Sexta-feira, 31 de março de 2023 - 09h08
Até
que enfim, depois de muito puxa-encolhe, o governo de Rondônia resolveu se
livrar da Companhia de Abastecimento de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia
(Caerd), entregando-a à iniciativa privada. Isso já deveria ter sido feito há
muito tempo, porém sucessivos governos preferiram empurrar o problema com a
barriga, enquanto o povo sofre com a carência de abastecimento de água. Com a
possível transferência dessa atividade do poder público a um grupo empresarial,
a expectativa é de que se amplie o acesso à água canalizada e melhore a
qualidade do serviço prestado à população.
Não
é de hoje que a Caerd deixou de cumprir a função social para a qual foi criada
para transformar-se numa máquina de produzir problemas, queixas, cabide de
emprego, reclamações e até denúncias de irregularidades. Durante o governo do
hoje senador Confúcio Moura, a empresa foi alvo de denúncia formulada na
justiça pelo Ministério Público Estadual.
Agora, porém, parece que o governador Marcos Rocha decidiu colocar o
dedo na ferida e arrancar o mal pela raiz. Antes tarde do que nunca.
O
assunto já entrou na pauta da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia
Legislativa de Rondônia. Espera-se que a proposta não acabe esquecida numa
dessas gavetas da burocracia oficial, como geralmente aconteça com temas
essenciais à sociedade. Ainda não se sabe o modelo que será adotado pelo estado,
como também quais serão os papeis que o estado e o município de Porto Velho
desempenharam nas negociações e nos acordos que eventualmente serão selados.
A
discussão ora travada sobre o futuro da politica de abastecimento de água da
cidade passa, necessariamente, pela compreensão sobre os interesses políticos
que envolvem o assunto e a determinação do gestor público em fazer valer os
aspectos realmente importantes para a população da capital, onde pouco menos de
vinte e seis por cento dos moradores são atendidos com água potável.
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