Terça-feira, 16 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Mundo - Internacional

Especialistas defendem mais investimentos para controle do ebola



Isabela Vieira
Agência Brasil

O surto de ebola na África Ocidental desafia o sistema internacional de saúde a controlar a doença que já atingiu 1.093 pessoas e matou 660 na Guiné, em Serra Leoa e na Libéria, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dificuldade de acesso a áreas rurais desses países, fragilidades no sistema de saúde e o baixo conhecimento da população sobre o vírus atrapalham o controle do ebola, segundo especialistas em doenças tropicais.

Responsável por monitorar equipes de saúde nos países afetados, o pesquisador Emmanuel Bottieau, do Instituto de Medicina Tropical da Antuérpia, na Bélgica – uma das organizações que descobriram a doença, na década de 1970 -, disse que o controle do ebola depende de mais investimento.

“Tem que ter muito dinheiro. É preciso estabelecer locais para isolar o doente, os profissionais de saúde devem estar protegidos da cabeça aos pés, com máscaras, roupas de proteção, incluindo os olhos; ter gasolina e carros para chegar a áreas isoladas”, explicou Bottieau, que é chefe da Unidade de Doenças Tropicais do instituto e coordena médicos em campo. Ele conta que, em Serra Loa, faltam roupas de proteção e enfermeiros estão amedrontados.

Ele acredita também que o atraso no diagnóstico e nos cuidados com os pacientes eleva o número de óbitos, além da alta letalidade da doença, que varia de 80% a 90%. “Os centros de saúde não funcionam bem, as pessoas esperam muito tempo e assim o ocorre a disseminação. Quando a família vem com um doente outras pessoas já foram infectadas”, esclareceu.

A pesquisadora Valdiléia Veloso, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que estuda a doença do Brasil, se preocupa com a falta de conhecimento da população na África sobre formas de contágio da doença. Ela destaca a necessidade de mudanças de hábitos, principalmente, em funerais. “Assim como no Brasil, as pessoas tem o costume de tocar, de beijar os mortos e isso ajuda a transmitir a doença”, explicou.

Valdiléia critica também a demora para a chegada de ajuda de equipes internacionais, o que deu tempo para a doença se espalhar. Bottieau observa ainda que os governos locais tiveram dificuldade para lidar com o surto. “Os países são independentes. Não é possível dizer o que fazer e tomar decisões no lugar dos políticos locais. A OMS e outras organizações podem dar assistência técnica, mas é mais um problema de dinheiro e logística”, reforçou.

Os especialistas explicam que novos medicamentos e vacinas são estudados desde o descobrimento do ebola. Porém, o fato de a doença atingir, por enquanto, apenas países pobres atrasa a cura.

O ebola provoca febre, diarreia e dores pelo corpo. É uma doença transmitida ao homem por animais, como o macaco, em áreas rurais. Surtos rápidos já foram notificados na República Democrática do Congo e, agora, pela primeira vez, em Serra Leoa e na Guiné.

Gente de OpiniãoTerça-feira, 16 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Samuel Saraiva apresenta ao Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos proposta legislativa sobre o uso do polígrafo como instrumento complementar de defesa em processos civis e criminais Americano

Samuel Saraiva apresenta ao Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos proposta legislativa sobre o uso do polígrafo como instrumento complementar de defesa em processos civis e criminais Americano

Washington, DC | 16 de dezembro de 2025 — O cidadão norte-americano Samuel Sales Saraiva submeteu formalmente ao Comitê Judiciário do Senado dos Est

Do Brasil à US Navy: A Epopeia de Graciela Saraiva, 12 Anos Depois

Do Brasil à US Navy: A Epopeia de Graciela Saraiva, 12 Anos Depois

O destino colocou a neta do ex-combatente Capitão, *Jairo de Freitas Saraiva nas fileiras da Marinha dos Estados Unidos. Ela passou a servir justame

Consultora política rondoniense Nani Blanco está entre as 100 mais influentes do mundo, segundo revista americana

Consultora política rondoniense Nani Blanco está entre as 100 mais influentes do mundo, segundo revista americana

A publicitária e estrategista política Nani Blanco, natural de Rondônia e radicada em Brasília, foi reconhecida entre os 100 consultores políticos

Panettone de Chocolate do Brasil é eleito o segundo melhor do mundo em competição internacional na Itália

Panettone de Chocolate do Brasil é eleito o segundo melhor do mundo em competição internacional na Itália

Liderado pelo padeiro cearense da Cheiro do Pão, Brunno Malheiros, o time Squadra Brasile 2025, composto também por Joze Nilson Diniz (SP), Matheus

Gente de Opinião Terça-feira, 16 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)