Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Meio Ambiente

Congresso Nacional precisa rever legislação ambiental, afirma Moreira Mendes


   

Pelo menos 95% dos produtores brasileiros estão na ilegalidade e cometendo algum tipo de crime ambiental. É o que conclui o deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO) ao comentar estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que mapeou e quantificou o alcance territorial da legislação ambiental e indigenista no Brasil. O estudo, coordenado pelo chefe geral da Embrapa, Evaristo Eduardo de Miranda, foi apresentado e discutido ontem durante reunião do Conselho Superior do Agronegócio (COSAG) da FIESP, da qual participou Moreira Mendes, em São Paulo.

O estudo revela que, em termos legais, apenas 7% da Amazônia Legal e 33% do País estão disponíveis para ocupação econômica urbana, industrial e agrícola. A pesquisa considerou todas as Unidades de Conservação (UCs) federais e estaduais criadas até junho de 2008. Ficaram de fora as UCs municipais, Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs), áreas militares, Áreas de Proteção Ambiental (APAs) estaduais e municipais, e outros tipos de unidades de ocupação restrita. “Isso mostra que estamos vivendo uma ditadura ambiental no Brasil. Há um confronto claro e direto entre os que defendem o ambientalismo irracional e os que defendem a produção”, diz Moreira Mendes.

Segundo o deputado, até bem pouco tempo, a discussão ambiental no Brasil era só sobre a Amazônia e poucos se davam conta de que a legislação é de caráter nacional. “A legislação atinge todo mundo, e acaba imobilizando a produção em Minas, no Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rondônia e em outros estados. Agora todo mundo descobriu isso”, acrescenta. Moreira Mendes chama, mais uma vez, a atenção do Congresso para a urgência e relevância do tema. “Não basta apenas alterar o Decreto 6514, o Congresso tem que tomar as rédeas desse processo, precisa legislar sobre as questões ambientais, votar a MP 2166, rever a Lei de Crimes Ambientais e também rever a Constituição no que se refere ao processo de criação de reservas indígenas e de quilombolas”, defende.

Ainda segundo o estudo da Embrapa, na Amazônia Legal, as Terras Indígenas e Unidades de Conservação somam quase dois milhões de quilômetros quadrados, ou 46 % da área total. Em todo o País, elas totalizam cerca de 2,3 milhões quilômetros quadrados, ou 27% do Brasil. Além disso, diz a pesquisa, se forem aplicados os dispositivos do código florestal – que prevê, no mínimo, 80% da área florestal da propriedade rural do bioma Amazônia preservada e 20% a 50% em outros biomas -, cerca de 1,8 milhão de quilômetros quadrados de terras na Amazônia seriam atingidos, restando apenas 10,7% da área disponível para ocupação agrícola intensiva.

O estudo inédito da Embrapa será divulgado nesta quinta-feira (4), na sede da entidade em Campinas, SP.

Fonte: Claudivan Santiago

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

EcoCast: série especial discute os desafios e oportunidades do mercado de carbono no Brasil

EcoCast: série especial discute os desafios e oportunidades do mercado de carbono no Brasil

Você sabe o que são os famosos créditos de carbono? E como eles funcionam, você sabe? Na série especial “Carbono: desafios e oportunidades” recebemos

Inovação e Sustentabilidade em Rondônia: UNIR e Eletrogoes Avançam na Pesquisa Florestal

Inovação e Sustentabilidade em Rondônia: UNIR e Eletrogoes Avançam na Pesquisa Florestal

O Grupo de Pesquisa de Recuperação de Ecossistemas e Produção Florestal, coordenado pelas Dra. Kenia Michele de Quadros e Dra. Karen Janones da Roch

Pesquisa estuda folha da Amazônia para substituição do mercúrio na extração de ouro

Pesquisa estuda folha da Amazônia para substituição do mercúrio na extração de ouro

Pau-de-balsa é uma espécie florestal nativa da Amazônia e já é utilizada de forma artesanal na Colômbia para extração de ouro.Agora, cinco instituiçõ

Ibama define nova prioridade para enfrentar perdas na biodiversidade e a crise climática

Ibama define nova prioridade para enfrentar perdas na biodiversidade e a crise climática

Neste ano em que completa 35 anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) comemora o impacto do trabalho

Gente de Opinião Quinta-feira, 25 de abril de 2024 | Porto Velho (RO)