Quarta-feira, 30 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Artigo

A valorização da história e das potencialidades da mulher negra


Livia Marques, psicóloga - Gente de Opinião
Livia Marques, psicóloga

Para inspirar as futuras gerações, devemos valorizar sempre a nossa história e nossas ancestrais. Num mundo em que prega o ódio e a violência contra as mulheres negras, devemos estar juntas para nos fortalecer e promover o cuidado mútuo. 

Uma das formas é exaltar iniciativas em prol das mulheres negras, como o Julho das Pretas. É o período que se celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina Americana e Caribenha, em 25 de julho. 

Esses movimentos não servem só e apenas para discutir a violência que pessoas negras vivenciam no dia a dia. Mas é também uma oportunidade para dialogar sobre possibilidades de bem-viver, de construção, de pensarmos em nossas ancestrais, em nossas mais velhas e pensar no futuro. Fazer o movimento sankofa, que é uma das formas de resgatar e preservar as raízes. 

Para pavimentar um caminho para reflexão, é preciso falar sobre a construção da nossa história e aprender a lidar com os desafios, analisando sobre o que nos trouxe até aqui. 

Isso também vai nos auxiliar a usar as nossas experiências para refletir.  E diante de tanto adoecimento, como as dores vivenciadas a cada dia, a hipersexualização, a desumanização e a desvalorização da nossa existência, possamos pensar em como nos acolher e nos potencializar. 

Queremos não só sobreviver. Queremos o bem-viver de uma rede de cuidados. Como disse Sobonfu Somé, escritora e filósofa africana, queremos viver de forma esplêndida, com o espírito de intimidade, trabalhando como comunidade ao redor de uma roda, para que juntos possamos cuidar um dos outros quando haja necessidade. 

Como perfeitamente nos diz a escritora Bell Hooks, no livro “Irmãs do inhame”, que promovamos a coletividade, para que possamos, umas com as outras, ajudar no processo de autorrecuperação e do cuidado. Dessa forma, podemos continuar trilhando os nossos caminhos. 

Ao encarar essa maneira de pensar, estaremos mais motivadas a ocupar um lugar do cuidado, de afeto e com segurança. Que possamos continuar tendo as nossas conquistas e valorizando as nossas potencialidades. 

(*) Psicóloga Clínica, Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental, Formação em Terapia do Esquema, Estudiosa em relações raciais e saúde mental negra, Palestrante, MBA em Gestão de Pessoas, Coordenadora editorial e autora.

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 30 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A responsabilidade pela saúde em Rondônia

A responsabilidade pela saúde em Rondônia

No centro do debate aberto nas últimas semanas, estão a saúde da população e a responsabilidade no uso dos recursos públicos. Em lados opostos, se c

Programa nuclear brasileiro: “pau que nasce torto, morre torto”!

Programa nuclear brasileiro: “pau que nasce torto, morre torto”!

Diante do momento atual – em que se discute a retomada da construção de Angra 3 (paralisada há quase 40 anos), abrindo a porteira para um amplo prog

O que a Inteligência Artificial pode nos ensinar sobre gentileza

O que a Inteligência Artificial pode nos ensinar sobre gentileza

Recentemente, li em um artigo que Sam Altman, CEO da OpenAI, a empresa que desenvolveu o ChatGPT, informou que ser educado com chatbots gera respost

Crédito internacional: estratégia fundamental para a expansão global das empresas brasileiras

Crédito internacional: estratégia fundamental para a expansão global das empresas brasileiras

Nos últimos anos, várias empresas brasileiras passaram a utilizar o crédito internacional como uma ferramenta crucial para financiar suas expansões

Gente de Opinião Quarta-feira, 30 de abril de 2025 | Porto Velho (RO)