Sexta-feira, 28 de novembro de 2008 - 15h00
Flávio Bonanome - Amazonia.org.br
Sustentando a promessa de continuar a com as atividades mesmo depois dos conturbados acontecimentos do começo da semana, a operação "Rastro Negro", organizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), apreendeu ontem (27) mais uma grande quantidade de madeira ilegal nos arredores do município de Paragominas (PA).
A madeira, que estava localizada nas mediações de uma serraria nos limites da terra indígena Alto do Rio Guamá, supera os três mil metros cúbicos. O proprietário da serraria é o mesmo que possui outras duas instalações ilegais e que foram fechadas no último dia 25. O madeireiro será autuado por crime ambiental.
Apesar do sucesso das ações, o clima de tensão permanece. Marco Antonio Vidal, coordenador da operação, teme que os acontecimentos do começo da semana se repitam devido à nova apreensão. "A madeira apreendida ainda está in loco. Tenho medo que ela seja roubada, assim como aconteceu no domingo", relata.
No último dia 23, uma manifestação contra as atividades da operação "Rastro Negro" tomou conta de Paragominas e acabou em diversos atos de violência. A sede do Ibama foi incendiada, o hotel onde os agentes estavam hospedados foi depredado e 14 caminhões que tinham sido apreendidos com madeira ilegal foram roubados. Foi necessária a presença do Batalhão de Choque da polícia militar e a Força de Segurança Nacional para conter a população.
Até agora, o material roubado ainda não foi recuperado e os culpados não foram presos. Apesar disso, Vidal garante que os trabalhos já estão bastante avançados. "Devido ao sistema de câmeras de vigilância na cidade já pudemos identificar os culpados pelos crimes cometidos", afirma o agente. Segundo ele, os responsáveis por incendiar veículos o prédio do Ibama são uma família de madeireiros que estão foragidos.
As investigações para encontrar os fugitivos e recuperar os caminhões roubados estão agora nas mãos da Polícia Federal.
Balanço
O que começou de maneira bastante tranqüila, a operação "Rastro Negro", acabou tomando proporções além de seu objetivo inicial. "Vale lembrar que estamos aqui para fechar carvoarias ilegais. As apreensões de madeira estão acontecendo, pois foi um pedido do Ministério Público Federal, em breve retomaremos nosso foco", garante Vidal.
Segundo o agente, porém, um sobrevôo sobre o Pará revelou que ainda há muita madeira ilegal tombadas no mato. O que dificulta a realização de mais apreensões são os custos que seriam necessários para dar cabo de toda a extração ilegal. "Precisaríamos de uma logística muito complexa para retirar toda esta madeira. O Estado não tem como arcar com os custos". Apesar disso, o agente acredita que a operação cumpriu seu papel. "Com certeza não conseguiremos cessar com as atividades, mas demos um bom recado", conclui.
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