Quarta-feira, 20 de abril de 2011 - 06h21
Pesquisadores já anunciaram: o pico de cheia no Pantanal deve acontecer entre os últimos dias de abril e os primeiros dias de maio. Enquanto proprietários rurais correm com as cabeças de gado para regiões mais altas e ribeirinhos se assustam com a quantidade de água, a natureza nada mais faz do que cumprir o seu papel. "Todo mundo espera que a natureza se comporte sempre da mesma
maneira, mas isso não acontece. As pessoas desconsideram os ciclos naturais mais longos, e não se dão conta de que, esporadicamente, cheias como essa vão acontecer", alerta Carlos Padovani, pesquisador da Embrapa Pantanal.
O que o especialista quer esclarecer é que grandes cheias acontecem de tempos em tempos, ciclos muitas vezes maiores que uma geração, e os desavisados acabam ocupando áreas impróprias que, após permanecer secas por anos, enchem. "Mas essa característica está dentro da variabilidade natural do Pantanal e, para o ecossistema, traz inúmeros benefícios". Entre os maiores benefícios está o aumento da área de berçário para peixes que, após serem trazidos pela correnteza ainda alevinos, se estabelecem nas áreas alagadas com grande oferta de alimento.
No ano seguinte, na próxima cheia, serão eles que irão rio acima para desovar seus filhotes. Em contrapartida, a fauna terrestre obriga a deslocar-se afugentada pela água, aumentando consideravelmente o número de atropelamentos de animais silvestres. O Rio Paraguai pode alcançar 6 metros de profundidade entre os dias 22 de abril e 5 de maio. De acordo com pesquisadores da Embrapa Pantanal, o curso d’água subiu, em média, 3 centímetros por dia na régua de Ladário durante a primeira quinzena de abril. "Jogando na equação, podemos chegar a 5m35cm em 30 de abril.
A previsão média é de 5m75cm, com um intervalo de incerteza entre 5m45cm e 6m04cm", esclarece o pesquisador Ivan Bergier. Essa cheia é o reflexo das chuvas que atingiram a borda do Pantanal entre dezembro do ano passado e março deste ano; águas que levam de três a quatro meses para chegar à planície. Já os rios do planalto, como o Miranda e o Aquidauana, respondem imediatamente às chuvas e já encheram o que tinham de encher (se as chuvas tiverem mesmo cessado).
O que pode complicar consideravelmente a situação é o encontro entre as duas inundações, entre os rios do planalto e o Paraguai. "Se a região dos rios Miranda e Aquidauana não drenar bem, haverá uma cheia mais prolongada", esclarece o pesquisador Padovani. O ponto que pode ser considerado um diferencial na cheia deste ano é o grande volume de chuva registrado na planície. "Geralmente os maiores níveis de precipitação são registrados no planalto, chove muito pouco na planície. Também observamos que, tudo o que não choveu em dezembro e janeiro, choveu em fevereiro e março. Essas características climáticas acentuadas podem se tornar cada vez mais frequentes", estima o pesquisador Ivan.
(Fonte: De olho no tempo, com informações Correio do Estado)
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