Terça-feira, 11 de março de 2025 - 18h13

A
BR-364, uma das principais rodovias de Rondônia, está prestes a ser concedida à
iniciativa privada pelo prazo de 30 anos. O consórcio 4UM-Opportunity, único
concorrente no leilão realizado na B3, será responsável pela administração da
via, que liga as cidades de Vilhena a Porto Velho, abrangendo aproximadamente
700 quilômetros de extensão.
O
ponto que tem gerado questionamentos é a previsão de cobrança imediata de
pedágio, enquanto os investimentos na infraestrutura da rodovia só deverão ser
iniciados em quatro anos. De acordo com o edital, ao longo dos 30 anos de
concessão, estão previstos apenas 113 quilômetros de duplicação e 19
quilômetros de marginais. A concessionária terá um prazo de nove anos para a
conclusão.
A
movimentação na BR-364 também chama atenção. O tráfego diário na rodovia é
estimado em cerca de 10 mil veículos por dia, sendo 75% leves e 25% pesados.
Durante os primeiros quatro anos da concessão, a empresa irá arrecadar com as
tarifas de pedágio sem a obrigação de realizar melhorias imediatas, o que
levanta preocupações entre motoristas e caminhoneiros que dependem da estrada
para escoar suas produções e realizar deslocamentos diários.
O
modelo de concessão adotado gera críticas de usuários, membros da sociedade e
especialistas em infraestrutura, que questionam a viabilidade e a justiça da
cobrança antecipada sem que haja melhorias significativas logo no início do
contrato. A expectativa é que a concessão traga melhorias para a segurança
viária e fluidez do trânsito na BR-364, porém, a forma como o processo está
estruturado continua sendo alvo de debate.
Para
o presidente da Associação Comercial de Rondônia, Vanderlei Oriani, a concessão
não é má ideia, o problema está no formato que estão tentando emplacar. “Nós
não podemos ser a favor desse formato, onde não há garantia de investimentos
nem daqui a quatro ou seis anos, no texto apenas se menciona que haverá
investimentos, não existe cláusula de amarração para que isso aconteça de
verdade. Aqui em Porto Velho ninguém quer pagar pedágio sem ter contrapartida
antes da cobrança. A duplicação, a estruturação e os reparos precisam ser
iniciados já, junto ou antes da cobrança. É um absurdo você pagar para usar a
rodovia sem nenhuma benfeitoria. Outro aspecto importante é que precisa de
duplicação ao longo de toda extensão dos 700 km e não somente em 100 km, essa
concessão está muito mal elaborada para os usuários, para a população e muito
bem elaborada somente para a empresa que vai faturar bilhões com a nossa
BR-364. Se for assim é melhor deixar do jeito que já está mesmo”, desabafou
Vanderlei Oriani, durante entrevista no programa Jornalismo e Notícia, da FM
Rio Madeira 105,9.
Outro
que tem opinião contrária a cobrança inicial de pedágio sem fazer nada para
justificar é o Jornalista e Radialista Géri Anderson, que justifica seu
posicionamento dizendo que o valor do pedágio vau ser muito alto para caminhões
e até mesmo para carros de passeio. Para ele, é melhor não privatizar nesse
formato. “Está fora da realidade econômica os valores de cobrança previstos no
leilão. O valor inicial a ser cobrado do público é um valor bastante alto e
também sou contra ter mais de cinco praças de pedágio ao longo da área
privatizada, o que acaba virando mais um imposto que vai recair sobre os
produtos e para quem vai comprar no mercado, uma vez que esse produto vai
chegar pelo caminhão e o transportador vai repassar essa fatia. A população vai
ver o seu dinheiro sendo desvalorizado nas prateleiras de lojas e
supermercados”, disse o Jornalista.
Para
o agricultor José Alcides, essa atitude do governo em tentar pedagear a rota
mostra uma falta de preocupação com a agropecuária, responsável por gerar
riquezas ao estado. “Eles (governo estadual e federal) querem ver essas
duas atividades sucumbir no pó, porque taxar, tarifar e colocar mais cobrança
sobre a agricultura e pecuária não condiz com um estado que arrecada mais de um
bilhão em cifras e um país que possui uma imensidão em arrecadação, um dinheiro
que deveria ser destinado para também para as estradas do estado e isso não
acontece. Aí decidem tributar, taxar com mais pedágio, em um trechos de cem
quilômetros, sabendo que a BR-364 hoje já é um caos em segurança para quem usa,
então eu acho isso injusto demais”, avaliou.
“Temos
que conseguir um pedágio mais em conta, porque a gente sabe o quanto custa um
pedágio caro, e é o que estão querendo implantar em Rondônia. A consequência
disso vai ser convertida em alimentação com sobrepreço para o arroz, para
carne, para a soja, para tudo. Quem vai pagar não é só o produtor rural e sim a
população, principalmente a população mais humilde, que não tem boca para
reclamar, nós estamos aqui representando essa população e não vamos admitir um
pedágio muito acima do que se é cobrado em outros estados, ainda mais sem
investimentos iniciais. A gente passa vergonha por conta dessas decisões
tomadas sem conversar com a opinião pública da região”, disse Géri Anderson.
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