Terça-feira, 22 de julho de 2008 - 07h14
O cadáver gradualmente esmorece e empalidece, exala um cheiro que espanta até assombração, expõe as tripas e exibe o esqueleto depois de um tempo embaixo da terra. O destino é certo: todos cheiraremos mal e os vermes roerão as entranhas de nossos corpos até não sobrar nada. Pode-se atenuar este destino com a alternativa da cremação ou a tumba de mármore, respectivamente, uma pulverização imediata da carne e o último ato de vaidade.
A natureza obedece a ciclos. É nosso destino material apodrecer e cheirar mal. Tracemos um rumo melhor para o destino espiritual.
Tenho o intuito de parabenizar a atuação da nossa Polícia Federal e reconhecer que está em suas mãos o combate ao crime organizado e o grande salto para o fim da corrupção envolvendo o Estado brasileiro. É uma instituição das mais confiáveis e das que mais têm lutado pela conquista e preservação do Estado democrático de direito, sem o qual não se imagina uma sociedade coesa, harmônica e justa. O desrespeito à lei é um costume que, aos poucos, tem perdido espaço.
O Departamento de Polícia Federal está vinculado ao Ministério de Justiça. A sua principal função é assegurar a ordem pública, sobretudo lidando com assuntos que envolvem a União. Entre suas atribuições principais, a instituição combate infrações contra bens, interesses e serviços do Brasil, previne e reprime o tráfico de drogas e entorpecentes, atua no policiamento aeroportuário, fronteiriço e marítimo, emite passaportes e cuida de questões migratórias.
A operação Satiagraha demonstra que o país já não tolera mais a pilhagem do patrimônio petencente ao povo brasileiro e outras ações criminosas que desmoronam o conceito da nação, compram pessoas influentes e terminam impunes. Os argumentos contrários ao tratamento da Polícia Federal são pífios, uma vez que pobre e favelado sempre foi atirado contra a parede e humilhado por roubar bolacha em supermercado, enquanto os advogados de usurpadores milhonários conseguem tirá-los da cadeia alegando ainda que as algemas estavam apertadas demais.
A batalha contra os grandes corsários está longe do fim, pois, no Brasil, a corrupção começa pelos muitos pequenos intermediários, que têm influência, poder econômico ou contato político. Contudo, o passo inicial já foi dado, que é a insatisfação geral e o êxito das operações da Polícia Federal. Parecem piadas as críticas a esta instituição de abuso ao prender preventiva e temporariamente pessoas com indícios criminosos suficientes, e as outras especulações incabíveis e mal informadas que surgem, como a de quebra de privacidade.
A Polícia Federal mantém declaradamente sigilo de suas operações, que só pode ser quebrado por vazamento de outros meios, e recorre ao uso de grampos telefônicos para conduzir investigações somente quando necessário. Até aí, são ações idôneas, sem as quais seria difícil concluir um caso. A operação Satiagraha deu o que falar, gerou uma série de avanços, para uns, e equívocos, para outros. Algo está sendo feito no combate à criminalidade.
Cheiro de defunto é repugnante. Esses elementos que desviam dinheiro público deixam apodrecer também a alma. Dinheiro que poderia ser usado pelo governo para formar milhões de cidadãos e salvar vidas. O sarcófago poderá feder tanto, que ninguém terá coragem nem de participar da cerimônia fúnebre. Enquanto isso, a ambição, a hipocrisia e o conflito de poder entre instituições arranham a nossa democracia. Ainda assim, há os que, como a Polícia Federal, cortam-lhes as unhas.
Fonte: Bruno Peron Loureiro é latino-americanista.
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