Terça-feira, 6 de maio de 2014 - 07h05
Pacientes em macas jogados em meio a corredores de hospitais, demora de meses para a marcação de consultas, fechamento de leitos, falta de medicamentos e profissionais, estrutura sucateada, caos. Esse, lamentavelmente, é o retrato preponderante no Sistema único de Saúde atualmente. Temos certas ilhas de excelência com atendimento irretocável, é verdade. Mas a regra, especialmente para os cidadãos mais vulneráveis, é de assustar. Quase um filme de terror.
Parte dessa derrocada tem uma explicação simples e de conhecimento público: não há dinheiro na saúde. Governo de diferentes matizes subfinanciam o setor há décadas, fazendo com que o Brasil figure em posição vergonhosa em rankings mundiais. Na América Latina, por exemplo, só investimos mais do que Venezuela, Paraguai e Equador. O gasto per capita do SUS para toda a população é de R$ 45,00 por mês. Não dá para pagar nem o estacionamento de alguém que vai a um hospital para uma consulta de emergência.
O Sistema Único de Saúde é o mais avançado programa mundial para assistência universal e integral em saúde, na teoria. Mas é impossível que seja vanguarda na prática sem vontade política e compromisso social.
Hoje, a iniciativa privada investe na área mais recursos do que o Estado. O setor recebe 8,4% do chamado produto interno bruto (PIB), Deste montante, 55% são privados (e beneficiam cerca de 46 milhões de pessoas) e 45%, públicos – para as demandas de todos os 200 milhões de brasileiros.
A fatia estatal representa 3,7% do PIB, um terço mais baixo do que a média internacional, de 5,5% do PIB, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Enfim, os atuais recursos da saúde pública no país ficam muito abaixo do que é investido por nações que também oferecem saúde gratuita, como Reino Unido, Alemanha, Canadá e Espanha. A carência de verbas, naturalmente, alimenta disparidades. Somos a oitava economia do mundo e ocupamos a 78ª posição em mortalidade infantil. É o fim.
As distorções da saúde hoje vão bem adiante, já contaminaram todas as áreas. Na rede suplementar, por exemplo, também se oferece, em regra, serviço ruim e não há acesso adequado a quem paga mensalidades altíssimas aos planos de saúde. Isso ocorre porque operadoras viraram máquinas de fazer dinheiro; não importa o paciente, a assistência. Compromisso social, zero. Toda a engrenagem é voltada a gerar lucros milionários, seja a que preço for.
Não à toa hoje, as relações são absolutamente conflituosas no setor. Médicos, cirurgiões-dentistas e outros profissionais de saúde recebem honorários indignos, que têm inviabilizado e quebrado consultórios e clínicas. Além disso, sofrem todo o tipo de pressões para reduzir exames, internações e outros procedimentos, prática com a qual não compactuam e denunciam constantemente.
Ficam os cidadãos, da forma, expostos. As empresas negam coberturas indiscriminadamente, provocando até mortes, como ocorreu dias atrás em São José do Rio Preto, São Paulo.
É inaceitável que esse panorama permaneça como está. É hora de um movimento social que reúna pacientes, médicos e outros profissionais, distintas instituições da sociedade civil por saúde de qualidade e pela valorização de quem realmente merece: o povo brasileiro.
João Ladislau Rosa, presidente do Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo.
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