Segunda-feira, 13 de outubro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

Indígenas e ribeirinhos discutem impacto de hidrelétricas na Bacia do Xingu



Felipe Linhares
Agência Brasil

Brasília - Indígenas e ribeirinhos que vivem na região da Bacia do Xingu, no Mato Grosso e Pará, se reúnem de hoje (19) a sexta-feira (23) com representantes da sociedade civil, em Altamira (PA), para discutir os projetos de aproveitamento energético previstos para a região. De acordo com o coordenador do programa Xingu do Instituto Socioambiental (ISA), André Villasboas, essa será a oportunidade de os moradores saberem quais são as "grandes ameaças" à região.

O planejamento de aproveitamento energético da Bacia do Xingu envolve a construção de cinco centrais hidrelétricas na cabeceira do rio e a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Baixo Xingu. Para Villasboas, o projeto de uso do potencial energético do Rio Xingu está sendo desenvolvido de maneira desintegrada.

“Não estão considerando a análise da bacia sob a viabilidade do barramento desses rios, e, sobretudo, qual o impacto que ele pode trazer para essas comunidades”, criticou.

O coordenador do ISA alertou que a construção das cinco centrais hidrelétricas trará problemas para o Parque Nacional do Xingu. “Isso traria um impacto muito grande sobre a variedade de espécies de peixes que são de uso cotidiano dessas populações.”

De acordo com ele, as obras prejudicariam a piracema, época em que os peixes nadam contra a correnteza para a fazer a desova e reprodução, o que alteraria o ciclo reprodutivo e poderia  levar até a extinção de algumas espécies. “Peixe é a principal fonte de proteína das populações indígenas do parque”, destacou Villasboas.

Outro problema que também será discutido no encontro é o fluxo migratório gerado pelas obras. Segundo o ISA, organizações ambientais nacionais e internacionais alertam que a região já enfrenta problemas como grilagem de terra e exploração madeireira ilegal e que os projetos de aproveitamento energético podem agravar a situação.

No final do evento, os participantes entregarão um documento com recomendações a autoridades. “Não é a primeira vez que o governo faz uma obra com esse perfil e dessa natureza. Eles [os governantes] devem ter uma visão sobre esses problemas. Vamos colocá-los [os problemas] no documento e entregá-lo [a autoridades].”

 

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 13 de outubro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

ABAV e Meu Pé de Árvore firmam parceria para transformar a ABAV Expo em evento regenerativo a partir de 2026

ABAV e Meu Pé de Árvore firmam parceria para transformar a ABAV Expo em evento regenerativo a partir de 2026

Em um momento emblemático do turismo nacional, a ABAV Nacional (Associação Brasileira de Agências de Viagens) e a Meu Pé de Árvore, startup de impac

No Mês da Árvore, alunos trocam a sala pelo viveiro e colocam a mão na terra

No Mês da Árvore, alunos trocam a sala pelo viveiro e colocam a mão na terra

No Mês da Árvore, estudantes de escolas municipais transformaram o viveiro em sala de aula: conheceram a produção de mudas, entenderam a recomposiçã

Alunos de Direito da FIMCA realizam ação ambiental em parceria com a Polícia Militar Ambiental

Alunos de Direito da FIMCA realizam ação ambiental em parceria com a Polícia Militar Ambiental

No último sábado, dia 4 de outubro, os alunos do 4º período A do curso de Direito do Centro Universitário Aparício Carvalho - FIMCA realizaram o pro

Guaporé em defesa da vida: união de forças pela sobrevivência das tartarugas-da-Amazônia

Guaporé em defesa da vida: união de forças pela sobrevivência das tartarugas-da-Amazônia

No coração do Vale do Guaporé, onde a vida se revela no balanço das águas, no silêncio das margens e no mistério da floresta, nasceu uma corrente

Gente de Opinião Segunda-feira, 13 de outubro de 2025 | Porto Velho (RO)