Quarta-feira, 13 de janeiro de 2021 - 18h12
Parece piada, mas é
verdade. Tem prefeito que se elegeu com um discurso moralizar, porém, mal se
sentou na principal cadeira do palácio e já foi chamado às falas pela Justiça
para prestar esclarecimentos sobre conduta que afronta as boas práticas
administrativas. Essa gente não aprende, mesmo!
Interessante é que,
durante a campanha eleitoral, os discursos são os mesmos: transparência na
condução dos negócios públicos, combate, sem trégua, à corrupção, ao nepotismo
e outras ilicitudes, que impregnam a administração pública e enojam a
sociedade, entre outras promessas.
Alçados ao poder, porém,
alguns são acometidos por uma crise de amnésia e passam a enveredar pelos
mesmos caminhos sinuosos trilhados por antecessores, para os quais apontavam o
dedo. Quanta desfaçatez! Onde já se viu! É brincar com coisa séria. É chacotear
da cara do povo.
Em qualquer outra
atividade, a recusa ao exercício criterioso e obediente aos procedimentos
adequados condena o que a exerce, no mínimo, à desconfiança dos seus contemporâneos.
Pergunte a um advogado, por exemplo, qual o prestígio de que ele desfruta se
costuma perder prazos.
Na politica, no entanto,
é comum se tolerar certas práticas. Não me recordo de ter visto nenhuma
manifestação de repúdio à nomeação do cidadão, apanhado em erro e condenado
pela Justiça. Por quê? Porque ele é parente dessa ou daquela autoridade, ou,
então, porque foi indicado pelo amigo, do amigo, do amigo. Tenha santa
paciência! Assim já é demais. Daqui a quatro anos, estaremos unidos, se Deus
quiser, pelos mesmos sentimentos. Antes, porém, é bom refletir sobre mais esse
episódio. Infelizmente, as oportunidades em que se comprova essa dura verdade
são mais numerosas que aquelas em que ocorre o contrário. Eis ai um contraste
perigoso.
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