Sexta-feira, 21 de novembro de 2025 - 14h20

A Reforma do
Imposto de Renda tem data prevista para sair do papel: 26 de novembro,
quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve sancionar o projeto que
amplia a faixa de isenção para trabalhadores com renda mensal de até R$
5 mil.
A sanção é tratada
como prioridade pelo governo, que vê na medida uma promessa de campanha
cumprida, reforçando o compromisso com a justiça fiscal e o alívio tributário
para a base trabalhadora. Além do impacto econômico, o Planalto também avalia
que a mudança tem forte peso político, servindo como resposta prática de
redistribuição de renda após recentes tensões no Congresso.
A Reforma aprovada
promete um alívio no bolso dos trabalhadores de renda média a partir de 2026,
mas também amplia a tributação sobre lucros e dividendos. Cálculos da Confirp
Contabilidade mostram que quem ganha R$ 5 mil mensais terá uma economia de R$
312,89 por mês no IR descontado em folha. Em um ano, considerando o 13º salário,
a redução chega a R$ 4.067,57 — praticamente um salário extra.
“É quase um salário
a mais por ano. Só que, daí por diante, por conta da progressividade do IR, os
ganhos vão diminuindo até R$ 7.350. Acima disso, não há mudança. Quem ganha R$
4 mil terá pouco mais de 1/3 desse benefício, cerca de R$ 1.492 ao ano”,
explica Welinton Mota, diretor tributário da Confirp.
Pela nova lei, que
entra em vigor em 1º de janeiro de 2026, haverá um desconto variável para zerar
o IR de rendas até R$ 5 mil mensais, com redução progressiva até R$ 7.350.
Acima desse valor, não há benefício. A regra também se aplica ao 13º salário.
Ganhos estimados com a proposta segundo cálculos da Confirp
R$ 3,4 mil → R$ 354,89 ao ano
R$ 4 mil → R$ 1.491,89 ao ano
R$ 5 mil → R$ 4.067,57 ao ano
R$ 6 mil → R$ 2.336,75 ao ano
R$ 7 mil → R$ 605,86 ao ano
R$ 7,35 mil → sem impacto
Segundo estimativas
oficiais, 10 milhões de contribuintes deixarão de pagar o imposto já em 2026,
fazendo com que 65% dos declarantes do IRPF fiquem isentos — o equivalente a
mais de 26 milhões de brasileiros. Na população total, 87% estarão livres do
Imposto de Renda da Pessoa Física.
O outro lado da balança: tributação de altas rendas
O alívio para a
base da pirâmide virá acompanhado de uma nova cobrança sobre os mais ricos. A
reforma cria o Imposto de Renda Pessoa Física Mínimo (IRPFm), que incidirá
sobre lucros e dividendos hoje isentos.
Pela nova regra,
lucros e dividendos pagos por uma mesma empresa a uma mesma pessoa física que
ultrapassem R$ 50 mil por mês terão retenção na fonte de 10%. Já os lucros
acumulados até 2025 permanecem isentos, desde que aprovados até 31 de dezembro
daquele ano.
Além disso, haverá
uma tributação mínima anual de até 10% para quem ganha acima de R$ 1,2 milhão
por ano, considerando todos os rendimentos, inclusive isentos ou tributados
separadamente, com exceções como poupança, LCI, LCA, fundos imobiliários e
lucros de anos anteriores a 2026.
“A proposta muda de
forma significativa a forma como os lucros distribuídos a pessoas físicas serão
tratados. Esse novo imposto tem um impacto direto nas finanças de quem tem
grandes rendimentos provenientes de empresas ou participações acionárias”,
afirma Richard Domingos, diretor executivo da Confirp.
Ele alerta ainda
que o texto aprovado eliminou o fator de redução que antes limitava a carga
combinada entre IRPJ, CSLL e IRPFm, o que pode elevar a tributação sobre lucros
em até 10% adicionais.
“É importante
buscar equilíbrio. Aumentar a tributação dos mais ricos pode ser necessário
para promover justiça fiscal, mas sem comprometer empresas que já operam em um
ambiente de alta carga e baixa previsibilidade”, reforça Domingos.
Quem ganha e quem paga a conta
· Trabalhadores de
até R$ 5 mil: grandes beneficiados, com ganhos de até um salário extra por ano.
· Rendas entre R$ 5
mil e R$ 7,35 mil: reduções menores, até zerar.
· Acima de R$ 7,35
mil: sem benefício.
· Sócios, empresários
e investidores: passam a pagar mais com a tributação de dividendos.
O governo estima
que, mesmo com uma desoneração superior a R$ 31 bilhões por ano para as camadas
de menor renda, a arrecadação será compensada pelo IRPFm, resultando em um
saldo positivo de R$ 12 bilhões entre 2026 e 2028.
“A reforma pode até
trazer justiça social, mas impõe novos desafios. Planejamento será fundamental
para reduzir impactos e proteger os rendimentos”, conclui Domingos.
Ferramentas da Confirp ajudam a entender os impactos
Para ajudar
contribuintes a compreender de forma clara o impacto da mudança em seus
rendimentos, a Confirp Contabilidade criou duas calculadoras exclusivas:
· Calculadora IR para
rendas até R$ 7.350: mostra quanto o contribuinte economizará com a nova faixa de
isenção. Acesse aqui
· Simulador IRPFm:
calcula o impacto das novas regras sobre grandes rendas, lucros e
dividendos. Acesse aqui
As ferramentas
foram desenvolvidas para facilitar o entendimento e apoiar tanto trabalhadores
quanto empresários na tomada de decisão sobre o novo cenário tributário.
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