Quinta-feira, 9 de julho de 2009 - 08h25
Uma operação inédita está sendo realizada na margem esquerda do rio Madeira abaixo do local onde será construída a barragem da Usina Hidrelétrica Santo Antônio. Em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Bios Ambiental, a Santo Antônio Energia está abrindo caminhos dentro da vegetação do igapó, para que os biólogos possam conhecer os animais que lá vivem. A retirada de vegetação e a limpeza da região do igapó, que começou em maio, dará lugar ao canal de fuga e de restituição da UHE. O trabalho deve durar 70 dias.
Inicialmente, foram realizadas expedições por biólogos especialistas, com o objetivo de conhecer a fauna de peixes e jacarés presentes na área. A partir daí, os répteis resgatados foram alocados em dois igapós à jusante da usina, onde há um programa de preservação estadual. Já para os peixes foi feito um inventario preliminar, que consistiu de capturas e identificação das espécies, posteriormente destinados à Universidade Federal de Rondônia (Unir).
Até o começo de julho, 61 jacarés foram retirados. “A Embrapa nos disponibilizou técnicos que já haviam realizado esse tipo de trabalho no Pantanal”, destaca Nádia Faria, coordenadora do Meio Biótico da empresa. Ao todo, cinco biólogos trabalharam no resgate dos animais, realizado sempre durante a noite, para facilitar a captura e diminuir os riscos.
Nadia conta que esse trabalho deverá durar 70 dias. A primeira fase inclui a retirada de alguns exemplares de peixes, que serão medidos e estudados. “O que sabemos até agora é que esses peixes entram no igapó com as cheias do rio, para poderem se alimentar e se reproduzir. A abertura da vegetação é necessária para que se possa navegar no igapó, e assim fazer com que os animais saiam de lá sozinhos.” A tática principal para retirada dos animais do local é a indução ao afugentamento, por meio de oxigenação da água junto à saída d’água, no sentido do rio Madeira.
Desafio
A Santo Antônio Energia é a primeira empresa a realizar esse tipo de operação. “Não existe qualquer outro registro de um trabalho desse tipo e com essa complexidade, o que a torna a nossa missão ainda mais desafiadora. O planejamento foi essencial, porém a sensação é que estamos começando do zero. É uma grande oportunidade de aprendizado”, destaca Alexandre Queiroz, coordenador de Socioeconomia da concessionária, que está documentando todo o desenvolvimento do trabalho para que seja utilizado no futuro.
Energia e Meio Ambiente, com informações da Assessoria de Imprensa da Santo Antônio Energia - Foto: Arquivo de Imagens Santo Antônio Energia
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