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USINAS DO MADEIRA E O CAOS EM JACI-PARANÁ


  

No processo de discussão sobre a viabilidade e conseqüências da construção das Usinas do Rio Madeira, ví muita gente interessada e muitos se promovendo e sonhando com os “lucros” que viriam como resultado deste empreendimento. Também vi muita crítica e preocupação com os efeitos sociais e problemas que aconteceriam nas vidas das pessoas e na natureza de modo geral.

Geralmente quem tecia loas e as mais impressionantes expectativas ao conjunto da obra eram os detentores do poder político e empresarial por tudo o que poderia vir de progresso e, agora, temos visto realmente acontecer o que haviam previsto. Políticos ganharam eleições com o discurso de que “trouxeram” as hidrelétricas para Rondônia, empresários ganham muito dinheiro e a cidade cresce a olhos vistos. Enfim, estamos alcançando o que se esperava.

Há poucos dias ouvi do prefeito da capital a seguinte expressão: “O poder público perdeu o controle da situação de Jaci-Paraná.” Fiquei estupefato. Não era um sindicalista, um líder de partido, a OAB, um professor universitário, um padre ou pastor, um líder estudantil ou qualquer outro destes que são acostumados a verem criticamente a situação social. Era o líder maior do município.

No dia 19/02 voltei a Jaci-Paraná depois de alguns meses e fiquei mais assustado ainda, entendendo o que quis dizer o prefeito. Ví o caos em sua superficialidade. Vi naqueles bares à beira do asfalto, entre uma quantidade inumerável de homens, mulheres jovens se oferecendo à prostituição, muita bebida, muita música e imaginei a quantidade de coisas indizíveis que acontecem ali e reconheço que também são parte do que está sendo produzido pelas usinas.

Gostaria de ver o Governador, o Prefeito, o representante do Judiciário, dos empresários e quem tem poder de decisão e influência, sentarem-se juntos e tomarem uma decisão quanto àquela situação. Há alvarás de funcionamentos para aqueles bares? Há fiscalização da saúde? Há fiscalização quanto a venda de bebidas para menores? Há controle de poluição sonora? Há orientação para prevenção de DSTs? Ao mesmo tempo perguntamos: há poder público alí ou é terra-de-ninguém? Fora droga, violência, depravação moral, poluição, gravidez na adolescência, DSTs que já se vê agora, daqui a alguns anos veremos uma geração de filhos sem pais, com as famílias desestruturadas e pessoas desestruturadoras da sociedade.

Parabéns aos que defenderam e conquistaram a construção das Usinas. Todos estamos desfrutando dos seus benefícios. Mas, pelo amor a Deus, usem seu poder e sua influência para fazer o que for possível para diminuir os efeitos sociais negativos desse empreendimento, pois amanhã, os que lucram hoje sofrerão na pele suas conseqüências.

Especialmente o Poder Público nos deve uma proposta!


Pr. Aluizio Vidal (Presidente Regional do PSOL – RO)

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