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Meio Ambiente

Rondônia pode ter a maior friagem da história



Daniel Panobianco – Os próximos dias poderão ficar marcados na história da climatologia mundial e brasileira e certamente na mente de muitas pessoas que irão enfrentar uma onda de frio, digna de resfriamento glacial. A mais potente onda de frio das últimas décadas – assim prevista pela grande maioria dos modelos numéricos – irá tilintar os termômetros em quase todo o Brasil, mas o destaque de frio extremo ficará por conta das baixas temperaturas observadas, além do Sul, no Centro-Oeste e Norte.

Devido a sua trajetória muito continental, com núcleo estimado de até 1048 hPa (hectopascais) no norte da Argentina, o ar gelado escoará rapidamente para latitudes menores, pelas calhas dos rios Paraguai, Mamoré e Guaporé levando ar extremamente frio para o interior da Amazônia.

Em Rondônia, a menor temperatura de que se tem registro é de 3,4°C aferida no dia 19 de julho de 1975, na cidade de Vilhena, pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), no campo de pouso da região.

Já em Porto Velho, a REDEMET (Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica) registrou mínima absoluta de 10°C no aeroporto "Governador Jorge Teixeira de Oliveira" nas datas de 12 de junho de 1985 e 15 de agosto de 1978.

Os modelos numéricos estimam que o ar polar demais intenso irá atingir uma proporção de magnitude territorial não vista há pelo menos 35 anos, com mais de 8 mil quilômetros de extensão. A grande maioria projeta até mesmo a onda de frio ultrapassando a linha do Equador, entre o Amazonas e Roraima, algo também não registrado desde a clássica onda de frio de 1975.

Sob todos os aspectos e análogos, que várias instituições de meteorologia gostam de enfatizar, vale ressaltar que nenhuma incursão polar é igual a outra antes vista no passado. A onda de frio de 1975, por exemplo, foi extensa e muito intensa a qual dizimou, praticamente, a cultura cafeeira do Estado do Paraná e ao mesmo tempo obrigando familias inteiras a migrarem para norte onde é hoje Rondônia e Mato Grosso.

Na atual data, se esta onda de frio chegar, no mínimo ao que os modelos numéricos preveem, os estragos na agricultura brasileira serão milionários e a economia de um modo geral será fortemente impactada por tal invasão polar.

Não estamos falando de mais uma frente fria, mais uma onda de frio ou evento de friagem; Estamos falando em uma das mais intensas ondas de frio do último século, que podemos registrar nesta semana.

A densidade populacional de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza, que não possuem teto para abrigar-se do frio ou algum outro fator que contribua para o registro de mortes por hipotermia sempre foi maior em invasões de ondas de frio clássicas, como as de 1918, 1955, 1975 e 1979, por exemplo.

Para o Estado de Rondônia, de um modo geral, a temperatura mínima prevista por alguns modelos pode beirar os 3°C ou 4°C em Vilhena; Isso quebraria em pleno ano de 2010, dito por muitos apocalípticos que ainda creem em teses sobre aquecimento do planeta, na menor temperatura já registrada na cidade em todos os tempos.

Para as demais localidades também há previsão de frio intenso. Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura, Costa Marques, Ariquemes, Jaru e Porto Velho sentirão até o próximo sábado (17), os efeitos desta que pode ser a maior friagem de todos os tempos, com mínima entre 6°C e 10°C. Os ventos fortes que soprarão do quadrante sul certamente darão a sensação térmica de vários graus abaixo de zero.

(Dados: Wyoming - Fonte: De olho no tempo)
 

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