Domingo, 18 de julho de 2010 - 20h05
Uma vistoria técnica realizada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) comprovou alterações no volume de água do rio Jauru, supostamente, provocada por operações irregulares, em algumas das 6 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) instaladas no local para produção de energia elétrica. A vistoria foi realizada nos dias 9 e 10 em vários pontos, entre a localidade de Indiavaí e o porto do Limão. No Limão a fiscalização constatou variação diária de 10 centímetros. A pior situação, no entanto, foi verificada próximo ao Indiavaí, onde se comprovou oscilação no volume de água de até 40 centímetros.
As variações do volume de água no Jauru vêm sendo denunciadas há vários meses por moradores ribeirinhos, Colônia Z-2 de Pesca de Cáceres e até a Câmara Municipal de Indiavaí. Os denunciantes afirmam que as oscilações estariam provocando danos ambientais, decorrentes de mortandade e desaparecimento de peixe, supostamente, provocado por represamento das águas, em razão dos constantes fechamentos das comportas de algumas usinas. As denúncias publicadas com exclusividades pelo Jornal Expressão estão sendo investigadas pelo Ministério Público que promete adotar medidas judiciais, caso haja comprovação de que as usinas estariam provocando danos ambientais.
A vistoria foi executada por uma equipe de técnicos liderada pelo biólogo Everaldo Luiz da Silva. Através de fichas de medições diárias da Companhia de Pesquisa Mineral (CPRM), órgão ligado ao Serviço Geológico do Brasil, o biólogo comprovou as variações. “Embora seja em pequena escala, as alterações podem influenciar o sistema de reprodução de algumas espécies de pescado” explica Everaldo lembrando que, apesar de provocar pequenos danos ambientais, a variação de 10 centímetros, como foi verificada no porto do Limão, ainda é aceitável. Grandes alterações, segundo ele, podem resultar em maiores impactos, explica.
Os técnicos prevêem que terão maior dificuldade em detectar qual das 6 PCHs estaria operando em desacordo com a licença ambiental. Para isso, de acordo com o biólogo, serão realizadas outras vistorias inopinadas. A medida será evitar que, a continuidade do processo irregular possa comprometer o sistema hídrico e, automaticamente, ampliar ainda mais os danos ambientais.Uma das denunciantes a presidente da Colônia Z-2 de Pesca de Cáceres, Elza Basto Pereira, diz que recuperar o dano causado ao meio ambiente será muito difícil.
Porém, ela defende que os pescadores da localidade do Limão sejam inseridos no processo de seguro desemprego como foi feito pelos pescadores de Porto Esperidião. “Os danos ambientais dificilmente serão recuperados. Mas temos que ver a questão dos pescadores. Eles tiravam o sustento do rio. Agora os peixes acabaram como vão sobreviver?” indaga.
Sinézio Alcântara
de Cáceres - 14horas news
Duas unidades de conservação na Amazônia receberão investimentos da Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionária da Usina Hidrelétrica (UHE)
Teste de autorrestabelecimento é feito com sucesso na UHE Jirau
As Unidades Geradoras (UG) são desligadas para simular um apagão
SPIC - Chinesa tem pressa para comprar hidrelétrica Santo Antônio
As negociações duram mais de um ano, e agora a SPIC corre para concluir a transação antes da posse de Bolsonaro na Presidência
Mais de 940 mil m³ foram dragados do rio Madeira em 2018
O processo consiste em escavar o material que está obstruindo o canal de navegação e bombear o volume a pelo menos 250 m de distância desse canal.A