Segunda-feira, 20 de dezembro de 2010 - 09h35
De São Paulo - Antes mesmo do fim da segunda fase do leilão de Teles Pires, que aconteceu na sexta-feira, Furnas já anunciava euforicamente em seu site que era vencedora. A empresa tem apenas 25% da sociedade liderada pelo grupo privado Neoenergiae o anúncio antecipado era apenas uma sequência da disputa interna que travou para a formação de consórcios dentro da Eletrobras. A Eletronorte, que era a subsidiária mais preparada, não teve nem chances no leilão. A GDF Suez, sua parceira na disputa, sequer deu lance.
O grupo francês não quis fazer qualquer comentário sobre o assunto. Mas fontes do governo que participaram do leilão confirmam que a empresa não deu lances. Algumas fontes ligadas ao consórcio informaram inclusive que o veto foi dado pela matriz da Suez, ainda reflexo dos riscos que a empresa corre no projeto de Jirau, no rio Madeira. A concessão da usina foi obtida com um lance agressivo e hoje o projeto precisa ser otimizado para dar retorno aos acionistas.
A agressividade da Suez em Jirau, quando a usina foi arrematada por menos de R$ 72 o MWh e com uma mudança no eixo de construção que acabou por atrasar licenças ambientais, foi muito parecida com a vista agora em Teles Pires. Em Jirau, a construtora Camargo Corrêadeu suporte à Suez. Em Teles Pires, foi a vez da Odebrecht. O lance de R$ 58,36 o MWh foi quase 20% menor do que o segundo lance, dado pelo grupo liderado pela CPFL Energia, que tinha como sócios Cemig, Andrade Gutierreze Camargo Corrêa.
Os executivos da Neoenergia não quiseram dar entrevistas, mas a empresa informou que o lance agressivo foi possível porque estuda o projeto há mais de três anos e considera a usina como o melhor aproveitamento hidrelétrico leiloado nos últimos anos. Além disso, credita parte do preço competitivo ao consórcio construtor formado por Odebrecht, Alstome Voith. O projeto da Neoenergia prevê que a primeira máquina esteja operando ainda em 2014. O problema é que para conseguir isso, nenhuma licença poderá sofrer atrasos.
A empresa - que agora tem para usar a seu favor, contra o governo, a menor tarifa da história - fez questão de reforçar que é importante que a transmissão esteja pronta para que não se repita o que aconteceu em Dardanelos, usina que não pôde escoar energia por atraso na transmissão.
O preço de R$ 58,36 foi estipulado pela Neoenergia. Furnas, seu principal sócio, trabalhava com R$ 64. Ou seja, a vitória cantada antes do tempo foi mesmo para atingir seus parceiros de Eletrobras. Com Teles Pires e Santo Antônio, a subsidiária passará a ter 11.367 MW. Mesmo assim perde o posto de segunda maior geradora para a Eletronorte, que terá 11.561 MW com Belo Monte. Das subsidiárias da Eletrobras é a Chesf quem continuará liderando o ranking, com mais de 13 mil MW de capacidade instalada.
(Fonte: Valor Econômico/JG)
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