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Sozinho, 2º Linhão não garante segurança energética ao Acre


 

Apontado como o salvador da pátria acreana, o segundo Linhão sozinho não garantirá ao Estado uma energia segura e que ponha fim, de uma vez por todas, com os apagões que têm deixado a população sem energia. Engenheiros elétricos das estatais do setor ouvidos por A GAZETA, e que preferem não se identificar, afirmam que é preciso observar uma série de normas técnicas para garantir a eficácia da segunda linha de transmissão

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Em primeiro lugar, destacam eles, é necessário que o segundo circuito a ser construído não tenha como fonte de alimentação a mesma usada pela atual linha. Se as duas linhas forem alimentadas pela mesma subestação, uma pane no interior dela “contaminaria” ambas, o que poderia deixar o Acre sem energia.

 

Para os especialistas, se as duas linhas estiverem na mesma fonte é preciso isolar uma delas para evitar que uma pane na subestação atinja-as simultaneamente. Mas o melhor, ressaltam, é o segundo circui-to estar alimentado por uma unidade diferente. Como exemplo de risco os engenheiros citam o apagão de terça-feira (6) última. A causa mais provável teria sido um disjuntor que liga Rondônia a Mato Grosso ter saído de operação.   


Se isso afetar ao mesmo momento ambos os circuitos o Acre continuaria vulnerável. A única segurança garantida pelo segundo Linhão ligado ao primeiro seria a de “segurar” energia para o Acre em eventuais problemas em uma das duas linhas.


Seria o caso de um raio ou qualquer outro sinistro da natureza danificar o primeiro Linhão, e o segundo garante luz ao Estado. Atualmente, se tal eventua-lidade ocorrer os acreanos têm o fornecimento de eletricidade interrompido. Até o momento, os engenheiros não sabem detalhadamente como este novo circuito funcionará. 
 

Denominado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) de Segundo Circuito Samuel/Rio Branco, essa linha passa por dentro da Bolívia e tem previsão de conclusão para 2012.   
 

Samuel é uma referência à Usina Hidrelétrica de Samuel, localizada no município de Candeias do Jamari (RO). Mas isso não significa que o Acre terá nesta unidade geradora a única fonte para o segundo Linhão. Nos projetos do ONS também está prevista uma outra linha entre a usina e a cidade de Vilhena. É a partir de lá que o Acre recebe a energia do atual Linhão, alimentada pela Subestação Jauru.


É esta subestação que recebe a eletricidade gerada nas principais usinas hidrelétricas do Brasil por meio do SIN (Sistema Interligado Nacional). É graças ao SIN que o país tem todo o seu sistema de produção e distribuição de energia conectado, formando um dos maiores e mais complexos sistemas do mundo. Como todas as redes estão interligadas, um problema em uma das unidades geradoras pode causar efeitos em qualquer parte do Brasil.
 

Um exemplo foi o último grande apagão que deixou parte do país às escuras, onde até o Acre sentiu seus efeitos. O Acre passou a fazer parte do SIN desde outubro do ano passado. Na linguagem dos engenheiros das estatais do setor, o Estado “passou a receber energia de São Paulo”.
 

Essa integração enterrou um período obscuro no sistema de produção energética do Acre, quando equipamentos obsoletos, de cara manutenção e poluentes eram usados para garantir a energia. É a volta desse sistema arcaico que agora o Acre debate para garantir sua segurança energética até a construção do segundo Linhão.  
 

Se SIN falhar, Porto Velho garante energia para o Acre

Porto Velho é a cidade do Norte que garante o fornecimento de eletricidade para o Acre caso problemas venham acontecer na produção e transmissão pelo SIN. A Capital de Rondônia tem capacidade de geração térmica e hidráulica. As usinas Termo Norte 1 e 2, mais a Rio Madeira têm, juntas, a capacidade de gerar 494 MW. Já as usinas hidrelétricas Samuel e Rondon 2 produzem até 289,5 MW. 


Essa potência tem capacidade de alimentar Rio Branco e Porto Velho. Este sistema alternativo não entrou em operação no apagão da última terça-feira (6) por questões de segurança. Para que aparelhos e equipamentos não fossem danificados pela pane, a Eletronorte precisou desativá-los.

FÁBIO PONTES - A GAZETA DO ACRE

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