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Santo Antônio Energia anuncia certificação para gerar créditos de carbono


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A Santo Antônio Energia, empresa responsável pela implantação e operação da Hidrelétrica Santo Antônio, localizada no rio Madeira a sete quilômetros de Porto Velho (RO), anunciou a obtenção do registro na ONU para participar do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A autorização possibilita a comercialização de cerca de 20 milhões de toneladas de créditos de carbono nos próximos cinco anos.

Com o aval da ONU, a Hidrelétrica Santo Antônio passa a ser primeira usina de grande porte e em operação comercial no Brasil a gerar efetivamente créditos de carbono para o mercado global. De acordo com a metodologia do MDL, o volume de créditos equivale à quantidade de gases de efeito estufa não emitida na atmosfera, ampliando a oferta de energia gerada de fonte limpa e renovável.

“A Hidrelétrica Santo Antônio foi projetada para alcançar o aproveitamento ótimo com o mínimo impacto socioambiental. O certificado da ONU comprova que estamos quebrando um paradigma, demonstrando que é possível aproveitar o potencial da Amazônia com responsabilidade e trazendo desenvolvimento para a região Norte, para o setor elétrico e para o País”, orgulha-se Eduardo de Melo Pinto, presidente da Santo Antônio Energia.

A Hidrelétrica Santo Antônio produz 8,5 megawatt por km²de reservatório, que é o dobro da eficiência energética mínima para gerar créditos de carbono. Com o uso da turbina bulbo, que gera energia utilizando a vazão do rio, dispensando a formação de um grande reservatório.

Governo parabeniza

Para o secretário adjunto da Secretaria de Planejamento Energético, do Ministério das Minas e Energia, Moacir Carlos Bertol, disse que a Hidrelétrica Santo Antônio é um marco importante para o Brasil, no sentido da segurança energética, honrando a outorga da concessão para construção da usina, antecipando o projeto de geração. “Este evento de anúncio do reconhecimento pela ONU, do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo com o Crédito de Carbono, insere a Usina Santo Antônio em um contexto global, como uma usina sustentável, com uma energia limpa e renovável, que é a hidroeletricidade”.

Já a representante do BNDES, Márcia Leal, chefe do Departamento de Energia Elétrica do banco de fomento, destacou que a certificação do MDL é importante, “não só para o empreendimento, para o projeto, mas é mais importante é para o país, para o setor elétrico brasileiro, o reconhecimento internacional não é simples, não foi simples para a empresa conseguir certificar um projeto deste porte, com esse diferencial, é importante para o setor elétrico brasileiro e para quem quer continuar investindo, como é o caso dos acionistas aqui presentes. No banco nós acompanhamos este projeto implantado há cinco anos e vê que vem sendo implementado da melhor forma possível”.

O consultor Carlos Spaca descreveu como foi todo o processo para se chegar à certificação da ONU, onde toda documentação sido colocada pública para comentários na página das Nações Unidas foi exposta ao público internacional, tendo recebido muitas críticas e comentários muito sérios, mas que todas as opiniões foram devidamente esclarecidas, mostrando que o projeto não só cumpria as regras exclusivas do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, mas também condições de desenvolvimento sustentável, nas partes social, ambiental, como também econômica.

“Isso foi demonstrado, levando o Alto Comissariado da ONU, após cumprir todo o processo de revisão, fomos informados, em julho de 2013, que o projeto foi registrado no MDL, sem nenhuma ressalva. Não é por que um projeto é grande, não é porque um projeto é feito na Amazônia, que ele não possa ser feito de uma maneira sustentável. A Santo Antônio Energia está demonstrando isso com essa qualificação MDL”, afirmou Spaca.

Falando em nome da ministra do Planejamento, Mirian Belchior, o diretor do Departamento de Energia Elétrica do PAC, Celso Knijnik, destacou que a Hidrelétrica Santo Antônio é o primeiro dos empreendimentos desta nova fase que o Governo Federal está realizando na Amazônia. “Para a gente, que acompanhou todo o processo desde o licenciamento, o leilão, é um prazer chegar neste momento em que o empreendimento é reconhecido como uma empresa de geração limpa e renovável, e que apesar de todas as dificuldades, nós sabemos que temos capacidade enfrentar, numa parceria do Governo com as empresa privadas, sabemos que temos capacidade, além de gerar esta energia que é fundamental para o bem do país, ainda leva desenvolvimento sustentável para a região”.

Estiveram presentes ao evento do Santo Antônio Energia, o senador Ivo Cassol; deputados federais Carlos Magno e Marinha Raupp e o deputado estadual Kaká Mendonça, representando a Assembleia Legislativa. Representando o governador Confúcio Moura, compareceu a assessora especial Márcia Aurora. Também representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Águas (ANA) IBAMA, além de diretores e técnicos da Santo Antônio Energia, Odebrecht Energia, Furnas, Cemig, Andrade Gutierrez, Caixa FIP e consultores.

Créditos de carbono

O mercado da venda de créditos de carbono surgiu a partir do Protocolo de Kyoto, quando o Japão e os países da Europa se comprometeram a diminuir a quantidade de gases de efeito estufa emitidos na atmosfera. Com isso, empresas desses países podem comprar até 10% do que deveriam reduzir em créditos de carbono e empresas que reduzem a emissão de gases do efeito estufa (GEE) recebem a autorização para negociar os créditos no mercado internacional.

Santo Antônio Energia

É a concessionária responsável pela implantação e operação da Hidrelétrica Santo Antônio, localizada no Rio Madeira, em Porto Velho, Rondônia, e pela comercialização da energia gerada. A usina iniciou a geração comercial em 30 de março de 2012, nove meses antes do cronograma original e, a partir de novembro de 2016, com potência de 3.568 megawatts, gerará energia suficiente para abastecer o consumo de mais de 44 milhões de pessoas. O projeto é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os acionistas da Santo Antônio Energia são as empresas Furnas (39%), Odebrecht Energia (18,6%), Andrade Gutierrez (12,4%), Cemig (10%) e o Caixa FIP Amazônia Energia (20%), empresas com grande experiência na gestão de investimento, bem como na implantação e construção de hidrelétricas no Brasil e em outro países.


Fonte: José Carlos Sá

 

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