Quarta-feira, 8 de janeiro de 2014 - 05h33
A educação de Rondônia, considerada como prioridade pelo então candidato Confúcio Moura apenas no período de campanha, parece mesmo ter sido relegada a segundo plano, uma vez que seu sucateamento é cada dia mais evidente.
Caso os estudantes de nosso querido estado tenham sorte, se fizer um dia chuvoso na capital, quem sabe o Secretário de Educação possa ler este texto, pois em revide sobre outra opinião publicada por mim, ele declarou que somente leu os questionamentos que fiz porque era um dia chuvoso. E parece mesmo que foi por isso, porque a SEDUC nunca explicou aquilo que fora questionado no texto: a ideia do governo de tirar os professores da zona rural e colocar aulas em vídeos.
Vale salientar que não tenho absolutamente nada contra a pessoa do secretário. Nem poderia ter, porque ele nunca foi político de destaque no estado. Apenas temos que debater, de preferência em alto nível, a pasta que ele administra, ainda que sua formação seja totalmente avessa à área educacional. Do mesmo modo, o fato de nosso secretário ser hoteleiro não o diminui em nada, apenas o distancia, e muito, da educação.
Desta vez, o fato que queremos debater é o sistema de recuperação “inventado” pela turma de Confúcio para o ano letivo de 2013, que ainda não foi encerrado por incompetência da SEDUC e dos dirigentes do SINTERO, uma vez que os servidores foram ludibriados no período de encerrar a greve ocorrida no primeiro semestre de 2013. Mas os prejuízos são visíveis...
Antes da greve, a equipe técnica da SEDUC inventou a portaria 446/13 e, logo em seguida, a portaria 603/13. Estas portarias foram muito mal feitas, pois impuseram, sem nehuma discussão prévia, a recuperação bimestral nas escolas, sem consultar a comunidade escolar, sem consultar o corpo docente das escolas e sem debater o assunto.
O governo impôs essas portarias, feitas por gente que está há anos fora de sala de aula, ao arrepio da LDB e demais leis educacionais. Basta consultar os artigos 12, 13, 14 e 15 da LDB, para constatar a verdade dos fatos. Qualquer bagre do rio Madeira saberia ler o conteúdo de tais artigos, mas a equipe da SEDUC não leu.
Aliás, na época da edição da portaria 446/13, alertei o governo, mas eles não tiveram a capacidade de analisar. É impressionante a quantidade de diretores de escolas que também não conhecem a legislação. Não são todos, claro! Mas cerca de 80% por cento dos diretores de escolas estaduais são apenas capachos do governo, esqueceram que foram eleitos pelo voto da comunidade escolar. Numa eleição muito atrapalhada, mas foram eleitos...
Ao dizer que boa parte dos diretores não conhecem a legislação, refiro-me ao fato de que muitos deles falam, na maior cara de pau, que as escolas não têm automonia mesmo. Ora, se não há autonomia, por que foi feita a eleição? Se uma escola não pode cumprir a lei e é obrigada a cumprir portarias feitas por gente com cérebro de estrela-do-mar, por que falar em “gestão democrática”?
O resultado prático da recuperação bimestral é uma tragédia, um aborto pedagógico, com improvisações de toda ordem e com um número de reprovações alarmante. Quem trabalha na sala de aula sabe muito bem o que é isso. Quem trabalha em gabinetes da SEDUC ou em sindicatos não saberá nunca...
Para fazer justiça, é necessário esclarecer que a recuperação bimestral não foi imposta pelo atual secretário, pois ele assumiu a pasta já no final de 2013. Entretanto, se ele mantiver esse sistema em 2014, estará assinando, junto com as pessoas que criaram as portarias, um atestado de incompetência, pois este sistema é absolutamente imbecil.
Caso o secretário decida revidar outra vez, solicito a gentileza de comentar o conteúdo do texto e pedir para o seu escriba ser mais objetivo, pois não podemos admitir que a educação de nossas crianças, jovens e adultos seja conduzida da forma como o governo vem fazendo... O pedido também é extensivo às carpideiras da SEDUC...Tenho dito!!
FRANCISCO XAVIER GOMES
Professor da Rede Estadual
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