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Usinas Hidrelétricas de Porto Velho vão gerar atrações turísticas


Há quase 30 anos as Sete Quedas do rio Paraná, no município de Guaíra, sumiram para dar lugar ao reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu. As gigantescas quedas d’água, localizadas na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, eram os atrativos naturais da região. O impacto que se imaginava que haveria com o sumiço das atrações não ocorreu. Hoje a visitação turística continua, mas a atração é o lago. Com o Complexo do Madeira espera-se que ocorra o mesmo.

Não é possível comparar Sete Quedas com as cachoeiras de Santo Antônio e Teotônio. Guardadas as proporções, as quedas porto-velhenses têm sua importância histórica, natural e até turística, apesar de não serem exploradas por esse segmento. Tanto Santo Antônio quanto Teotônio nunca receberam atenção alguma do poder público. A primeira teve seus dias mais dourados no curto período em que houve passeios de trem, cujo ponto final era a igrejinha de mesmo nome. A outra viveu momentos de muita agitação até a extinção do festival de pesca. Depois veio o abandono por completo. Até os pescadores sumiram por conta da proibição da pesca.

A situação começou a mudar em setembro passado na cachoeira de Santo Antônio, com a construção do canteiro de obras da hidrelétrica. Desde então o fluxo de pessoas na área da igreja não diminuiu. Ao contrário. Pessoas que não conheciam a cachoeira –acredite, Porto Velho tem moradores que ainda não viram o rio Madeira- foram até local ver as pedras, que agora vão ficar submersas. Mas esse não é o motivo principal da visita. Os novos turistas querem ver a obra.

Mirante para Santo Antônio

Por enquanto não há programa especifico de visitas ao canteiro de obras da usina. De acordo com José Carlos Sá, assessor de Relações Institucionais da Santo Antônio Energia, é muito grande a procura por visitação à obra, que ocorre de forma contida, por motivos de segurança. Ele informa que até o final deste ano será construído um mirante próximo ao Casarão. “O visitante poderá ver a obra e receber informações sobre a usina, desde os estudos iniciais e o porquê foi escolhido o rio Madeira”, diz.

O assessor acrescenta que serão desenvolvidos projetos para construção de praias artificiais para substituir aquelas que vão desaparecer, como a de Jacy-Paraná. Mas isso ainda será definido com a comunidade do entorno. Há também a restauração do trecho de sete quilômetros de trilhos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, da praça à igreja. “A prefeitura, com apoio da Santo Antônio Energia, projeta paradas estratégicas, no cemitério da Candelária, cemitério das locomotivas, visita à antiga vila de Santo Antônio – que chegou a ter três mil moradores e hoje há poucos vestígios- e à própria barragem”, afirma José Carlos. Será uma atração unindo o antigo e o moderno. Uma viagem de Maria Fumaça que chega, em sua estação final, a uma obra do Século XXI. 

Hotel em Jirau

A Usina Hidrelétrica Jirau, a cerca de 120 quilômetros de Porto Velho, também vai gerar negócios do segmento turístico. O Pólo Industrial Jirau prevê a construção de um hotel de 60 apartamentos. De acordo com José Lúcio de Arruda Gomes, diretor de Relações Institucionais da Energia Sustentável do Brasil, ainda não foi definida a empresa que irá construir e administrar o hotel, mas candidatos não faltam. “A hidrelétrica em si é uma atração”, comenta. Ele acredita que além da obra, o lago que será formado atrairá muitas pessoas para atividades aquáticas. “Quem investir aqui vai ter certeza de retorno, porque tem a garantia de que o lago estará sempre preservado. Isso é uma garantia para a empresa”, diz o diretor se referindo à obrigação da concessionária em manter preservado até 100 metros do lago. Enquanto essas atrações não chegam, Porto Velho continua oferecendo as poucas opções de sempre.

Marcela Ximenes, editora Energia & Meio Ambiente

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