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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI - Who am i? Cidadão, eleitor, nutela, mortadela, militante ou gado?


POLÍTICA & MURUPI - Who am i? Cidadão, eleitor, nutela, mortadela, militante ou gado?  - Gente de Opinião

1-Fazendo as contas                   

A soma de todas as tribos com suas diferentes crenças, culturas, etnias, matizes é que formam a população brasileira. 214 milhões de indivíduos que separados ou agregados em arranjos familiares, em partidos, igrejas, estão por aí nos estados e municípios, vivendo suas escolhas, mas sob a égide de regras acordadas pela própria sociedade na Constituição e que diz em seu primeiro artigo, “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”. O povo não é telespectador do consórcio de imprensa, mas protagonista da história. Domingo as urnas se abriram e a caixa de Pandora vomitou algo que o consórcio não entendeu: o Brasil tem 156 milhões de eleitores e Lula foi eleito com 60 milhões de votos. Há, portanto, 96 milhões de eleitores que o rejeitaram nas urnas. E a conta aumenta para 154 milhões, se contarmos o total de brasileiros que é de 214 milhões entre votantes e não votantes. No primeiro turno o perfil conservador do congresso saiu com a cara do Bolsonaro, mas eleição e mineração só após a apuração. Venceu Lula. Fosse Bolsonaro, convenhamos, a corda continuaria esticada e as guerrilhas e escaramuças seriam uma constante com o protagonismo do STF que havia feito sua escolha e trabalhou muito por ela. Ocorre que parte do povo viu o que ocorreu e se posicionou ainda que de maneira reprovável. Hoje é sexta feira e a desmobilização já se vê, mas o aviso está dado e não será fácil esquecê-lo com tanto verde e amarelo nas praças, estradas, ruas e em frente aos quartéis. O gigante acordou e mesmo tendo que engolir o resultado adverso, deixou o seu recado: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”.


2-A revolta fechando rodovias  

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Difícil dizer quantas pessoas vestidas de verde e amarelo participaram das manifestações desde que as urnas anunciaram o nome do vencedor das eleições. Mudo, o presidente Bolsonaro esticou a corda mais uma vez e não fez a ligação telefônica ao adversário e enquanto isso o movimento de repúdio ao resultado crescia, faixas e bloqueios nas estradas se multiplicavam e o consórcio de imprensa criou a narrativa recheada de adjetivos que variavam de ilegal a antidemocrático, passando por cobranças às polícias e ao presidente para paralisar a farra do “baderneiros e arruaceiros”. Desde a declaração de fim das eleições o Brasil entrou em ebulição e a busca por uma explicação palatável não foi descoberta. A “práxis” começou a investigar quem financiou os “atos antidemocráticos” e pelo menos até hoje nem o “Velho da Havan, ou algum agricultor ou comentarista político foi relacionado. Talvez fosse a hora da avaliação pelo TSE que tocou o processo, mas é bem possível que a resposta esteja apenas na decepção de parte dos 154 milhões de pessoas que não votaram na esquerda e que lembrando Ulisses Guimarães levaram a voz rouca para as ruas. Capitular e conviver com este fato seria a frustração dos mandarins de capa e espada - a de Dâmocles - claro. Como e por que a gentalha ignara, rude e agora atrevida pode saltar do art. primeiro da constituição para fazer arruaças, pedir tratamento isonômico para o pleito e pior, fechar estradas sem receber sequer a tubaína e o pão com mortadela como fazia o MST? E falando dele, pintou uma forma de punir os revoltados e premiar os “movimentos sociais”? O TSE quer um relatório de todas as multas aplicadas com identificação dos veículos e das pessoas autuadas. Como diz Zé de Nana, “além da queda o coice”. Já o Barroso ordenou que Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais montem comissões de conflitos fundiários com estratégia de reintegração de forma gradual e escalonada”. Traduzindo, em lugar de reintegrar, postergar até que se façam audiências com o MP Defensoria e órgãos responsáveis pela política agrária e urbana da União, Estados, DF e Municípios onde se situe a área do litígio”. É claro que não é uma mudança diz o ministro, mas pensando bem, o Inc. XXII do Art. 5º da constituição que fala do direito de propriedade foi relativizado sem o Congresso a quem cabe a excepcionalidade de mexer em cláusula pétrea da Carta Magna. Aos poucos a bandeira vai mudando de cor na base da caneta. É isso ai: pah! 


                    3-2023: A incógnita

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É impossível prever como será o andar da economia em 2023 pois Lula nada falou sobre o tema, mas o nome de Henrique Meireles é um alento. Impossível prever também como será a relação com o Congresso, mas Lula é experiente em cooptar apoios – às vezes de forma indecente como no caso mensalão – e tem bom trânsito entre os caciques das principais bancadas. Impossível prever como será o protagonismo do Judiciário e aqui o rabo torce a porca posto que são notórios a avidez e o gosto pelo poder que os ministros desenvolveram e agora muito mais tendo a certeza de que podem tudo e que não terão barreiras no Congresso comprometido até o talo para contê-los.  Quem espera que o Judiciário vá reduzir a sanha e entregar os pontos conquistados? Que Lula tenha mais sorte no seu relacionamento com o STF que o ajudou a vencer e que, portanto, nada lhe deve. Até bem ao contrário. Contudo, comenta-se que está chegando a hora de sair de cena o Alexandre de Moraes e entrar o crítico mais ácido do STF que é o Gilmar Mendes e aí o pau que já deu em Chico pode dar de novo. E sobre as redes antissociais? Cada brasileiro tem voz e pretende usá-la, independente do sonho ou melhor, pesadelo do controle da mídia que o PT persegue e que ironicamente tem na imprensa tradicional e amestrada com dinheiro público um ponto de apoio importante. E esqueçam aqueles que pensam em uma nova constituição. A que temos é boa, tem tradição e já aguentou muito tranco. Quem pensa em reformas estruturantes é bom ir tirando o cavalinho da chuva pois isso não interessa ao “centrão” que no frigir dos ovos é que dará as cartas. Mais quatro anos de esquerda sob o olhar da direita que continua sendo incompetente em termos políticos, mas que pode ser competente na fiscalização com tanta gente novo que chegou. Vamos ao trabalho então. Como disse o maestro Tom Jobim, o Brasil não é para principiantes.  É assim que penso!

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