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Ressaca pós-usinas não assusta. PVH se transformará em pólo de desenlvolvimento


A euforia com a acelerada na economia rondoniense deve sofrer uma queda, mesmo que leve, daqui pelo menos cinco anos, quando a primeira hidrelétrica, a Santo Antônio, estará quase que em total funcionamento. Nesse futuro próximo, não haverá mais necessidade de tanta mão-de-obra, a demanda terá diminuído. Para não perder o pique atual, a Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero) está agindo desde agora, segundo o presidente da instituição, Denis Baú. “Estamos trabalhando cinco anos antes para fortalecer a indústria local”, afirmou. 

Com a rodovia Transoceânica, a exportação via terrestre fica mais viável, e o mercado é amplo. A expectativa é exportar carne desossada, laticínios, vestuário, móveis, bicicletas, colchões, compensados plastificados e todos os demais produtos rondonienses. “O mercado andino está à nossa espera. São 140 milhões de pessoas e não podemos perder esse negócio”, diz o presidente da Fiero. 

Mas não é só por terra que pode ir a produção de Rondônia. A federação está em conversação com o Ministério dos Transportes para que sejam construídas as eclusas do Madeira. “Estamos otimistas quanto a isso. Temos certeza que é possível acrescentar as eclusas ao projeto da usina”, comentou Denis Baú. 

O presidente da Fiero alerta que os “empresários precisam sair da zona de conforto. Tem que se reciclar, aumentar o relacionamento. A mesma estrada que leva produtos locais também traz produtos estrangeiros. É preciso estar atento e ser sempre competitivo”.

Qualificação é o segredo

De acordo com Ricardo Márcio Alves Martins, gerente de Sustentabilidade da Santo Antônio Energia, a concessionária já está trabalhando para que a chamada desmobilização –que é dispensa dos trabalhadores após a conclusão da obra– não se transforme em mais um problema para a cidade e para o estado. Ricardo acredita que uma mão de obra qualificada, como esta que está trabalhando na construção da UHE Santo Antônio, será facilmente absorvida pelos novos empreendimentos que devem se instalar em Rondônia no futuro. 

“Rondônia está em entroncamento estratégico, com rodovias e hidrovias facilitando o escoamento de produtos que serão produzidos aqui, já que haverá a oferta de energia elétrica de qualidade e em grande quantidade”. O gerente lembra ainda que há recursos para um programa de qualificação de fornecedores, destinado aos empresários e aos produtores rurais, que também permitirá melhoria na prestação de serviços e fornecimento de insumos e alimentos. 

Na fase de estudos de viabilidade do Projeto Madeira, o consórcio Furnas-Odebrecht promoveu uma série de debates, envolvendo os diversos setores e segmentos da sociedade e destas reuniões nasceu um documento chamado “Avaliação Ambiental Estratégica”, em que dois cenários eram criados para Porto Velho, Rondônia e região – inclusive a área fronteiriça da Bolívia: Um se não fossem construídas as usinas hidrelétricas no rio Madeira e um segundo se as usinas fossem construídas. 

No primeiro cenário a tendência era uma qualidade de vida muito ruim e a continuação da dependência ao governo federal e a exportação de matéria prima sem valor agregado. Com a construção das usinas do Projeto Madeira, a tendência era Porto Velho se tornar um pólo de desenvolvimento industrial, exportador de produtos acabados e com alto valor agregado, vindo junto a melhoria da qualidade de vida dos habitantes e uma mudança no eixo de desenvolvimento do centro-sul do país para esta região. 

Marcela Ximenes/Revista Momento Brasil 

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