Quarta-feira, 13 de novembro de 2024 - 11h50
Chegou o
penúltimo mês do ano comprovando que estamos cansados. Seja por causa da
correria diária ou pelo esgotamento que vamos sentindo nessa época, novembro
chegou apontando canseira coletiva. Mais cansado ainda é quem tem direito
apenas uma folga por semana. Que tem de escolher entre descansar, passar um
tempo com a família, cuidar de si, se divertir ou cuidar das tarefas de casa
que não terminam nunca.
Nessa
semana uma proposta de Emenda Constitucional apresentada pela deputada federal
Erika Hilton (PSOL-SP) que reduziria a jornada de trabalho legal sem redução
salarial ganhou a atenção da internet e atraiu 1,5 milhões de assinaturas. A
iniciativa do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), do vereador eleito carioca
Rick Azevedo (PSOL) está na boca do povo e do Plenário da Câmara.
Isso
porque essa é a realidade da metade da produção brasileira que trabalha em uma
escola 6x1, ou seja, quando trabalham seis dias na semana e folga um. As
mulheres que têm dupla jornada trabalham fora e cuidam da casa dos filhos são
as mais prejudicadas. Com um sistema de transporte público precário elas passam
a maior parte do tempo se deslocando até o trabalho chegando em casa apenas
para dormir e repetidamente no dia seguinte trabalhar.
Acontece
que algumas entidades empresariais e parlamentares estão criticando a proposta,
pois segundo eles acarretaria prejuízos e aumento de desemprego. O mesmo
discurso aconteceu quando surgiu o direito do décimo terceiro do trabalhador,
férias anuais remuneradas, previdência social entre outros. Parece que
condições mínimas de qualidade de vida do trabalhador aborrecem os patrões.
Enquanto
isso o trabalhador beira o esgotamento, a jornada exaustiva diminui a
produtividade e aumenta a rotatividade de funcionários da empresa, pois é
difícil suportar essa batida de oito horas de trabalho que acontece na maioria
das vezes de segunda a sábado. O fim da escala 6x1 é a oportunidade de o
trabalhador descansar, estudar, se aperfeiçoar e se qualificar
profissionalmente. O término da jornada pesada evita problemas de
estresse e ansiedade entre os profissionais. Melhora o relacionamento familiar
de milhares de crianças que não tem tempo com os pais.
E não
adianta dizer que no nosso país não funciona. Entre as empresas que implantaram
a semana de quatro dias por aqui, 60% dos funcionários aumentaram o engajamento
e 71% apresentaram maior produtividade. Já em termos financeiros, as empresas
que participaram do teste comprovaram crescimento na receita certificando que a
nova escola pode ser economicamente executável.
E para
quem continua com o discurso da onda de demissões e preços mais altos de
produtos de serviços vamos pensar no consumo que aumenta nos dias de folga no
comércio e no turismo.
Processos
históricos são necessários para mudar nossa cultura, o esgotamento e número de
doenças mentais são prova de que precisamos de uma mudança de rotina. A
tecnologia avançou e ainda trabalhamos exaustivamente. Essa conta não faz mais
sentido. Não podemos esquecer que todos nós temos direito a descanso e existe
vida além do trabalho. Como no trecho da música do Titãs; “A gente não quer só
comida, a gente quer comida, diversão e arte. A gente quer dinheiro e
felicidade. A gente quer inteiro e não pela metade”.
Como
vamos ser contra ao descanso de um trabalhador ou trabalhadora que precisa
passar mais tempo com a família? Já é uma questão de sensibilidade e boa
vontade reduzir o esgotamento de milhares de chefes de famílias e de gerações
que estão por vir. Se o caminho não está dando certo vamos buscar outra alternativa,
a vida é mais que trabalho e já estamos todos cansados de viver só para
trabalhar.
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