Domingo, 25 de maio de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Mundo - Internacional

Especialistas defendem mais investimentos para controle do ebola



Isabela Vieira
Agência Brasil

O surto de ebola na África Ocidental desafia o sistema internacional de saúde a controlar a doença que já atingiu 1.093 pessoas e matou 660 na Guiné, em Serra Leoa e na Libéria, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dificuldade de acesso a áreas rurais desses países, fragilidades no sistema de saúde e o baixo conhecimento da população sobre o vírus atrapalham o controle do ebola, segundo especialistas em doenças tropicais.

Responsável por monitorar equipes de saúde nos países afetados, o pesquisador Emmanuel Bottieau, do Instituto de Medicina Tropical da Antuérpia, na Bélgica – uma das organizações que descobriram a doença, na década de 1970 -, disse que o controle do ebola depende de mais investimento.

“Tem que ter muito dinheiro. É preciso estabelecer locais para isolar o doente, os profissionais de saúde devem estar protegidos da cabeça aos pés, com máscaras, roupas de proteção, incluindo os olhos; ter gasolina e carros para chegar a áreas isoladas”, explicou Bottieau, que é chefe da Unidade de Doenças Tropicais do instituto e coordena médicos em campo. Ele conta que, em Serra Loa, faltam roupas de proteção e enfermeiros estão amedrontados.

Ele acredita também que o atraso no diagnóstico e nos cuidados com os pacientes eleva o número de óbitos, além da alta letalidade da doença, que varia de 80% a 90%. “Os centros de saúde não funcionam bem, as pessoas esperam muito tempo e assim o ocorre a disseminação. Quando a família vem com um doente outras pessoas já foram infectadas”, esclareceu.

A pesquisadora Valdiléia Veloso, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que estuda a doença do Brasil, se preocupa com a falta de conhecimento da população na África sobre formas de contágio da doença. Ela destaca a necessidade de mudanças de hábitos, principalmente, em funerais. “Assim como no Brasil, as pessoas tem o costume de tocar, de beijar os mortos e isso ajuda a transmitir a doença”, explicou.

Valdiléia critica também a demora para a chegada de ajuda de equipes internacionais, o que deu tempo para a doença se espalhar. Bottieau observa ainda que os governos locais tiveram dificuldade para lidar com o surto. “Os países são independentes. Não é possível dizer o que fazer e tomar decisões no lugar dos políticos locais. A OMS e outras organizações podem dar assistência técnica, mas é mais um problema de dinheiro e logística”, reforçou.

Os especialistas explicam que novos medicamentos e vacinas são estudados desde o descobrimento do ebola. Porém, o fato de a doença atingir, por enquanto, apenas países pobres atrasa a cura.

O ebola provoca febre, diarreia e dores pelo corpo. É uma doença transmitida ao homem por animais, como o macaco, em áreas rurais. Surtos rápidos já foram notificados na República Democrática do Congo e, agora, pela primeira vez, em Serra Leoa e na Guiné.

Gente de OpiniãoDomingo, 25 de maio de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Robert Francis Prevost é eleito papa e se chamará Leão XIV

Robert Francis Prevost é eleito papa e se chamará Leão XIV

Habemus papam. Com essa frase, o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi apresentado nesta quinta-feira (8) ao mundo como o 267º papa da

Presidente da FIERO cumpre agenda internacional em Nova York com foco em sustentabilidade e desenvolvimento da Amazônia

Presidente da FIERO cumpre agenda internacional em Nova York com foco em sustentabilidade e desenvolvimento da Amazônia

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé, cumpre esta semana uma importante agenda institucional em Nov

Entenda o conclave, ritual de escolha do novo papa no Vaticano

Entenda o conclave, ritual de escolha do novo papa no Vaticano

O conclave é o ritual secular que marca a eleição dos novos papas. A palavra vem do latim cum clave - fechado a chave – e remete à votação secreta q

Papa Francisco morre aos 88 anos; conheça a trajetória do pontífice

Papa Francisco morre aos 88 anos; conheça a trajetória do pontífice

O papa Francisco morreu às 7h35, horário de Roma, desta segunda-feira (21), no Vaticano, em Roma. O anúncio da morte foi feito pelo Camerlengo Kevin

Gente de Opinião Domingo, 25 de maio de 2025 | Porto Velho (RO)