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Boko Haram já sequestrou mais de 2 mil mulheres na Nigéria


Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

O grupo terrorista nigeriano Boko Haram sequestrou pelo menos 2 mil mulheres e meninas no Nordeste da Nigéria desde o início de 2014. A informação consta de relatório divulgado hoje (14) pela Anistia Internacional, um ano após o rapto de 276 alunas da Escola Chibok, que gerou grande repercussão em todo o mundo.

O documento tem como base depoimentos de aproximadamente 200 testemunhas, incluindo 28 mulheres e meninas sequestradas e que conseguiram fugir do cativeiro. Além dos sequestros, o relatório denuncia vários crimes de guerra e contra a humanidade praticados pelo grupo radical islâmico, como a morte de mais de 5,5 mil civis em confrontos no Nordeste da Nigéria no período.

Os depoimentos das testemunhas indicam que o Boko Haram utiliza métodos brutais para espalhar o terror entre a população do Nordeste da Nigéria. Enquanto homens e meninos são recrutados para as fileiras de militantes ou executados sumariamente, as mulheres jovens e meninas são sequestradas e presas, com relatos de estupros e casamentos forçados em alguns casos. Elas também são obrigadas a participar de ataques armados, algumas vezes contra suas próprias aldeias.

“As evidências apresentadas neste relatório chocante, um ano após o sequestro das meninas em Chibok, destaca a escala e depravação dos métodos do Boko Haram”, disse o secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty.

Além dos depoimentos, o relatório divulgado hoje também apresenta fotos, incluindo imagens de satélite mostrando a devastação causada pelo Boko Haram nas áreas invadidas pelo grupo.

“Homens e mulheres, meninos e meninas, cristãos e muçulmanos foram mortos, raptados e brutalizados pelo grupo durante um período de terror que afeta milhões. Operações militares bem-sucedidas recentemente podem significar o começo do fim para o Boko Haram, mas ainda há muito a ser feito para proteger os civis, resolver a crise humanitária e começar o processo de ‘cicatrização’ para todas estas atrocidades”, informou Shetty.

Um ano depois do sequestro das 279 alunas, ainda não se sabe o paradeiro de 219 delas. Hoje, ativistas de 15 países, incluindo o Brasil, voltaram a se unir em ação com a organização de combate à pobreza ActionAid.

Eles pedem a libertação delas, com fotos de várias pessoas formando as letras que formam a frase “Bring Back Our Girls” (Tragam de volta nossas meninas), slogan reproduzido por várias personalidades do mundo. Os objetivos são evitar que o caso seja esquecido e obrigar o governo nigeriano a se esforçar mais na caça aos sequestradores.

Em Abuja, capital da Nigéria, algumas organizações se uniram em uma caminhada até a sede do Executivo local. Segundo o coordenador de Programas da ActionAid na Nigéria, Ifeoma Charles-Monwuba, a campanha do presidente recém-eleito do país, Muhammadu Buhari, foi focada na melhoria da segurança do país, "mas não podemos ficar esperando que isso ocorra".

“É fundamental que os nigerianos e as pessoas ao redor do mundo continuem a levantar suas vozes com demandas para o governo atual e o que virá", acrescentou Charles-Monwuba. A organização tem um email (mailinfo.nigeria@actionaid.org) para receber mensagens de todos que queiram enviar textos de apoio às meninas raptadas.

As mensagens são colocadas na página da ActionAid na internet e apresentadas ao governo nigeriano.

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