Sexta-feira, 28 de janeiro de 2011 - 06h11
O crescimento do PIB brasileiro em 2011 está estimado em 4,5% a 5%, abaixo das estimativas preliminares para 2010, de 7,2%.
Para acompanhar o ritmo, o setor de energia também apresentará crescimento em suas principais áreas: petróleo e gás, energia elétrica e biocombustíveis.
O setor de petróleo, comandado pelos investimentos da Petrobras, terá nos próximos anos uma participação cada vez maior no PIB. Hoje já representa 12% e a expectativa é que no final do mandato da presidente Dilma Rousseff chegue a 15%.
O mercado aguarda a retomada das rodadas de licitação da ANP (Agência Nacional de Petróleo).
Está prevista para o final de 2013 a entrada em operação da refinaria Abreu e Lima e da primeira fase do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), enquanto a refinaria Premium do Maranhão terá a sua primeira fase terminada no final de 2014.
Portanto, a importação de derivados, que atingiu o recorde da década em 2010, provavelmente continuará crescendo em 2011 acima da de petróleo.
No mercado internacional, espera-se um preço 8% maior do petróleo, resultado da recuperação econômica mundial e do menor ritmo de crescimento da oferta.
O mercado de gás natural é uma grande aposta para os próximos anos. Em 2011 a oferta local de gás natural irá crescer. O gás importado da Bolívia complementará a oferta, porém irá gradualmente diminuir a sua importância no que tange à segurança do abastecimento.
No setor de energia elétrica, o governo definirá se prorroga ou relicita as concessões de geração, transmissão e distribuição que começam a expirar em 2012.
Quanto à expansão da oferta, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) planeja no primeiro semestre um leilão A-5, um A-3 e um leilão de energia de reserva, com o retorno das termelétricas, em particular as de gás natural.
Dentre as fontes alternativas, o destaque continuará sendo a expansão da energia eólica e espera-se um melhor desempenho da biomassa.
No setor de biocombustíveis, o etanol precisará de mais investimentos para retornar à expansão da produção e voltar a ter competitividade em relação à gasolina.
Inovações, como produção de plástico verde e de etanol celulósico, tendem a ganhar cada vez mais destaque.
A produção de biodiesel seguirá a expansão da demanda por diesel e os produtores reivindicarão metas mais elevadas de mistura ao diesel, de 10% a 20%.
Outro grande evento de 2011 é o início da segunda fase do PAC, que destinará, no período 2011-2014, R$ 461,6 bilhões para o setor de energia -sendo 40% para petróleo e gás.
Fonte: Folha de São Paulo/ADRIANO PIRES é diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
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