Sábado, 1 de novembro de 2025 - 09h10

O Ministério Público Federal (MPF),
representado pelo procurador da República Gabriel de Amorim, com atuação na
área ambiental, participou hoje (31 de outubro) de uma audiência pública na
Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia (Alero) para discutir os embargos
aplicados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) em propriedades rurais do estado. O procurador argumentou
que é possível e necessário conciliar produção rural e preservação ambiental, e
que a solução para a crise dos embargos ambientais reside no fortalecimento da
Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sedam) e no investimento em tecnologia
para o campo.
Gabriel de
Amorim apontou que a intensa atuação do Ibama em Rondônia, com a aplicação de
embargos e multas, é uma consequência direta da obstrução orçamentária à Sedam,
o que acarretou na omissão do órgão ambiental estadual. Ele expôs que, no
Sistema Nacional de Meio Ambiente, a competência para fiscalizar é comum, mas a
lei permite que o Ibama atue de forma supletiva quando o órgão estadual se
mostra ausente ou deficiente.
O procurador
enfatizou que, na tentativa de "proteger" o produtor rural, a
Assembleia Legislativa propiciou cortes orçamentários na Sedam, o que resultou
no efeito contrário: a fragilização da fiscalização estadual abriu espaço para
a atuação mais rigorosa e distante da realidade local por parte do órgão
federal (Ibama). “A solução é fortalecer a Sedam, que tem competência originária
para fiscalizar, a fim de que a Secretaria faça as autuações. A Sedam deve
ocupar o lugar que é seu, com mais orçamento, mais estrutura, com concurso
público para recompor e capacitar o corpo técnico de fiscalização. A Assembleia
Legislativa pode regulamentar o processo administrativo das autuações, de forma
que as multas sejam mais pedagógicas e menos repressivas, com punição
progressiva”, sugeriu.
Outra proposta
foi de que as multas sejam destinados a um fundo a ser usado para financiar a
assistência técnica. O representante do MPF apontou que uma das causas do
desmatamento ilegal é a falta de acesso à tecnologia. “É preciso levar ao campo
as inovações da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], que
permitem aumentar a produtividade em áreas já abertas, eliminando o incentivo
econômico para o desmatamento ilegal. Precisamos que a alta tecnologia chegue
aos produtores rurais. A Emater [Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural] e o Senar [Serviço Nacional de Aprendizagem Rural], bem como outras
instituições de assistência técnica, devem ser priorizadas com aumento do
orçamento para que os pequenos e médios produtores tenham condições de aliar o
crescimento econômico à conservação ambiental”, expôs.
A audiência
pública realizada na Alero foi de iniciativa da Subcomissão de Agricultura
sobre Embargos de Terras (Craterras), da Comissão de Agricultura e Reforma
Agrária do Senado Federal, e teve a participação de senadores da República,
deputados federais, deputados estaduais, órgãos públicos e representantes de
produtores rurais.
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