituais e práticas. São dois encontros semanais de aulas durante quatro meses, além de quatro exames simulados, aplicados aos sábados. O curso apresenta uma visão dinâmica sobre o conteúdo exigido e cria um ambiente propício para o debate, reforçando a missão do Sescon-SP de investir na capacitação indispensável ao exercício confiável da profissão. O contabilista precisa fazer jus à relevância e espaço que a área conquistou na moderna gestão empresarial, em um quadro que soma 492 mil profissionais e 77 mil empresas no País, ou 135 mil contabilistas e 19 mil empresas no Estado de São Paulo.
José Maria Chapina Alcazar, empresário, é presidente do SESCON-SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo) e da AESCON-SP (Associação das empresas da atividade).
Fonte: Danielle Borges
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