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PANOBIANCO: Tempestade castiga Ji-Paraná com a maior precipitação da história


  
Desde que os dados começaram a ser coletados em 1982, nunca choveu tanto em tão pouco tempo no município. O resultado foi diversos bairros debaixo d’ água na cidade e lagos e represas estourados na zona rural.

Daniel Panobianco – Choveu como nunca na tarde deste domingo em Ji-Paraná, região central de Rondônia. Foram 160,2 milímetros acumulados das 14h40min até as 18 horas (local), sendo que a chuva mais expressiva ocorreu das 14h40min às 15 horas, com 55 mm e das 15 horas às 15h40min, mais 45 mm, totalizando 100 mm em uma hora. Os dados disponíveis sobre precipitação em Ji-Paraná começaram a partir de fevereiro de 1982. Desde esta data, nunca choveu o valor de 160,2 mm acumulados em 24 horas. A chuva mais intensa até então era de 142,5 mm acumulada no dia 25 de fevereiro de 1994. Em outro ponto de coleta, em um frigorífico na saída para Presidente Médici, das 14h30min às 18 horas choveu 170,5 mm. No Bairro Nova Brasília, o volume passou de 120 mm. Para se ter uma idéia da intensidade da tempestade, o volume esperado para todo o mês de novembro na região é de 250 milímetros, ou seja, em duas horas choveu mais de 64% desse total previsto.

Tanta chuva em pouco tempo não poderia resultar em estragos consideráveis por toda a região. Na cidade, igarapés transbordaram inundando milhares de residências e estabelecimentos comerciais. O único igarapé canalizado da cidade, o Dois de Abril, atingiu seu limite máximo de transbordamento próximo ao encontro com o rio Machado. A água chegou a 2,80 metros de altura.

No Bairro Dom Bosco, outro igarapé invadiu casas, uma escola e estabelecimentos comerciais espalhando muita lama e sujeira. Nos pontos mais baixos do Parque São Pedro, a água engoliu tudo chegando a marcar nas paredes das casas, mais de 1 metro de altura. Várias famílias perderam seus pertences, com o transbordamento dos igarapés e enxurradas intensas.

No interior do município, a intensa chuva estourou uma represa, com mais de 800 metros de comprimento na Linha-10, às margens do rio Machado. A brutal violência das águas arrastou árvores inteiras, cercas e até cabeças de gado para dentro do rio.

Outra grande represa não suportou a enorme vazão d’ água vindo a estourar no inicio da noite na Linha Itapirema.

No Distrito de Nova Londrina, córregos circunvizinhos subiram rapidamente deixando a região completamente ilhada. O nível do rio Riachuelo, próximo à rodovia RO-133, sentido Presidente Médici, subiu mais de 2 metros atingindo o limite da ponte.

Na última medição feita às 18 horas no rio Machado, o nível havia subido de 6,68 para 6,97 metros.

Muitas famílias que residem às margens, tanto do rio Machado, quanto do Urupá, devem ficar atentas nas próximas horas para uma subida drástica do nível das águas.

As linhas que interligam municípios na região central de Rondônia ficaram totalmente intransitáveis, com vastos pontos de atoleiro e enormes enxurradas. Ainda não há informações sobre o número de possíveis desabrigados. 

Dados: MASTER/USP - CPTEC/INPE 
Fonte: De olho no tempo
 

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