Sexta-feira, 7 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Mundo - Internacional

Brasil começa a se comportar como um país sério, diz editor da Economist



Em um artigo publicado na edição desta quinta-feira do jornal espanhol El Pais, o editor para as Américas da revista britânica The Economist, Michael Reid, afirma que o Brasil "está começando a se comportar como um país sério".

 

Intitulado "Já é amanhã no Brasil", o texto comenta a política econômica do país nos últimos 15 anos e afirma que o progresso brasileiro foi baseado em "consensos democráticos, investimento privado e controle da inflação".

"O crescimento brasileiro, ao contrário do venezuelano, se baseia mais no investimento privado do que no gasto público. Diferentemente da Argentina, o Brasil não está permitindo que a inflação ponha em risco a estabilidade econômica", diz Reid em seu artigo.

De acordo com o jornalista, esse "progresso" teria começado no início da década de 90 com a implementação do Plano Real, que marcou o início da abertura econômica no Brasil, antes dominada pelo Estado. Segundo ele, o plano teria "finalmente dominado a inflação".

Pontos positivos

Reid afirma ainda que, "para a surpresa de alguns", Lula resolveu dar continuidade aos êxitos de Fernando Henrique Cardoso no campo econômico e cita como exemplo a concessão de independência dada pelo presidente ao Banco Central.

O jornalista comenta ainda um discurso de Lula durante uma conferência da revista The Economist em Brasília, onde ele afirmou que sua fórmula política consistia em ser "conservador na economia e audaz na política social".

"É uma fórmula que tem rendido frutos", diz o artigo. Segundo o texto, os benefícios dessa fórmula poderiam ser observados pelo crescimento econômico de 5,5% registrado no ano passado, pelo fortalecimento das reservas e das contas públicas e pelo investimento estrangeiro, "que alcança níveis sem precedentes."

Além da política econômica adotada pelo governo, o artigo ressalta ainda que o país está se beneficiando da alta dos preços das matérias-primas, especialmente do ferro e da soja. No entanto, argumenta o jornalista, o aumento no valor das exportações só foi possível graças à eliminação das barreiras tarifárias, que tornou a indústria brasileira mais competitiva.

O artigo cita também a possibilidade de o Brasil se tornar uma superpotência energética, graças ao etanol de cana-de-açúcar, que seria outro fator para o crescimento econômico.

Para reforçar o argumento de que o país estaria se comportando com mais seriedade, o editor afirma que "a democracia do país trouxe benefícios sociais e econômicos", citando mais uma vez a influência de FHC nas políticas de Lula, como a ampliação do programa social Bolsa Família.

"Essas iniciativas, combinadas com uma inflação baixa e um rápido crescimento, reduziram os índices de pobreza do país, que caiu de 48% em 1990 para 33% em 2006", diz o texto.

Problemas

Apesar de destacar o progresso brasileiro e as iniciativas do governo nas áreas da política social e econômica, o jornalista afirma que ainda existem muito problemas "arraigados" ao país.

Entre os principais citados por Michael Reid em seu artigo, estariam a violência, a lentidão e ineficácia do sistema judiciário, a legislação trabalhista e a carga fiscal – que representa 36% do PIB.

"O pior é que o sistema político dificulta a mobilidade das maiorias para impulsionar mudanças", diz o artigo. O jornalista afirma que, apesar de Lula falar em reformas fiscais, políticas e trabalhistas, o presidente fez pouco para levar essas mudanças adiante.

"Para muitos economistas, ele deveria ter utilizado os recursos gerados pela exportação das matérias-primas para reduzir com mais afinco tanto a dívida pública como os impostos", afirma Reid.

O artigo critica ainda a política externa do Brasil. De acordo com o texto, apesar de ter se tornado uma grande potência diplomática comercial, o país divide com os Estados Unidos o fracasso das negociações da Rodada de Doha.

Segundo Reid, Lula mudou sua postura com relação à América do Sul no segundo mandato como presidente.

Enquanto no primeiro, sua política externa sul-americana foi "bastante ingênua", com o incentivo do governo para a entrada da Venezuela no Mercosul, no segundo mandato Lula se mostrou mais "pragmático".

"Muitos democratas latino-americanos gostariam que o Brasil apoiasse com mais firmeza a atribulada democracia colombiana", diz o texto.

Ao fazer um balanço entre os problemas e sucessos do governo brasileiro em diversas áreas, o artigo conclui afirmando que "com seus vários defeitos, em muitos sentidos, o Brasil está começando a se comportar como um país sério".

Fonte: BBC Brasil

Gente de OpiniãoSexta-feira, 7 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Panettone de Chocolate do Brasil é eleito o segundo melhor do mundo em competição internacional na Itália

Panettone de Chocolate do Brasil é eleito o segundo melhor do mundo em competição internacional na Itália

Liderado pelo padeiro cearense da Cheiro do Pão, Brunno Malheiros, o time Squadra Brasile 2025, composto também por Joze Nilson Diniz (SP), Matheus

Escritora Ana Paula Fanz lança livro na Frankfurter Buchmesse 2025

Escritora Ana Paula Fanz lança livro na Frankfurter Buchmesse 2025

A escritora brasileira Ana Paula Fanz, membro da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, Coordenadoria Rondônia e Membro Correspondente In

 2ª chamada para Chamada Pública da Missão Internacional EXPOCRUZ & EXPOALIMENTARIA 2025 – Bolívia e Peru

2ª chamada para Chamada Pública da Missão Internacional EXPOCRUZ & EXPOALIMENTARIA 2025 – Bolívia e Peru

O Sebrae em Rondônia abre a 2ª chamada para Chamada Pública nº 001/URPVH/2025 para selecionar pequenos negócios rondonienses interessados em partici

Professor Cléber Maurício de Lima, Coordenador do Curso de Música e Chefe do Departamento de Artes, Realiza Missão Oficial na Bolívia ao Instituto Superior de Formação Artística Bellas Artes

Professor Cléber Maurício de Lima, Coordenador do Curso de Música e Chefe do Departamento de Artes, Realiza Missão Oficial na Bolívia ao Instituto Superior de Formação Artística Bellas Artes

Guayaramerín, Bolívia – O Professor Cléber Maurício de Lima, coordenador do Curso de Música da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), participou d

Gente de Opinião Sexta-feira, 7 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)