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Meio Ambiente

Fumaça das queimadas reduz visibilidade em Rondônia e no Acre



Grande parte do interior de Rondônia e quase todo o Estado do Acre estão sob forte fumaça oriunda das queimadas que ano após ano ocorrem na Amazônia.

Daniel Panobianco – O governo comemora a redução do desmatamento na Amazônia e a população que vive fora do "arco do desmatamento" o glorifica. Essa é, em tese, a melhor maneira de falar sobre a Amazônia, a realidade, o que verdadeiramente ocorre na floresta, quando o assunto é queimada e desmatamento. Para os governantes, não importa o quanto foi desmatado, se houve redução, o negócio é comemorar e com isso, a população residente no Sul, Sudeste e outros Estados fora do eixo amazônico, acreditam que o momento de calmaria retornou ao Norte do Brasil.

A melhor prova de se dizer o que realmente está acontecendo na Amazônia não é um texto muito bem elaborado ou discurso de um ministro do meio ambiente; As imagens, apenas imagens e o relato da população local ditam o que o resto do Brasil se esconde da tamanha vergonha que é ver a floresta sendo consumida e o mundo do "faz-de-conta" dos governantes deixa passar pelo despercebido. Afinal, estamos ao término do período de seca na Amazônia, em plena campanha política nos municípios. Falar de poluição e queimadas pra que?
 
Nesta sexta-feira, todo o Estado do Acre amanheceu encoberto por uma densa faixa de poluição, totalmente oriunda dos focos de queimadas no Amazonas, Rondônia, Bolívia e no próprio Acre. Dados de METAR do Aeroporto Presidente Médici, em Rio Branco, chegaram a indicar apenas 1600 metros de visibilidade horizontal na pista, o que já é um valor considerado de risco para a aviação. No interior, a fumaça ficou ainda mais densa. Entre Brasiléia e Xapurí, não se enxergava nada há mais de 800 metros.

No vizinho Estado de Rondônia, velho conhecido da política de cabresto, quando o assunto é meio ambiente, a fumaça não incomodou desta vez os moradores de Porto Velho, que há algumas semanas, também enfrentaram dias seguidos da nojenta poluição ocasionada pela incompetência das autoridades e a falta de vergonha na cara de fazendeiros e madeireiros, alguns do mais alto gabarito. No interior, as regiões de Machadinho d' Oeste, Ariquemes, Ji-Paraná e Cacoal, respiram hoje somente CO2, com uma visibilidade horrenda restrita a não mais que 2 mil metros. Na cidade de Guajará-Mirim, a visibilidade é inferior a 5 mil metros há mais de 48 horas.

Quando se fala em metragem de visibilidade nos aeroportos locais, não se questiona apenas os perigos à navegação aérea, e consequentemente rodoviária e fluvial. Quando se fala em limite de alcance que os olhos podem enxergar devemos pensar na quantidade maciça de pessoas amontoadas em postos de saúde e hospitais, com problemas respiratórios, a quantidade absurda de animais mortos em cada foco de queimada espalhado pela região, nisso sim devemos somar o que uma simples concentração de CO2 faz.

Mas ao final das contas, devemos pensar novamente que existem governantes que se preocupam com isso. Que adoram aparecer na televisão ditando que tudo está sob controle, como se a população local não soubesse distinguir o que é uma atmosfera límpida e um ar digno de ambiente infernal. Os políticos comemoram a redução do desmatamento na Amazônia e as queimadas continuam a todo vapor. Ficar preocupado pra que?

Dados: REDEMET
Fonte: De olho no tempo

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