Segunda-feira, 17 de novembro de 2008 - 13h34
Bruno Peron Loureiro
Uma coisa é falar sobre o tema da habitação desde o aconchego do lar e uma casa familiar própria, pois se supõe exígua a sensibilidade; outra seria esclarecer o direito e a necessidade dos que ainda não desfrutam de um imóvel próprio ou moradia digna, segundo a expressão do programa do governo Lula. Comove-me reconhecer que esta é a realidade de muitos compatriotas de áreas urbanas e rurais e que envolve majoritariamente a população de baixa renda.
O problema da habitação refere-se também à recuperação de cortiços e casas em situação degradante, deslocamento de áreas de risco, urbanização de favelas, e construções ambientalmente corretas. Os programas de crédito e financiamento bancário de casa própria, como o da Caixa Econômica Federal, para famílias de baixa renda devem elaborar-se em função de que estas possam participar com sobra de dinheiro para outros fins, ou seja, desde que as parcelas sejam acessíveis.
A habitação deve ser pensada em referência a outros problemas brasileiros e não isoladamente, o que assegura que a sua possível resolução não seja temporária. Não adianta, por exemplo, construir casas para todos sem dar-lhes emprego. Essa situação ideal implica que os beneficiados tenham condição de sustentá-la. A habitação tem que ser garantida junto com a provisão de infra-estrutura adequada e sustentável, além das demais políticas sociais, como a de saúde.
Escrevo sobre o tema da habitação pensando mais na proposta que tenho para resolver o problema, posto que milhões de brasileiros vivem em construções precárias, sem a infra-estrutura mínima (eletricidade, água, esgoto), em áreas de risco ou ilegais, ao passo que outros nem moradia fixa têm e vivem no nomadismo. É um problema conhecido, evidente e histórico, embora a urbanização o tenha intensificado. Estima-se que o déficit habitacional do Brasil seja de uns sete milhões de moradias.
A resolução do problema, por vezes, exige o deslocamento de famílias de bairros com os quais estavam acostumadas ou a mudança radical de vida, que quatro paredes bem levantadas, e se possível bem pagas, propiciam. Algumas saídas triviais têm sido facilitar o acesso ao crédito para cidadãos de baixa renda, reduzir ou extinguir tributos para casas populares, ou construir conjuntos habitacionais populares de moradias com poucos metros quadrados.
Isto reduz o déficit de sete milhões de moradias. São políticas que contribuem, mas não resolvem. Ainda, proponho a criação de uma cidade artificial a planejada (poderia impulsionar-se com o deslocamento temporário de serviços básicos até que seus moradores conquistem autonomia), com financiamento do governo federal deduzido do repasse aos estados e municípios, a fim de convidar os que não tinham habitação ou moravam em condições precárias para que mudem radicalmente de vida.
Não ignoro o problema de que há muitas famílias que não deixariam seus bairros por nada devido ao vínculo que criaram com o território e a vizinhança. Neste caso, entra a negociação e, talvez, políticas de melhora do local já estabelecido se estiver dentro da legalidade. O investimento inicial da minha proposta é elevado, mas o resultado, prometedor. Emprego e infra-estrutura básica seriam garantidos por planejamento urbano. O resto do trabalho é com os moradores.
Bruno Peron Loureiro é bacharel em Relações Internacionais.
Sábado, 6 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)
A política do tempo dos coronéis
Tem gente que acha que basta o presidente da República, o governador ou o prefeito escolher seu sucessor e todo mundo vai votar no seu candidato. Is

Não tem prefeito que dê conta de resolver os problemas da cidade que administra se os habitantes não colaborarem. Não se pode negar que Léo Moraes es

O Banco Master, do senhor Daniel Vorcaro, está no centro de uma crise financeira. Tudo indica que houve gestão fraudulenta. O Master oferecia taxas

Transporte Público Gratuito: 78 bilhões no colo do setor produtivo
O Governo não para de criar propostas mirabolantes para agradar o eleitorado com políticas assistencialista e prepara, mas uma festa. O “bolo”, poré
Sábado, 6 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)