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Safra de feijão movimenta produtores e lota armazéns...


O movimento de caminhões nas linhas vicinais e rodovias da Zona da Mata, rumo aos armazéns da Conab em Cacoal e Rolim de Moura ou às portas de cerealistas em Alto Alegre dos Parecis, Alta Floresta, Santa Luzia, São Felipe do Oeste e Presidente Médici - os cinco maiores municípios produtores - não deixa dúvidas: a safra de feijão de 2007 marca a firme retomada do vigor desta tradicional lavoura de Rondônia.

“Quem tinha um alqueire ou um e meio ano passado, lá na nossa região, esse ano plantou dois ou três”, afirma Eidimar Costa, produtor rural de São Miguel do Guaporé, que vive na Linha 98, “quilômetro nove, lado sul”, como faz questão de frisar, no que é apoiado por sua turma.

Encarapitados na carroceria de dois caminhões que acabaram de chegar ao pátio da Conab em Rolim, carregados com quase 10 toneladas de feijão, Eidimar e nove vizinhos, depois de viajarem mais de 110 quilômetros para vender sua produção, aguardam que técnicos do Idaron analisem se a taxa de umidade está abaixo dos 13%, limite máximo aceito pela companhia, e classifiquem a qualidade da produção, enquanto comentam dificuldades superadas: “Esse ano deu uma lagarta verde, grande, difícil de acabar, mas, por outro lado, ninguém pode dizer que as águas não foram boas: elas vieram justo na hora certa”, afirma, ancorado na experiência de mais de 10 anos de lida, ao lado dos companheiros da associação de produtores Abrasol.

Todos receberam sementes selccionadas das variedades “carioquinha”, “pérola” e “pitoco”, na proporção de 14 a 16 quilos para cada um, distribuídas pelo escritório local da Emater e adquiridas, num total de 300 000 quilos, com recursos da Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social (Seapes).

A qualidade e o volume da produção atraíram compradores de todo o Brasil. Flaudir Costa, funcionário da Diretoria de Logística da Conab em Brasília, que há quatro anos se desloca da capital federal, nessa época, para comandar as operações de compra no entreposto da “capital da Zona da Mata”, explica: “Houve empresários de Manaus, e até da Bahia, negociando aqui na região no início da temporada. Isso contribuiu para que os preços mínimos de referência, fixados pelo Governo Federal, fossem alcançados pelo setor privado antes do fim da safra”. Detalhe: cada produtor só pode vender à Conab até R$ 3.500,00, ou cera de 55 sacas do feijão tipo 1.

Em Alto Alegre dos Parecis, a 50 km de Rolim, duas carretas cedidas pela Seapes, com capacidade para 40 toneladas de carga cada uma, trabalham ininterruptamente para conduzir até as bases federais de armazenamento, tanto em Cacoal como em Rolim de Moura, uma produção que deve ultrapassar, esse ano, as 150 000 sacas, ou mais de 9 000 toneladas. O município deve ser o campeão estadual de 2007 na produção de feijão, ultrapassando Alta Floresta do Oeste.

O verdadeiro lado social dos projetos de incentivo administrados pela Seapes, porém,  se revela, de fato, em iniciativas como a de Dilson Araújo, um senhor de mais de 50 anos que chegava ao pátio da Conab, por volta do meio-dia de sexta-feira, sobraçando duas sacas, cada uma com aproximadamente 20 quilos de feijão: “Estou devolvendo o mesmo peso das sementes que recebi, conforme o combinado. Trato é trato, e está aqui a minha parte”, resumiu, com a sabedoria e correção de conduta próprios do homem do campo.

“Seu Dilson” mora há 33 anos em Nova Estrela , distrito de Rolim que fica às margens da rodovia estadual RO-010: “Daqui lá em casa são 25 quilômetros”. Ele percorreu o trecho de ônibus, e, apesar de cansado pelo esforço, estava longe de esmorecer: “Plantei tudo o que recebi. Estou confiante que, esse ano, a safra vai ser muito melhor, apesar que vou estar na lavoura para colher só na semana que vem”.

Assim como ele, milhares de pequenos produtores de Rondônia estão literalmente “colhendo os frutos” de uma série de iniciativas de incentivo à agricultura familiar, como detalhou o chefe de gabinete da Seapes, Evaldo Lima, durante inspeção de trabalho na região: “A entrega de sementes certificadas, a cessão de horas-máquinas para mecanização e aplainamento de terreirões, a distribuição de calcário para correção da acidez do solo, e a assistência técnica prestada pela Emater são os pilares deste trabalho, que se conclui com o apoio na hora de comercializar a produção”.

Fonte: Decom

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