Sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010 - 20h47
É de se lamentar o processo político no Brasil. O primeiro mandato é exercido para solucionar problemas e apresentar soluções, mas sim para arquitetar a vitória nas próximas eleições. No poder, os conchavos são ampliados, consolidados, sempre visando as obras que poderão gerar um bom caixa dois. No plenário, ouvindo o irresistível canto da sereia das verbas institucionais, o que era oposição passa a ser alugado, com silenciosos mensalões, cuecões e mensalinhos. Tudo, uma canalha só, nunca pensando em um fim, mas, sempre, em um meio.
Na esfera municipal, estadual ou federal, é sempre assim, como uma realidade que se repete nos grandes centros e nos mais distantes grotões. Em Brasília ou Rondônia, a vergonha é nacional. Não é a política que liberta, mas sim, que aprisiona. Tudo isso, levemente encenado pelo Bolsa Família, quando se vê a ineficiência do poder público em prover o bem social e o bem estar do povo, cumprindo dignamente o seu papel, como determina a Constituição.
Agora estão todos dizendo que vão manter o Bolsa Família, como se não fizesse parte dos planos do próximo governo acabar com a fome no interior do Brasil, a falta de emprego, de educação, de vida digna para a população brasileira. Não é a política que liberta que está em questão, mas aquela que aprisiona, que faz do mais simples brasileiro dependente de uma forma equivocada de governo.
Em pauta, a já ultrajada e ultrapassada estratégia do pão e circo, tão velha quanto nova para aqueles que vivem como a alguns séculos atrás. E alguns poucos se vangloriam de sua limitação administrativa, de sua ineficiência social. Manter a pobreza é manter o voto, viciado e vicioso, assegurando os repetitivos mandatos, em um sucessivo e criminoso processo eleitoral. Jogo de cartas clonadas, coisa de submundo, de subpolítica, de país periférico.
Para erradicar a fome e a seca no nordeste se ouve nada. Nenhum projeto, nenhuma política pública. Para acabar com o analfabetismo, nada. O desemprego, também. Mas a certeza de que o nordestino que vive na seca está domesticado por uma cesta básica mensal está garantida, é prioridade. Que inversão de valores. Não é a política voltada para o bem do cidadão que interessa, mas a manutenção do governo desse ou daquele grupo que importa.
O pior é que essa constatação não entrará em campo na próxima eleição. Está tudo tão reduzido, tão limitado, tão empobrecido, tão rasteiro que o debate será em relação a este grupo de governo ou aquele. Os feitos de um, versos os feitos de outro. Que inércia. Que falta de perspectivas. Que pobreza ideológica. Escolheremos assim, o menos pior. Que retrocesso...
Gigantesco pela própria natureza, o Brasil padece na pobreza medíocre de seus homens. Esses que são fascinados pelo poder, pelo palanque, acreditando serem deuses. Assim vão eles, falsos profetas servindo sempre a dois senhores.
Petrônio Souza Gonçalves é escritor e jornalista - www.petroniosouzagoncalves.blogspot.com
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