Segunda-feira, 1 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

MANGABEIRA: Sem estruturas produtivas e sociais será difícil defender a Amazônia



Amanda Mota
Agência Brasil

Manaus - O ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos e coordenador do Plano Amazônia Sustentável (PAS), Mangabeira Unger, afirmou hoje (31) que sem estruturas produtivas e sociais organizadas, a Amazônia será um imenso vazio difícil de ser defendido.

"Toda a Amazônia brasileira hoje é um caldeirão de insegurança jurídica. Ninguém sabe quem tem o quê. Para tirar a Amazônia dessa situação, precisamos equipar as organizações que fazem a regularização fundiária na região, simplificar as leis sobre a propriedade da terra e organizar o que diz respeito às propriedades da União. Se os 25 milhões de brasileiros que moram na Amazônia legal não tiverem oportunidades econômicas legítimas, eles passarão a atuar em atividades que devastarão a floresta e a questão ambiental passará a ser um caso de polícia", disse.

O ministro conheceu hoje as atividades desenvolvidas pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e se reuniu com oficiais generais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica que atuam na região.

Mangaberia Unger ressaltou a relação existente entre a preservação, o desenvolvimento e a defesa da região, e defendeu a necessidade de assegurar aos produtores locais alternativas satisfatórias de trabalho, em conformidade com o bem-estar ambiental.

Na reunião com os oficiais das três Forças Armadas, no Comando Militar da Amazônia (CMA), o ministro revelou que foram debatidos o monitoramento, a mobilidade para circulação na região (terrestre, aérea e fluvial) e o potencial de combate para defesa da Amazônia.

"O monitoramento da Amazônia não é um comércio, é uma necessidade. Não podemos ficar na dependência da tecnologia estrangeira. Temos que ter nossos próprios equipamentos e satélites e integrar os diferentes sistemas de monitoramento existentes no país", disse o ministro.

De acordo com Mangabeira Unger, até o dia 7 de setembro, ele e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, irão apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um conjunto de propostas relacionadas à defesa da Amazônia.

O ministro Nelson Jobim é presidente do Comitê Interministerial de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa e Mangabeira Unger é o coordenador do comitê.

"Certamente, esse trabalho terá que se desdobrar em iniciativas subseqüentes. É a primeira vez na história de nosso país que a Amazônia ocupa o foco da atenção brasileira e não está sendo vista como retaguarda e sim como vanguarda. A Amazônia não é um problema e sim uma oportunidade e um desafio para repensarmos a nossa estratégia de defesa. Significa estar pronto para desempenhar as responsabilidades de defesa numa série de hipóteses de emprego da força armada e, num caso extremo, se necessário, ter o potencial de conduzir uma guerra de resistência nacional", afirmou.

O comandante do militar da Amazônia, general Augusto Heleno Pereira, disse que o encontro do ministro Mangabeira Unger com os oficiais generais representou uma reunião histórica.

Ele disse que o Brasil precisa "acordar" para o problema da soberania da Amazônia. O general defendeu a participação de instituições de ensino e pesquisa para conscientizar que a Amazônia precisa de cuidados especiais no que diz respeito à sua preservação.

"As possibilidades de defesa da região amazônica devem ser trazidas para uma discussão nacional ampla e com a participação da sociedade. É uma aspiração nossa que o assunto defesa seja tratado não só pelos militares, mas pela sociedade brasileira. Precisamos que essa discussão saia do âmbito militar e seja tratado no âmbito acadêmico e entre os formadores de opinião, por exemplo. Esse não é um problema que interessa só aos militares, mas à sociedade brasileira", destacou o general Heleno.


 

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 1 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

CACB apresenta Agenda Empresarial 2030 com participação do Sebrae em Rondônia nas iniciativas regionais

CACB apresenta Agenda Empresarial 2030 com participação do Sebrae em Rondônia nas iniciativas regionais

A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) apresentou em Belém (PA), durante a 30ª Conferência das Partes (COP30), a

COP30 é encerrada com o Pacote de Belém aprovado por 195 países

COP30 é encerrada com o Pacote de Belém aprovado por 195 países

A COP30 chegou ao fim neste sábado, 22 de novembro, com a aprovação por 195 países do Pacote de Belém (PA). As 29 decisões aprovadas por consenso

Centro Integrado de Proteção ambiental da Amazônia Legal é criado durante a COP30

Centro Integrado de Proteção ambiental da Amazônia Legal é criado durante a COP30

Foi apresentado durante a COP30, um projeto de criação do Centro Integrado de Proteção ambiental da Amazônia Legal. Com esse centro, a ideia é ter u

Porto Velho atrai investimentos internacionais na maior Conferência para o Clima do mundo

Porto Velho atrai investimentos internacionais na maior Conferência para o Clima do mundo

Porto Velho aproveita a COP30, em Belém do Pará, para ocupar espaço nas discussões globais sobre clima e acelerar a busca por investimentos. A conferê

Gente de Opinião Segunda-feira, 1 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)